Contos de Drummond o Girassol e o Jardineiro

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“” Não te prestes a ouvir conselhos
São seus erros
Parceiros de vida
Enquanto aprendes a compreender o óbvio

Não assumas bipolaridade
Ou és, ou sai da calma
Por que maltratar a alma
Correntes, não vais carregar.

Não te escravizes à injustiça
Sua mão pequena, não julga.
Temores, amores, horrores.
Holocausto de um sistema morto
Nas mãos de um juiz incapaz de amar....””

Inserida por OscarKlemz

“” Admiro os malucos
São poetas camuflados
Sujeitos alienados
Em sua própria loucura
Neles há uma procura
Por um belo contido na alma
E quem o encontra
É mais louco que o outro
Pois por pouco
O completo se revela
E vai para o asilo
Contar poemas
Pra lua que vê da janela.. “”

Inserida por OscarKlemz

“” Interessante a vaidade,
Vem sempre acompanhada do egoísmo
Arrastando tudo feito ventania
Desarruma o que o destino preparou

Imensa tirania
Acordar no meio do sonho bom
E perder o final da história
Bate uma dor...

Ajunte mais, espalhe menos
Veja se consegue repartir o pão...””

Inserida por OscarKlemz

É fato, que os dias atuais estão cada vez mais caros. Tudo é tecnológico, contemporâneo. De um simples café, celular, automóvel ou apartamento, luxo e sofisticação ao alcance do bolso. Verdadeiras jóias de consumo e desejo povoam nossas mentes. Todos os dias vamos à luta certos de que nosso objetivo ficará cada vez mais fácil, palpável. .
!! Pela lei da sobrevivência precisamos ganhar sempre, mas isso nunca será possível. É ai que nasce o egoísmo, a inveja e a falta de solidariedade de uns com os outros. Como resolver se isso não se resolve, se equaciona....

Inserida por OscarKlemz

Fala enfim que se arrependeu
Diz que seu amor sou eu
E está morrendo de saudade
Que está com essa vontade
de voltar e se entregar

Sabe que ainda mora de mim
e aqui é mesmo seu lugar
Diz que foi apenas um momento
Que não fui um passatempo
Que não quer mais solidão

Vem cá agora e assume nosso amor
Venha cá faça o favor
De tomar o seu lugar,

Mas venha logo, alivia essa dor
O meu peito quer você
Não agüenta esperar..

Agora é o tempo de sonhar e reviver
Beijar, amar e ter poder
D dar paz pro coração

Inserida por OscarKlemz

“” Era tanta certeza
De seu amor
Que jamais pensei
Que fosses me deixar.

Era tanta paixão
Aqui no peito
Só queria um jeito
De te encontrar

Era um encanto
Que, no entanto
Transformou-se em dor
Deixando apenas cinzas
Do que um dia foi amor

Mas não acabou
É preciso seguir
Até o dia, finalmente
Que eu tiver que partir...””

Inserida por OscarKlemz

O homem que desfaz de uma mulher
Por causas de uns quilos a mais
Ou por que a vizinha é mais bonita
É um canalha
Merece ficar sozinho.
Meu!! Beleza e na novela e olha lá
Se você observar a rua, verá as pessoas normais
Uma ou outra aproveita a fase da beleza para sobressair
Mas o tempo chegará pra ela também
No geral o normal não é essa beleza vendida na televisão
Isso não quer dizer que você deva relaxar
Um batom novo, uma camisola descolada.
Uma passadinha no salão ajuda.
Afinal ninguém é de ferro
E seus encantos estão ai.
E só se valorizar e caprichar
E quer saber... Nenhum homem vai deixar de olhar a moça bonita
Assim como a mulher também não vai deixar de olhar .. É a natureza...
Mas ele pode e vai ser fiel a você, desde que você saiba ser esperta para deixá-lo sempre querendo mais.
Afinal a maioria dos homens não sabe viver sem uma mulher.
E os que sabem, não interessam a você.

Inserida por OscarKlemz

⁠ALELUIA DA MANHÃ
Nasceu, chama-se dia,
Que alegria!
Ou será o meu sonho de rebeldia
Gerado nos travesseiros
Sem que ninguém descobrisse?
Talvez a noite o parisse,
Enquanto contava carneiros...
Horas rápidas, sol com cio
Como gatos ao desafio
Nas telhas da noite fria.
Canário amarelo que não canta
Nem encanta:
Só pia!
Sino que toca em nostalgia,
Gente que desabrocha
Como a luz de uma tocha
Num milagre de alegria.
Que belo é viver
O prazer,
De um novo dia!

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠O PRESÉPIO

Este presépio, saibam todos, é meu!
Ergui-o dos alicerces ao telhado,
Talhado em casca de sobreiro enrugado
Tal como este rosto que Deus me deu…

Já mo quiseram comprar, confesso eu:
Mas não cedo nem que castrado!
Ia lá vender um tesouro amado
Que é um bocado do corpo meu!?...

Que diria S. José, ali mesmo ao pé
Virado para Nossa Senhora, até !?...
E os animais e a estrela que reluz!?..

Meu presépio, obra minha, filho meu!
Não vendo o lar onde alguém nasceu
Com o nome de Menino Jesus!

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠As guerras, sobretudo as maiores das outras demais guerras, nascem inexoravelmente da miópica cegueira dos soturnos cérebros desmiolados, os tais que se consideram ser iluminados pelos deuses com pés de barro.

Que nojo, que náuseas e dó me metem todos aqueles que nesta sociedade em declínio vertiginoso, ainda não arranjaram uma unha de vergonha em irem à missa de tais sumidades tirânicas.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A jactância, a fanfarronada, a vanglória de alguns galifões de crista baixa, geralmente é só e felizmente bem absorvida, assimilada, por seres de memória curta e nada dada ao sentido do pensar.
Depois, é só ler como vai o pensamento, a reflexão, a atuação em palco da vida de tanta massa humana que preenche espaço deste século XXI e que pensaríamos ser o futuro mais risonho da humanidade terráquea.
Como a gente boa, sem querer, se engana.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Desde tenra idade que o som de um piano me encanta, seduz e acalma.
Há dias, num sonho, tive a revelação de tão gozosa predileção:

- Noutra vida, eu fui um homem de forja que batia ferozmente no ferro quente com o martelo em ritmo compassado na bigorna feita instrumento, como se estivesse a matraquear com os dedos calosos e inchados no suave teclado de um piano desafinado.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠ERA

Como se fosse hoje, minha mãe partiu
Num treze de maio que o Maio sentiu
Como se fosse a mãe dele a fugir
Para outro maio de sentir
Como ele sentiu.
Era Fátima no altar do mundo
Era esse o mundo de minha mãe
Deixando os que amava em horror profundo
E a Fatinha dela, pequenina, também.
Era o desabar de vidas coloridas
Entre flores vivas, vividas
E num relâmpago destruídas
Por um raio de vidas partidas.
Era, como se fosse hoje, treze de um maio
De há quarenta e cinco idos, falidos
Nos gemidos de minha moribunda mãe
Ao ir-se sem o primogénito ver...
Meu Deus, que razão de sofrer !?
Que castigos!
Só depois de tu ires, ó Cristo é que foi a tua mãe!
Eu que tanto queria partir em vez da minha
Choro agora e sempre, pela manhãzinha
A dor que só sente quem a não tem...

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

INDIFERENTE OU TALVEZ SEMPRE TRISTE

⁠A tristeza inventa sabores de doçura
E se o triste diz isso a alguém contente
Sempre de frente ou com ar diferente
O outro lhe responde ser loucura.

Tão triste é ser triste já sem cura
Aos olhos malignos de satânica gente
Que nunca sentiu e jamais sente
A alegria de ser triste com ternura.

Tantas vezes sonhei ser sorridente
Cantar e dançar nos palcos do mundo
No rir só por rir tão indiferente.

Arrependi-me logo em tom profundo
Do alegre de ser dessa obscura gente
Prefiro ser triste que alegre ser imundo.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠SAUDAÇÃO DE UM BICHO

Nunca eu vos enganei
Ó gentes do meu amar
Porque haveria eu de vos lograr
Se não sei o que sequer serei?

Tal e sempre por bem vos amarei
Com raízes espetadas no coração
Que alimentam como se fosse o pão
Vivo de esperança, ai, eu o hei!

Trago-vos vivos no meu olhar
Aqueço-vos na minha fogueira
Mesmo que ela apague a noite inteira.

É este o bicho homem a saudar
Outros da mesma massa de amassar
O pão da vida ainda por levedar...

Carlos De Castro
Finisterra, 26-05-2022.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠LETRAS POR ESCREVER
Serão escritas um dia, da serra
Rumo ao mar
Outras letras minhas
Sereninhas,
Inocentinhas
Que enviarei desta terra
Ao vento do meu gritar
Para poisarem no telhado
Da casa da escuridão
Em que escrevo versos
Controversos
Sem me deixarem comer
Desta fome de paixão!
Que ilusão
Que bendito chão
Da pocilga em que nasci...
Pelo menos aí
E ai,
Eu era carne de minha mãe,
Que Deus tem,
Sangue dela
E a dor sentida
Repartida
A acender a primeira luz da vida
Na vela
Pelas mãos nervosas de meu pai.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

AS BRUXAS DA BANDA DE CÁ
NAS NOITES DE LUA MEIA
ENQUANTO NÃO HOUVER LUA CHEIA

Ó bruxas, que seguem cegamente o poeta
Porque o perseguis, inúteis madraças
Nas arremetidas das noites baças
Quando ele só quer paz de anacoreta?

Senhor meu das odes minhas, ó profeta
Livra-me destes vulcões de lava
Deste bruxedo que não se acaba
Neste peito cansado de correr sem meta!

Fugi de mim, loucas sombras feiticeiras
Do meu leito de desprezo e desamor
Deixai-me sentir o viver, ó coveiras!

Da minha vida já ida de sonhador
Neste tempo amargo em que as bandeiras
Ficaram sem mastro de adriça, nem amor!

(Carlos De Castro, em Maiorca, 07-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro


(IN) SOSSEGO

Vá,
Sossegai
Agora e já...
Dormi muito
Muito,
Sem acordares jamais
Ó Parca terror dos mortais!
Parca das três Parcas fatais
Se já tendes vosso bicho roedor
Dentro de mim
Dilacerando-me as carnes em furor
Que quereis vós, afinal, em fim!?...
Para quê, ó Parcas porcas da má sorte
Não vos basta já o vosso nome de Morte
Porque me quereis tanto assim!?...
Se tendes tudo já de mim, em vida
Porquê desejar-me tanto a morte!?...

(Carlos De Castro, em Sonhos Lindos, Argoncilhe, 15-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

PEREGRINAÇÃO

Ele...

Ontem, ao cair da noite
Saiu do mundo sem destino
Nem lua, só ele num afoite
Para beber tempos de menino.

Saltou caminhos, subiu montes
E relembrou visões fantasmagóricas
E sons de corujas a beber nas fontes
Das suas memórias pitagóricas.

Cansado, sentou-se numa pedra
Que teimosamente ali estava
Desde os tempos da sua medra
Como marco da sua vida brava.

Viu e chorou o casebre onde nasceu
E o espetro das casas das avós eternas
No vazio de já não ver o céu
Dos tempos de um ontem que morreu.

Meteu pernas de volta, mas não sozinho
Levava então com ele para casa
Naquele breve e longo caminho
Os lugares e rostos dos idos em brasa.⁠

(Carlos de Castro, in Argoncilhe, 21-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

O CÃO QUE CANTAVA ÓPERA

⁠Eu já tive um cão
Baixinho como eu que o sou
No destino e na pernada,
Que cantava ópera farsada
Sempre que eu dizia ao serão
Versos de dor a uma fada.
A ópera do meu cão, uivava
Numa voz tão pura de fina
Como alguma jamais encontrada
Em cantares de gente canina.
Tinha um não sei quê de magia
Saída pelos foles da garganta,
Sim, porque um cão triste canta
E encanta
No silêncio da noite vazia.
Um dia de sábado pela manhã fria
O meu cão de ópera já não operou...
Estava rígido, teso, na alcofa
Que ele tinha, meu Deus, tão fofa!...
Nem se despediu de mim
O companheiro amado...
Ele acabou o seu fado
E eu, sozinho assim
Não voltarei a dizer poemas
Porque dão azar e penas!

(Carlos De Castro, in Igreja de Argoncilhe, 22-06-2022)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro