Conto Amor de Clarice Lispector
Talvez eu não permaneça a mesma depois do vendaval,
talvez os meus castelos desabem com a fúria dos ventos,
talvez morram as flores dos meus jardins...
Mas, sempre restarão as pedras e as raízes:
Com as pedras reconstruirei meus castelos
e as raízes farão com que as flores novamente brotem
E eu? Talvez eu não seja mais a mesma mas, certamente,
fortalecida e talvez, um ser melhor...
Cika Parolin
Algumas atitudes de "segunda linha"
deveriam ser ignoradas por completo!
Quando nos prestamos ao trabalho de considerá-las,
de alguma forma, estaremos dando valor
ao que nada vale...
Aprendamos a valorizar os que acrescem
boas energias à nossa existência
e isso será mais que suficiente.
Cika Parolin 18 de outubro de 2016
Não acredito que alguém possa ser feliz
denegrindo a imagem do outro...Acredito, antes,
que esse tipo de atitude depõe contra quem o faz.
Qual é o interesse ou vantagem de, sob o pretexto
de alertar, arvorar-se em "o apontador de falhas alheias"?
Não seria mais honesto e ético corrigir os próprios erros;
viver em paz e permitir que os outros sigam o mesmo caminho?
Cika Paroloin 18 de outubro de 2016
Eu sou a tua muralha
que te protege, rodeia, completa
que te aquece suavemente
que te prende eternamente
que te toca gentilmente
que vive no teu pensamento
que te ama intensamente
que em ti vibra emanamente
que bebe do teu suor quente
sou o reflexo do teu reflexo
o lobo da tua presa
o teu sonho acabado
o teu mundo, lado a lado.
E seguiremos ... Você e eu...
de mãos dadas, rumo ao entardecer...
Se no caminho, as chuvas nos alcançarem
ou o sol inclemente nossa pele queimar...
continuaremos mesmo assim!
pois, chuva e sol são riscos
inerentes ao caminhar...
Enquanto caminharmos a dois
seremos recíproco amparo nos momentos maus
e alegria compartilhada nos bons.
De amparo e alegrias é feita a nossa estrada...
Assim é e assim deve ser.
Cika Parolin
Busco a beleza nas pessoas... Não a beleza externa
mas, o que elas têm de mais belo dentro da alma...
Um olhar de admiração pelas realizações alheias,
a alegria espontânea, o gesto de solidariedade,
um cuidado especial com todos, a palavra confortadora
sempre pronta, a disposição pacífica
e esperançosa diante da vida, as atitudes de lealdade...
Eis aí a verdadeira beleza, aquela que traz doçura
e brilho ao olhar... o batom, o salto alto, a roupa
são apenas detalhes que mostram o estilo pessoal
e a maneira como a pessoa se apresenta ao mundo.
Simplesmente isso...
Cika Parolin
Tire esse fardo das costas...
Você não precisa se responsabilizar
por tudo o que acontece ao seu redor.
Trabalhe, auxilie, seja solidário
mas, acima de tudo, preserve-se
e viva sua vida da melhor forma que puder.
Lembre-se: Antes de fazer feliz,
você precisa ser e estar Feliz.
Cika Parolin
Por todas as vezes
em que os caminhos se bifurcaram...
Quando eu tive que decidir
entre uma estrada e outra;
quando o que ficava para trás
parecia irremediavelmente perdido;
quando o novo era assustador;
quando o horizonte se mostrava cinza...
Por cada uma dessas mudanças
SOU GRATA...
Sem elas, talvez minha alma,
estivesse perdida numa existência sem sentido
ou escorrido, em vão, entre os meus dedos...
Cika Parolin
Somos como notas musicais...
Cada uma delas tem as suas particularidades,
com seus tons e semitons.
Justamente essa diferença
é que produz a música...
Quanto melhor for a harmonia, entre elas,
tanto melhor será a melodia...
Todas as notas têm igual importância
nessa "composição"e sozinhas conseguiriam
nada além de sons sem sentido e beleza.
Cika Parolin
Viver é escolha !
A todo momento estamos diante delas...
E cada decisão determinará os acertos e os erros
que farão parte do "montante" de lições e vivências
que teremos no transcorrer de nossas vidas.
Algumas vezes penso nisso quando vejo algum
familiar idoso lamentando-se das decisões tomadas
no passado e que fariam diferente, caso acontecessem
no presente... penso então, nos porquês de seguirmos
esse ou aquele caminho...e, mesmo naquelas ocasiões em que não havia sequer escolhas e fomos praticamente empurrados para
algumas decisões... O que me leva diretamente à ideia da inexorabilidade da existência e que tanto a preocupação excessiva com o futuro ou a lamentação pelo que se deixou de fazer,
são completamente inúteis. Tudo será como deve ser e
é menos desgastante nos desligarmos da ideia de manter
tudo sob nosso rígido controle. Em suma, descobri que viver é escolha sim, até determinado ponto... e depois dele...
RELAXE A APENAS VIVA!
Cika Parolin
Damos muita relevância ao irrelevante
quando esquecemos do quão efêmera é existência.
E a gastamos ...com pequenas e inúteis mesquinharias.
Diante de tudo que o Universo me concede,
peço apenas a clareza para saber distinguir
entre o que me servirá de lição
e o que deve ser descartado.
Cika Parolin
Faço parte dos que veem,
em quase tudo, "Presentes de Deus" :
Numa pessoa gentil, na flor que desabrocha,
no amanhecer, no calor do sol,
nos gestos de generosidade....
O que não faz de mim
alguém feliz o tempo todo
mas, uma pessoa de bem com o mundo
e comigo mesma...vivendo plenamente o momento;
grata pelo oportunidade da vida, que me foi dada.
Não há receita para sentir-se bem e feliz
apenas, uma predisposição natural
para se vê-la com positividade
e esperar sempre o melhor dela.
Cika Parolin
A história de vida de cada um é sagrada...
Sinta-se honrado quando a partilham com você
mas, principalmente, respeite-a, sem passá-la
adiante; nem mesmo à pessoa de sua maior confiança.
Essa é a atitude recomendável a quem quer construir
a própria história de pessoa leal e confiável.
Cika Parolin
Não percebo a Felicidade
como meta a ser alcançada...
Mas, como algo que já existe dentro de nós.
É aquela disposição de não se deixar abalar
por acontecimentos externos...e saber que
cabe, apenas, a nós decidir como reagiremos a eles.
De minha parte tento manter inabalável
a minha alegria interior.
Cika Parolin
Pela Solidão
É como se faltasse alguma coisa,
um pedaço de não sei o quê,
uma saudade por descaso esquecida,
uma dor indefinida,
necessitada,
o rastro molhado de uma lágrima perdida,
na hora incerta vertida,
desolada, solitária,
quase não percebida,
no rosto vincado,
muito mais pela idade,
pela solidão
do anonimato da multidão,
de dois sem comunhão,
de um, só, de mim,
procurando o que falta,
às vezes brincando,
às vezes sério até demais,
mas sempre, sempre em vão.
Sou gêmea!
Já no útero materno tive que aprender a dividir espaço.
Cada um, para mamar, teve que entender a espera.
Mais tarde, nunca senti que um brinquedo fosse apenas meu.
Creio que isso tenha sido a minha melhor escola!
Foi o que forjou em mim a certeza
de que viemos ao mundo para partilhar,
para ceder espaço, para respeitar e zelar pelo outro.
Essa é a razão que me faz achar incompreensíveis certas disputas por ninharias; pelo "honroso" lugar de destaque,
pela necessidade de ser o primeiro em tudo.
Cika Parolin
Nessa manhã, igual a tantas outras,
vieram-me à lembrança os nossos dias.
Não olhamos mais as mesmas paisagens,
nem nossos caminhos tornarão a se cruzar!
Estás em outra dimensão, porém existes dentro de mim,
mais vivo do que nunca, meu irmão,
nos laços perenes que nos unem.
Cika Parolin
Era uma caixa de madeira envernizada,
com detalhes florais em machetaria.
À menor distração de mamãe, embrenhava-me no seu quarto,
onde, no fundo do guarda-roupas, estava aquela maravilha.
Dentro dela, em séphia, muitas fotos antigas.
Retratavam mulheres, homens e crianças
elegantemente vestidos à moda dos anos vinte, trinta, quarenta...
Coques imensos, sedas, ternos, bebês arrumadinhos.
O sorriso contido das mulheres, como convinha à época!
Homens carrancudos, com bengala e bigode elaborado.
Intrigavam-me especialmente algumas fotos milimetricamente
cortadas que sonegavam, aos meus olhos ávidos de criança,
personagens misteriosos, histórias desconhecidas,
dramas e segredos desbotados.
Ali ficava durante horas a observá-las. Identificando traços familiares, perguntando-me quem eram aquelas pessoas, o que tinham vivido, de onde vieram, o que delas ficara em mim?
Algumas respostas foram dadas, mais tarde. Outras jamais!
Das minhas furtivas incursões ao armário de mamãe,
restou-me a certeza de que o tempo apaga
resquícios de vidas que geraram as nossas.
Preservadas e silenciosas
numa simples caixa de fotografias.
Cika Parolin
Estávamos em um pequeno hotel na periferia de Roma.
Era uma noite tranquila como outra qualquer. Exaustos das andanças do dia, decidimos jantar pão, queijos e vinho, no quarto mesmo. Depois disso nos recostamos na cama para planejarmos onde iríamos no dia seguinte.
De repente notamos que o velho e sujo lustre começara a balançar,
o colchão vibrava; tudo balançava ao redor e, em seguida, o mais assustador e inimaginável som fez-nos pensar que as tropas da cavalaria italiana estavam entrando no ambiente. Ficamos lá segurando as mãos, à espera do pior.
Tão rapidamente quanto chegara, a coisa cessou.
O lustre foi lentamente parando e um silêncio absoluto se instalou. Levantamos em direção a uma pequena sacada e lá fora nenhuma folha se agitava, nenhuma voz, o céu estrelado
e tudo parecia normal como nos outros dias.
Passamos a noite acordados, com o coração aos pulos sob o impacto de algo tão estranho. Cedo, no café da manhã, perguntamos o que tinha sido aquilo. Ao que a dona da estalagem nos disse: "Abalo sismico ad Assissi".
Ficamos horrorizados e jamais poderíamos imaginar que, a praticamente 100 quilômetros de distância, era possível sentir os reflexos do terrível terremoto que acabara de ocorrer em Assis.
Cika Parolin
Venha... junte-se a nós...
Já acendemos o fogo...
Em volta dele contaremos histórias,
falaremos dos ancestrais,
riremos até não mais poder,
sentiremo-nos acolhidos, unidos e em paz.
VENHA, não se demore;
já temos café quente e guloseimas...
Só falta VOCÊ... Venha...
Cika Parolin
