Conto Amor de Clarice Lispector
Talvez agora, mais do que nunca,
serei amiga da Poesia,
até quando Deus quiser.
Escrevendo mal ou escrevendo bem, contarei histórias de vida, inventarei algumas de amor com final feliz e quem sabe, como Cora e se o Universo permitir, partirei com papel e lápis na mão, deixando frase inacabada que só alguns saberão completar.
Cika Parolin
Sou uma mulher de paz,
mas isso não quer dizer que eu não enfrente minhas batalhas internas; também não é tão simples seguir o caminho da serenidade. É preciso uma forte determinação aliada ao desejo de fazer da vida algo mais que viver um dia após o outro, no "andar da carruagem". Não! ser de paz é todos os dias aparar arestas; é descobrir onde está o caminho onde brotam as flores;
é promover o entendimento, mesmo a conta-gotas, como aquele passarinho que tenta apagar o incêndio na floresta, levando água no bico! Assim como ele, estou fazendo a minha parte. Cika Parolin
Ouvi ao longe um apito de trem
e imediatamente minha alma viajou para um tempo muito distante!
O tempo da saudosa infância, lá pelos oito anos, quando meu irmão e eu fugíamos de casa para ver o trem passar. Havia um campo ao largo do qual passava uma estrada de ferro. Lá íamos nós, abaixo de sol, esperar a "maria-fumaça".
Sem o menor temor, deitávamos sobre os trilhos e dormentes cheirando a peroba! Ficávamos vendo os desenhos nas nuvens até que ouvíamos o inconfundível apito e a fumaça que se formava no horizonte.
Lá vinha ele, todo negro, imponente, enorme aos nossos olhos!
Rapidamente saíamos da linha e nos sentávamos na relva a ponto de acompanharmos os movimentos e os ruídos incríveis que proporcionava. Havia ainda a eventual possibilidade de algum passageiro nos ver e nos acenar, o que prontamente retribuiríamos. Eu, como menina sonhadora, imaginava que um daqueles moços morenos, que acenavam, poderia vir a ser, no futuro, o grande amor que cruzava meu caminho pela primeira vez e que certamente a vida me faria reencontrar.
No fim do dia voltávamos à casa, com cara de anjos
e mamãe zangada tentando descobrir onde tínhamos andado a tarde inteira. Naturalmente mantínhamos segredo para garantir a fuga do dia seguinte.
Cika Parolin
Do passado só carrego as boas lembranças.
Tudo o que possa ter me ferido depositei no esquecimento.
As decepções, as tristezas, as deslealdades podem ser carregadas por um curto espaço de tempo. Apenas o suficiente para aprendermos as lições que contêm, entendê-las e em seguida esquecê-las por completo. Já as alegrias, o que de bom nos fizeram, os afetos verdadeiros e os sentimentos do bem devem ser tratados com relevância absoluta e jamais esquecidos. Cika Parolin
O que éramos, jamais voltaremos a ser!
As linhas do tempo já se fixaram em nosso corpo;
a leveza dos movimentos já não existe.
Pensar, ler, caminhar... fazemos tudo num ritmo mais lento.
Nada a reclamar, vivemos intensamente o esplendor de nosso apogeu físico.
Nosso amor também se modificou: Não mais os arroubos da juventude, não mais a urgência da intimidade, não mais as ciumeiras bobas e nem as discussões acaloradas que terminavam em risos e beijos.
Agora vivemos a serenidade do amor maduro, a certeza de que teremos um ao outro pelo resto do nosso viver.
De tudo resta a constatação de que viver é lindo
e muito mais, quando temos a benção de, juntos, trilharmos o difícil caminho da maturidade. Cika Parolin
Somos feitos também de "coração partido"!
Parece-me próprio do viver experimentarmos todos os sentimentos, como se disso dependesse o nosso crescimento emocional. Creio mesmo que só "ficamos prontos para a vida" se tivermos passado por perdas irreparáveis e pelos tombos que nos forcem a levantar a cabeça e seguir.
Olhando para trás, percebo que melhorei como pessoa e os valores que há alguns anos eram tão importantes, hoje nada significam.
Disso tudo, resta a certeza de que,como dizem, não estamos aqui para um passeio agradável, mas para o aprendizado da bondade, da gratidão e da solidariedade.
Cika Parolin
De quando em quando o vazio me visita!
Aquela sensação de inutilidade, de falta de perspectiva quer tomar conta da situação, mas não, eu luto!
Procuro enchê-lo de poesia, de música, de leitura, de atenção à família, de pilates, de tarefas, de caminhadas... A velha conhecida "deprê" me cutuca e quer mostrar as garras! Mas eu luto!
Nego-me a ser vítima! Ajeito-me; quase me jogo no frasco de perfume que traz doces lembranças; maquiagem leve, sorriso no rosto e lá vou eu me fazendo de alegre!
E não é que funciona! Recebo sorrisos de volta, elogios à minha incrível disposição aos quase 67 e à simplicidade e simpatia que dizem que inspiro.
E assim engano a "danada" por mais um dia! EU LUTO!
Cika Parolin
11 de janeiro de 2013
Estou "in love" com a vida!
Os constantes movimentos de expansão e contração que ela apresenta
fazem parte do nosso relacionamento.
Atravessamos os nossos altos e baixos, mas no balanço geral
o saldo é positivo e cada dia é um somatório de experiências que contém oportunidades de aprendizado e melhoramento. Cika Parolin
Não te preocupes com o envelhecimento!
Não fiques a dizer "Estou Velho".
Não posso isso, não posso aquilo...
Podes tudo o que quiseres,
talvez mais devagar, mas podes!
Amar? não posso...estou velho...
Ora não digas isso.
Amar não é só função do corpo;
amar é coisa da alma!
Ama-se sempre e mais , e mais...
Por isso, não repitas mais, estou velho.
Sempre que o dizes ou pensas,
o Universo te ouve
e fatalmente te sentirás mais velho
para amar, para viver,
e para usufruir dos dias
que ele ainda te reserva.
Cika Parolin
Ah não se engane com essa minha cara de contente!
Esperneio muito diante das dificuldades,
mas não me dou por vencida, luto bravamente!
As noites são duras, mas em seguida vem o dia,
Meto um sorriso na cara, começo tudo novamente.
É... essa sou eu ! o retrato da alegria,
sou uma sobrevivente! Cika Parolin
O que tinha se transformado em recordação,
sentimento engavetado, como dentro de livro,
seca flor em botão;
o que vivia apenas na saudade das noites insones
e pela manhã, novamente envolto nas névoas do esquecimento;
O que jazia nos caminhos inexplorados,
dos olhos despercebido, esquecido no tempo,
o que era fragmento de história vivida...
Explode num arco-íris de luzes e cores,
ressurgidas no simples reencontro de olhos,
de um segundo, a fração.
Cika Parolin
Ler e escrever
Há momentos especiais na vida de cada ser!
Sem dúvida, um deles é o primeiro contato com as letras.
Abre-se um mundo mágico diante de nós
e, em desenfreada carreira, saímos a ler tudo o que vier pela frente:
Placas, bulas, embalagens, livros...
Ah! quando chegamos aos LIVROS!
Ou é amor incondicional, para toda a vida,
ou nunca chegaremos ao final de nenhum deles.
Do amor à leitura até escrever, é algo estupendo.
O que parecia um sonho distante começa a se delinear
e ao que se apaixona também pela escrita,
só há um caminho a seguir:
O de por palavras se expressar.
Muitos têm, na tenra idade,
o impulso de sua obra criar,
mas por razões diversas deixam o sonho pelo caminho.
Há porém, os que persistem,
bem ou mal seguem escrevendo
e alimentando seu amor pela leitura e pela escrita.
Cika Parolin
Ah "Carlinhos",
Sentei-me ao teu lado!
Falei, falei...
Não me respondeste.
Quis saber das dores,
da pedra no caminho,
o que houve com José,
de Minas, a Itabira,
e dos amores...
Não me respondeste,
apenas, impassível, ouviste.
Deixei-te na brisa, no tempo
e fui te ler.
Cika Parolin
(Homenagem a Carlos Drummond de Andrade)
Gosto tanto do equilíbrio,
do saudável meio-termo!
Duas atitudes me assustam
e me fazem querer sair pela tangente:
"A demais e a de menos"!
comparando com o amor:
Demasiado, asfixia
de menos, esfria.
É preciso serenidade
para que um afeto crie raízes,
em processo lento e constante.
Cika Parolin
A Lagarta e a Borboleta
Em um pessegueiro em flor havia um casulo.
Dentro dele uma lagarta muito pessimista.
De sua janela via as borboletas felizes, de flor em flor
e invejava a sua liberdade.
Chorava se sentindo esquecida pela sorte, até que num dia de sol, uma borboletinha pousou à sua janela. Vendo-a chorar lhe pergunta: Por que choras?
Porque eu também queria voar e estou presa aqui dentro...
Ao que a Borboleta responde: Então não sabes de onde, nós borboletas, viemos? Nós viemos de casulos, iguais ao seu.
A Lagarta surpresa e vibrando de alegria sorri feliz...
Compreendeu, finalmente, que para tudo há um tempo. Tempo de ser Lagarta e tempo de ser Borboleta e tratou de esperar que tudo acontecesse no seu tempo.
Cika Parolin
da coleção de pequenos Contos Infantis
Quando o silêncio é a manifestação da sabedoria?
1- Diante da fé e em oração,
2- Na mediação de um conflito,
3- Quando suas palavras têm apenas intenções destrutivas ou humilhantes,
4-Se estiveres possuído pela raiva,
5- Se por ventura aflorar a inveja ou a vingança,
6- Quando não conseguir enxergar mais nada além de defeitos,
7- Se o objetivo for regido simplesmente pela fofoca...
...ATENÇÃO...
Em época de Quaresma,
principalmente em ano eleitoral(político),
folcloricamente, muitas "assombrações"
saem de casa, para uma "visitinha",
com a finalidade de tentação,
procurando mostrar em alguns meses,
o que não deram conta de fazer em anos.
Prestem atenção e cuidado:
Se vocês não aprenderem a ler e interpretar
o que foi escrito,
deixando apenas para outras pessoas
lhes informarem os acontecimentos,
correrão um grande risco
de receberem notícias falsas ou distorcidas,
ficando assim, fáceis de serem manipulados,
virando, desta forma,
massa de manobra, ou fantoches,
nas mãos de poderosos inescrupulosos.
Amizade
Uma vez, alguém me disse que eu não poderia ser amiga de A ou B porque mal os conhecia, que amizade exigia tempo para construir confiança. Mas, será mesmo que o tempo é o único critério para definir a profundidade de uma conexão? Eu acredito que não.
A verdadeira amizade nasce na afinidade, naquele instante em que duas almas se reconhecem, mesmo sem nunca terem se visto antes. Às vezes, tudo o que precisamos é de uma conversa para sentir que encontramos alguém que nos entende sem precisar de explicações. O tempo pode fortalecer laços, mas não é ele quem determina sua essência. Há relações que duram anos sem nunca se aprofundarem, enquanto outras, em poucos dias, se tornam refúgios seguros.
O que realmente constrói uma amizade é o cuidado espontâneo, o afeto sincero, o respeito que não precisa ser cobrado, o carinho que se sente até no silêncio. Não é sobre estar juntos o tempo todo, mas sobre estar presente de verdade quando se está. É sobre querer a companhia do outro não por conveniência, mas por conexão genuína.
E quando isso acontece, não há máscaras, não há barreiras. A pessoa se senta ao seu lado sem precisar se armar, sem medo de expor suas fragilidades, seus sonhos, seus receios. Ela confia em você como se sempre tivesse feito parte da sua vida. E, por mais incrível que pareça, isso não leva tempo para acontecer. No meu caso, bastou uma semana para perceber que já éramo … muito mais do que conhecidos, muito mais do que meros companheiros de momentos. Éramos almas que, por alguma razão inexplicável, se encontraram e se escolheram. Sem precisar de provas, sem precisar de justificativas, apenas sentindo que ali, na presença um do outro, havia um lugar seguro.
A amizade verdadeira não precisa de décadas para ser real, porque ela não se mede em anos, mas sim na intensidade dos gestos, na verdade das palavras e no conforto do silêncio compartilhado. Há quem passe a vida inteira cercado de pessoas e nunca experimente esse tipo de conexão. Mas, quando ela acontece, não importa se foi em uma semana, em um dia ou em uma hora. O que importa é que aconteceu.
E assim, sem perceber, nos tornamos parte um do outro. Rimos até a barriga doer, choramos sem precisar esconder as lágrimas, dividimos angústias e conquistas, nos apoiamos sem questionar. Em pouco tempo, construímos algo que muitos não constroem em uma vida inteira: uma amizade que não pede explicações, que não exige perfeição, mas que se fortalece na verdade e na entrega.
Então, não, a amizade não é uma questão de tempo. É uma questão de conexão, de entrega, de sentir-se em casa no coração do outro. E isso, quando acontece, é para sempre.
No presépio, o Verbo de Deus se manifesta corporalmente,
a fim de que tanto os seres racionais como os irracionais
possam participar do alimento da salvação.
Penso ser isto que o profeta proclamava,
quando falava do mistério do presépio:
O boi conhece o seu dono,
e o jumento,
a manjedoura de seu senhor;
mas Israel é incapaz de conhecer,
o meu povo não pode entender (Is 1,3).
Fez-se pobre por nós aquele que é rico,
tornando facilmente perceptível a todos
a salvação do Verbo de Deus.
Também Paulo o indica, ao escrever:
Por causa de vós se fez pobre, embora fosse rico,
para vos enriquecer com a sua pobreza (2Cor 8,9).
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