Contexto da Poesia Tecendo a Manha

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Ainda me lembro do dia em que dissemos: seremos felizes até que a poesia nos repare. Primeiro, você riu, eu gargalhei e nós casamos. Depois, eu li, você ouviu e, nus, transamos. Por fim, eu lembrei, você se esqueceu e nós cansamos. Hoje, ainda que me falte você, nunca me faltará poesia. Um poema é o próprio abandono descrito em versos, diversas vezes. É o poeta em estado onírico implorando em rimas, alexandrinos, decassílabos decadentes: “Volta para mim, palavra bonita. Volta!”. Seu mundo sempre foi confuso, uma mistura moderna de Garcia Márquez com qualquer pintura de Velásquez. Você só parece amar quem pisoteia nos seus sonhos, quem tapa os seus sorrisos com lágrimas, quem lhe abandona sem roupa, sem mundo, sem beijo. Veja só: As Meninas na corte do rei parecem cortejar o seu coração. Corta a cena: seu azar foi ter vivido Cem anos de Solidão em uma única relação. Talvez por isso nada lhe emocione mais: nem o piano que toca algumas notas de jazz, nem o coração em guerra que, no peito, hasteia uma bandeira de paz. Talvez por isso nada lhe interesse mais: nem as cartas nem as caras de amor. Todas elas são ridículas, já dizia o poeta, todas elas são partículas de sentimento que não insiste mais… Contudo ainda me pego algumas vezes tateando uma sombra incompreensível que fala e que fuma e que finge estar viva. Só finge! Uma sombra precisa de luz para ser viva. Um amor precisa de vida para reluzir. Eu preciso de ambos para existir.

Rodrigo
Ana, minha querida,
Dizem que o amor acaba, que o amor termina. Mas não é verdade. Nada acaba, tudo dura, continua e se transforma.
Enquanto eu aguardava aquela cirurgia, mil anos se passaram. As duas estavam lá dentro e eu pensava: “se acontecer alguma coisa com elas, eu morro!” Dizem que passa um filme da nossa vida na nossa cabeça. E por isso eu vi: vi vocês duas, meninas, chegando na nossa casa. Vi nós três juntos, ainda pequenos e tantos e tantos momentos. Vi você erguendo taças, troféus. Tua imagem na revista, inacessível, distante da criança que eu era. E que você era também.
Depois a nossa fuga de casa, veio o nosso medo, veio a nossa coragem, veio o salto sem rede que tantas vezes se chama amor. Vi você indo embora, sendo levada de diferentes formas, tantas e tantas vezes. E depois vi você voltando e no fundo de seus olhos, como num rio, tudo que a gente não tinha vivido. A partir daí eu me vi dividido entre dois amores, entre duas vidas: uma que eu estava vivendo e outra que eu jamais tinha podido viver.
Durante os meus piores momentos enquanto eu aguardava naquela sala, foi como se a doença da nossa filha tivesse me curado. Eu entendi que não tinha mais divisão nenhuma. O que tinha sido vivido, o que tinha ficado pra trás, tudo, era parte de uma mesma história, de uma mesma vida e de um mesmo sentimento: amor. E foi então que eu vi nós dois juntos cruzando a fronteira.
Ana
Como se eu tivesse alcançado a outra margem de um rio. O rio onde a gente se amou pela primeira vez, o rio do meu acidente, mas sempre um rio. E porque naquele momento eu precisava ser forte, finalmente, sem escapes, eu consegui atravessar aquele rio eterno. Como se num instante, eu tivesse vivido todos os anos que ainda estavam parados em mim, me esperando.
Do outro lado da fronteira, que sem perceber nós já tínhamos cruzado, uma infância compartilhada, uma adolescência truncada, uma juventude não vivida. Do lado de cá, dois adultos maduros finalmente libertos daquele fardo pesado feito de lembranças, de sonhos antigos. Porque há novos sonhos do lado de cá da fronteira. E agora podemos viver!
Lícia Manzo

Não existe um dia que não pense em ti...tenho sempre presente esse olhar que não sei descrever. ..tou tão confuso e tão certo nesta ocultação da dor perpetuada ao longo de tantos anos...tão farto e tão vazio. ..não me sinto em mim.concluo a cobardisse que se apoderou da minha sorte . ..algo trespassou a minha alma...largou me em criança!! Quero desaparecer. Desligar se possível. Eu não escolhi isto. Eu não pedi isto. Não fiz mal a ninguém!!! Por favor, foi tudo em vão?
continuo no escuro e não vislumbro nada . nada mesmo! Mas não existe dia em que não pense em ti...e sinto me tão mal por esta temporalidade me crucificar...Será ela, serei eu? Não faço por mal. Fartei me de chorar em criança, em surdina sentido as misérias dos meus...ddas minhas raizes, dos meus laços...tou e sou tão triste. .. nem um cálice pode acudir me nestes tempos abafar o choro da minha alma. .. faz ressonância nas minhas vísceras.
Podia ser tão calmo nesta tempestade, mas não gosto de mim. ..nunca fui verdadeiramente desejado. Não devia ter pedido,nao merecia, não podia , não devia , não crescia. .. desapareço esmorece desaparece. Quem? Eu? Não tenho nada a sentir. .. ir e vir. .. onde? Como? Com quem? Grita, larga, soltar...

Dá a alguém

Bolha de sabão

Eu quero um fim, não sei se o fim, mas um fim sim...
Desejar nunca ter existido é com certeza diferente do anseio pela morte...
Queria só um sono, longo e sem sonhos e sem pesadelos, sem pesadelos...

Quem me dera ser uma bolha de sabão...
Que em sua curta jornada só tem luz e beleza...
E se acaba com o tocar de uma criança...

Quando o realismo e o pessimismo se confundem...
Meu problema é minha solução...

Já não sei o que é que é, já nem sei se um dia soube...

desde o início dos tempos, algo perto de 110 bilhões de humanos nasceram neste mundo.
É nenhum deles chegou lá.
Há 6,8 bilhões de pessoas neste planeta.
Cerca de 60 milhões morrem por ano.
60 milhões de pessoas.
Isso da aproximadamente 160 mil por dia.
Eu li essa frase quando era criança, "Vivemos sozinhos, morremos sozinhos.
É todo o resto é apenas uma ilusão."
Serve para me manter acordado à noite.
Todos nós morremos sozinhos.

Porque devo passar minha vida trabalhando, suando e lutando?
Por uma ilusão?
Porque nenhuma quantidade de amigos, nenhuma garota, nenhuma tarefa de conjugar o mais-que-perfeito ou determinar a raiz quadrada da hipotenusa, me ajudará a evitar meu destino.
Tenho coisas melhores para fazer com o meu tempo.

A peça perfeita

Há tantos atores

Em todos os lugares do mundo

Bons ou ruins…

E você era um ator…

Você entrou na minha vida com sua peça

Me envolveu no seu elenco

Me enrolou com seu script

Me conquistou com suas falas

Me fez dançar conforme sua coreografia

Você sabia o que fazia

Eu já não sabia mais o que era real e o que era atuação…

Estávamos em mais uma de suas peças…

Eu era a princesa que precisava de um beijo para se livrar da maldição

E você o príncipe que tinha o famoso beijo

O príncipe beija a princesa

A maldição acaba

A plateia se levanta esperando para aplaudir o felizes para sempre…

Mas o príncipe larga a mão da princesa

E vai para trás das cortinas

A princesa não esperava por isso

Nada disso estava no script

Naquele momento eu me senti a Julieta

E você era o Romeu

As famílias não queriam a união

Mas, nós teimosos, continuamos

Era tudo igual a história de Shakespeare

Mas a história de repente começa a sair dos trilhos

Romeu não morre, ele vai embora com outra

Julieta morre, mas não com o punhal

Ela sangra internamente

Seu coração se fragmenta...

As cortinas se fecham

Mas você continua a atuar

Mas com outra pessoa em meu antigo lugar

Você atuou tão bem

Eu pensei que era a protagonista da sua peça

Mas eu era apenas a substituta

Eu não passava de uma secundária no seu grande teatro…

Eu era descartável para você

Meus atos acabaram naquele momento…

Juntamente com meu coração...

Inserida por Agarotadocapuz

Gerações

Romântica é a boémia que trago nos bolsos do casaco que era do meu avô. Casaco que tinha perpetuado um Readers digest, todo ele azul vivo ! Esse velho casaco com uma faixa amarela que me agasalhava os ombros. Quando o usava lembrava me do orvalho nas nossas nocturnas cavalgadas no oeste português, bafejadas de símbolos e signos. Cada vez que o vestia, sentia sempre que era a primeira. E sim sentia me vivo como o azul ,e amarelo bem vivos, cheios de novas expressões em cada vinco do casaco. Conceito de um avô que agasalha, um Readers. Experimenta sempre primeiro algo que te comprove a qualidade de futuros actos . quem não serve bom vinho da casa ,nunca servirá boa comida, e sem boa comida não existirá boémia e muito menos romances que sorriem. ..nem amizades que perdurem.

Dáalguem

Inserida por daaalguem

Gordo... Esta é mesmo a vida que menos gosto.Só me apetece sair de casa,ir buscar uma viola me a mente ao coração que mente e vaguear de carro com o cão. ..Sinto um desapego à minha pessoa imenso.Não me apetece vincular a nada. ..Apetecia me tar são Bartolomeu no alpendre.
Com a luz da noite...
E o silêncio.

Sou um pássaro no fio da navalha e preciso da decadência em forma de risos. ..
As minhas asas ocultaram. ..riram e partiram!

Inserida por daaalguem

Por tua causa vivo como uma criança.só espírito infantil pode fugir às agruras de tais perdas...uma perda nunca é singular pois é o abraço de uma variedade infinita de sensações...indios sonham relembrando! Que saudades de levitar no cheiro do teu olhar.ainda hoje cheiro as maos a procura de relembrar...os outros sao apenas outros dentro de nós.

Dá a alguém

Inserida por daaalguem

Reino amnésico

por vezes tenho representações e lembro me de algo.
Imagens
ou palavras,
mas nunca a consciência do acto todo.
Essa consciência segundo a memoria que costuma estar nesse lugar sentada a olhar para mim a dizer :
" nao te vou deixar lembrar de tudo”
" Agora aproveita a tua mais ínfima viagem na tentativa de perceberes amnesia”
"Ela não está cá para ti"
"Podes voltar, mas nunca a vais encontrar"
"Eu sei que vais voltar. Voltas sempre. Nunca desistes, nem te conformas, depois não sabes lidar com isso"
É das poucas coisas que me lembro de quando estou à porta
do reino da amnesia.
Contrariedade do esquecimento umas vezes em casa, outras fora…
Alguns não acreditam que tal sitio ou lugar existe! E eu que me lembro que tentei explicar mesmo que não necessite…

Dá a alguém

Inserida por daaalguem

O homem moderno sexualmente e nas acções do dia a dia assemelha se a um grande necrofago. Ao longo da caminhada que é o envelhecer em espírito e em alma. regista não a passagem temporal mas sim uma grande pinça murcha com um pequeno coração.E existe uma relação da igreja com o coração e a pinça. Chama se a acumulação de sémen transferida por directos discursos vindo de obscuros percursos...ai conflito que estais na terra. Quem diz na terra, diz na tua terra à tua beira.cuidado moderno já existem cintas que falam e quem sabe não te chegas à beira . depois gritas ou sussurras: papa Francisca sémen sémen semente do corpo que sai. Já mataste o homem, fica a modernidade.Amen!

Dá a alguém

Inserida por daaalguem

Apetecia me algo...apetecia me tudo...desfruto de nada por vezes de tudo.querem narizes nos falessios do amor enquanto as pupilas dilatam em dor de surdina. ..aberrante pensamento que Confúcios o meu coração. ..
A boémia que como vilã abusa do ser ou não ser adulto em acordes ou acordares de harmonia musical ou em expressão corporal. ..nunca me apanharam porque a boémia em mim poderia ser o big fish de todos vós que estais sem voz. ..
"Não são vocês que me expulsam. Sou eu que vos condeno a ficar"

Tá a ter um ataque de epilepsia?
Não minha querida, é mesmo um ataque de ...

Inserida por daaalguem

Por mim e por ela.quando amas libertas...alguma vez te prendi?

Deu vontade de te ter conhecido bem antes.e ao mesmo serias sempre igual aos cinquenta...

Por seres como és. Apenas isso! Não para ter nada, e talvez ter tudo...
Qual tempo? É intemporal, necessitava sangrar...O destino encarrega se do resto,imenso. Mas o amor está lá. No olhar presente que pressente sem explicação para presságios. Está! Presente estive...no tom de voz,nada foi convencional, carregava passados que não foram vividos nesta vida...
se não teve força! ? Cada um teve o seu tempo de espera, cada um tem a sua liberdade. Não existem amores entre prisões. ..
Espero que sejas sempre honesta.acredito nisso na tua pessoa, minha pessoa. É do que mais gostei, gosto em nós. A capacidade de traduzires honestidade em discurso e acção corrente. Forte como o leito de um rio onde ambos já celebrámos e onde pernoitámos bem dentro um do outro. Não existiram margens nessa noite, e tava uma lua...

Inserida por daaalguem

Lá na tua morada...


Um pedaço da minha lua é sua
A parte mais linda dela
Da minha lua uma parte é sua
E a minha lua é frágil e pura

O meu sol é quase todo de você
É algo que não se vê
Mas te digo que é
Você crê?

E no meu céu, há você em toda parte
Na noite ou no dia
Você está lá
Trazendo alegria

Na minha estrela também
Quase tudo te pertence
Você que veio assim tão de repente
Assim tão diferente

E preciso te contar uma coisa
Meu coração é feito de lua
E de sol e de céu e de estrela...

Inserida por aloucadacasa

''Mexe qualquer coisa dentro, doida...''
Se eu fosse o que quero ser...
Se eu fosse o que pensam que sou...
Se eu fossem o que acham que quero ser...
Se eu fosse o que quero que os outros pensem que sou...

Se eu fosse um ponto de luz em meio às trevas da sua mente...
Se eu fosse minha escuridão na minha clareza...
Se eu fosse dor e solidão...
Se eu fosse alegria e ternura...

Eu seria qualquer coisa, na projeção de certo alguém...
Eu sou o que quero, mas só pra mim...
Se eu soubesse algo concreto sobre mim...

Acho que nem seria mais eu...

Inserida por aloucadacasa

Doloroso crescer


Crescer dói, é natural e dói
Como dói naturalmente
O parto e a partida

Se querer crescer já tem sua dor
Não querer, então, é tortura
Mas é natural...

E é de uma naturalidade totalmente
Previsível e inevitável...
É gradativo, mas quem sofre quase não vê
E ao perceber, já era...

Embora também saibamos, que cada fase
Tem sua beleza e seu encanto
Vez ou outra, nada ameniza...
A dor de crescer

E crescer é pra sempre,
Por dentro...

Por dentro há evolução contínua
Daquele que crê, ama e imagina
E na imaginação do ser interior...
A dor é escolha...

E a gente vive crescendo
E cresce vivendo
Naturalmente...

E na dor do crescer, do exterior e do cronológico...
Espero que tudo se cure...

E no interior, tudo seja mais formoso...

Inserida por aloucadacasa

Num verso avulso


É que ela precisa, que você busque em cada entrelinha um sentimento...
Que você veja a saudade num verso solto...
Ela almeja que você perceba, o quanto é importante para ela...
Ela quer que você saiba do querer dela...
E quer que você aprenda, que sobre você, nunca nada é só, e é por ser...
Ela busca nas tuas palavras, o subliminar que há nas dela...

Inserida por aloucadacasa

Onde o sentido se perdeu?

Sem ser, tu foste
De todos os amores, o maior
Ó anjo primaveril
Das flores do teu olhar, que tinha na pele seu aroma
Foste a coisinha mais linda
Sem ser...

Choveste em mim
A chuva mais bela, e eu me deixava resfriar
E não me resfriava
Pois nunca nada fora frio...

E num sol de matar
Foste a brisa pra acalmar
E de todos os amores, o maior
E que haja muitas outras estações, estações inventadas e risonhas

E que nunca ninguém tire teu posto...

Inserida por aloucadacasa

Enfim Sós

Enfim, sós.
Você aí e eu aqui.
Enfim sós.
Na solidão de cada um .
Não sendo dois.
Não somos sozinhos, nem um.
Nenhum, nenhum verdadeiro.
Nada real, ou tudo.
Enfim sós.
Sós, num pesar desastroso.
Você lá e eu cá, luzindo num fim de tarde.
Num fim de tarde, uma luz opaca.

Sós, apenas...Apenas nós.

Inserida por aloucadacasa

De repente a noite caiu e o vento chegou, mas a solidão não.
Eu estava contigo, dono de toda minha dúvida, de toda minha certeza.
A gente é tão doce, um par inesperado e doce...

Peço mais uma vez, que não me desperte do sonho que é você!
Porque em cada instante que tenho sua companhia
Tudo é leve e poético, como sempre quis...

É uma aurora boreal com tons de cores preferidas
Uma melodia que não traz sono, mas fantasia
Um sabor de tudo que a gente quer querer...

Inteira e verdadeiramente, gosto de te gostar
Na linha imperfeita dos pensamentos e do desejar
No destino que há de vir, gosto de te gostar...

Inserida por aloucadacasa