Contexto da Poesia Tecendo a Manha
Desapegue…
Desapegue das coisas
Mas não das pessoas.
Desapegue das frustações
Da carreira, do dinheiro
Mas não das chances de viver por ai.
Desapegue das dores
Dos pensamentos ruins
Mas não do seu sorriso.
Desapegue das redes sociais
Das selfies, dos likes.
Mas não da sua liberdade.
Desapegue do passado, do futuro
Mas não do agora.
Dessa vida só se levará tua alma.
O resto, desapegue…
Cresci ,
o tempo que nem notei
levou-me, leve e quieto,
parece no entanto
que nunca, nunca passou,
a poesia que percebia
permaneceu comigo
um abrigo,
ao coração sempre adolescente,
amor primeiro,
sexto sentido
que cada vez mais forte,
grita, desafina, melodia sem receio
porque n'alma
se escreveu
o que a vida ditou.
FIO DA FACA
De moto na estrada
na chuva sem capa
molha o coro, a camisa
... Molha a calça...
Molha a vida atrevida
com a vida que empaca
o doce da doce vida
no fio da velha faca.
Molha o calor smilinguido
e o pasto d'aquela vaca
o esquema de bandido
e os grãos seco da safra.
Os, aperreios do calor
molha com suavidade
o adeus do grande amor
e os ventos da saudade.
Antonio Montes
Tem dias que acordamos e estamos dispostos a fazer tudo
Outros sonhamos andando,sorrimos cantando,choramos lembrando
Dias que chovem a vida tem um olhar diferente,o frio faz a gente mais prudente ,muito distante do sol
O dia mais feliz não existe, a felicidade mora dentro de nós,podemos deixar mais leve a cada momento,em meio a tantos pensamentos
O dia namora sabia? a noite se arruma e o sol ilumina , o casal escolhe quem fica
Pra clarear.
A RETA E O GATO
Seu gato... Cadê a reta, cadê a reta
que você cerca, para que não
possam passar?!
Que flecha é essa, de qual arco ou
retrato... Que atiram e acerta...
Na asa d'essa caneca,
na roda que breca...
Ou na proa da canoa
que aborda na velha borda abobada
na hora incerta do velho mar...
Seu gato... Gatuno noturno
infortúnio! O que tem feito ao
velho mundo, por qual você acha,
que só você pode andar!
Não vê, que a vida assim sem mim...
Só você navegando por ai, por aqui,
não terá meio inicio,
muito menos... Meio fim.
Antonio Montes
Danço com os coiotes nas noites de lua cheia,
onde só existe a natureza dos insanos
e a beleza cristalina dos que amam a simplicidade.
Me misturo com eles, me esfrego em seus pelos.
Somos siameses perfeitos!
A magia me entrega à madrugada
e eu sou um animal selvagem,
perigosamente
anciã dos tempos!
(10/07/17)
Sou estrada...
Eu sou muito mais Bruxa do que Fada!
Tenho escoriações na alma, sem remédio!
Teço colchas infinitas de retalhos
e os meus sonhos são quimeras defasadas!
Minha alma traja luto quando dança!
Tem serpentes que acompanham o seu passo
e duendes que vivem em suas lendas.
Minha alma voa nas asas da noite,
sem nunca ter sobrevoado o dia.
Sou Bruxa!
Sou Fada!
Sou Serpente!
Não importa o nome, sou Estrada!
NOTA DE UM FONEMA
Era noite...
E o fonema de uma sanfona
toda em tema...
Fazia se ouvir pelos pensamentos,
cabelos marias-chiquinhas e diademas.
Enquanto a musica bradava
tomando espaço do salão...
A velha vitrola com sua pilha cansada,
atontava o dono d'aquela canção.
Entre uma nota e outra, timbres,
suspiros, passos e contrapassos...
Saias rodadas rodavam, rodavam
arfando seus desejos na marcação.
Enquanto isso... Olhos siricutiavam
a desenvolturas dos ventos, junto
aos buchichos e o fulgor dos desejos
e os tics-tacs sonhado do coração.
Antonio Montes
IMPORTÂNCIA
A primeira vez que me deixaram...
Me perdi no sono, acordei sob choro
de um pesadelo incontentável e a
noite, sob minha solidão... Vaguei
pelos passos pesados das passadas
da lua. Atirei minhas lagrimas
na calçada da rua, até então, crua.
A segunda vez... Chorei, chorei
... Chorei como alma desvalida
encharquei meus olhos com aquela
neblina árdua e atrevida.
As outras vezes que me deixaram...
Não sei, não sei, não sei como fiquei!
Já não chorei para os olhos, apenas,
esfreguei minhas pálpebras, e
enxuguei minha pupilas feridas...
Hoje eu entendo, que em todas as
vezes, eu dei mais importância mesmo
para minha incansável vida.
Antonio Montes
Quero você sempre
Ao meu lado.
Em meu pensamento
Dentro de minha alma
Quero sempre pensar em você.
Quando penso em você
Fico com meu coração
Em alegria.
Transformo esse lindo amor
Em uma apaixonada poesia.
Sem você, nesta poesia.
As palavras não encaixariam,
Os sentimentos não teriam valor
As belezas a mim já não encantariam
Porque para mim,todo resto não teria cor.
Nada em minha vida teria sentido
Se você não estivesse aqui comigo
Por hoje apenas o seu sorriso já me traria alegria,
Por hoje tudo o que eu queria era o seu carinho
Por hoje somente o seu olhar iluminaria o meu dia
Sem você eu não conseguiria
Fazer esta poesia
Lágrimas regam os jardins da emoção,
Transformam sentimentos em meio ao caos,
Perdido, me encontro, me perco novamente na solidão,
Busco o toque envolvente das suas doces mãos.
Mãos que acalentam, mãos que aliviam meu sofrer,
Hoje choro, amanhã talvez possa sorrir,
Desisti,pensei, recomecei de novo a viver,
Viver para o amor, ser e fazer feliz.
Lágrimas rolam e fazem surgir flores,
Flores que exalam amor,
O caos se transforma pela suas belas cores,
O amor é toque, é alivio de toda a dor.
Chore comigo, toque nas minhas emoções,
Permita misturar a beleza do sentir,
Sinta-me, que eu a muito sinto a ti,
Então eu e você seremos um em dois corações.
És me, e sou-te...
Meu mar
(Victor Bhering Drummond)
Meu mar você me dá
Leveza à toa
Tirando a fantasia
Me desmascarando todo
Encharcado de suor
De tanto a gente se banhar
De tanto realizar loucuras
Nosso instinto faz amor
Envolto em maresia
Na areia, na choupana
É só harmonia
Sol que vem pra me benzer
De tanto a gente se amar
De tanto mergulhar
Em suas ondas
(De um sol e mar primaveris quase desertos em Jabaquara beach, Paraty)
Realidade em amor incondicional
é igual uma tela de pintura ternurenta
onde o pintor pinta com instinto sobrenatural
com seu olhar mágico de beleza atenta
Captura a arte num coletivo de cores
se deixa seduzir pelas matizes
e o artista dá mostra do dom sensorial
são nesses momentos mais felizes
expande a alma repleta de amor atemporal
matiza a realidade como fosse virtual
expõe por vocação,
é estilista da luz do infinito
traduz toda emoção,
ABRINDO GAVETAS
Revirando a gaveta do passado
hoje, eu me deparei com seus escritos...
Bilhetes, cartas e aquele gosto, fraseado.
Em todos eles, você estava lá!
Você estava lá, sob escrito, em todas
palavras que você me escreveu.
Estava lá, na beleza ortográfica!
Na sensibilidade do sotaque...
Era você, era você n'aquelas paginas.
Bastou eu olhar para recordar,
bastou eu vê e sentir você, eu até ouvi
o seu sorriso me cadeando...
Bastou eu vê e ver você com seu carinho,
na fala, no cheiro...
Na visão que a minha recordação exala.
Bastou eu vê, e ver você com seu jeitinho
... Na micagem, na saudade
n'aquele gargalhar gostoso...
Aquele amar de verdade!
Você estava ali n'aqueles escritos
rascunhando as paginas da minha saudade.
Antonio Montes
Fiz bem!
Não é culpa, é punição.
Não é desculpa, nem encenação.
Não é frescura, tampouco sutura, o que chamam de depressão.
A alma não cura com medicação, o suor não verte se não tiver inerte no jardim da solidão.
Fiz caso do que me chamaram.
Fiz desdém do que acharam.
Fiz graça para os que opinaram.
Fiz música, fiz dança, fiz teatro, fiz lambança numa equivocada esperança que tudo isso seria bom, mas, no final do som, quando cessaram o coro e o tom, percebi perplexo que tudo não passava de uma mera realidade.
De tudo que fiz, juro que me arrependo um pouco, mas, existe algo que não fiz, no meio de um sufoco, entre um suspiro e outro, onde o homem fica louco, e o quarto faz-se tonto, sem direção nem ponto, senti-me um herói por fim, quando apareceu uma flor e baixinho sussurrou: "Isso já passou"!
Despertei-me para a verdade, que não fui só vaidades, nem um criminoso habitual, mas no final da história o que ficou na minha memória foi o que a meiga flor me falou: seu crime foi perdoado, por que seu Advogado lhe mostrou sua isenção!
Não fiz, agora me diz: porque pesa a raiz se a árvore brotou?
DANÇARINA DANÇANTE
Porque dança dançarina...
Com seus passos tantos! Todo santo
dia! Parece ródia na qual você rodopia
esboçando sua alegria.
Dançarina... Já que dança aquebrantada
essa dança variada... A dançarina me
ensina? Me ensina a dançar assim com
essa emoção... Com essa poesia cheia,
de cores e de tom.
Essa rima, esse encanto... Me ensina
a dançar esse amor essa dedicação...
Me ensina a dançar essa dança que
você dança, desfilando essa canção...
Me ensina a dançar essa paixão, que
você carrega nesse seu pobre coração.
Me ensina a dançar dançarina!
as coisas do mundo
os trilhos da minha sina.
Antonio Montes
Caminhos
(Victor Bhering Drummond)
Chegaram na encruzilhada
E escolheram o caminho do amor
A trilha da paz
O caminho da liberdade
Do sol, das cores
E nessa vereda
Tudo se refaz
Como diria Drummond
Vá ser gauche na vida
Desbravar o novo é tão bom
A estrada nascente
A partir de seus passos
Será desenvolvida
PÉTALAS SEPARADAS
Foi assim... Pétalas a pétalas...
Pétalas sobre pétalas, uma a uma
sobre pedra, sobre chão, sob ventos
plainando medos, ventos plainando
paixão... N'outros dias, a flor estava
manquitola e as pétalas seguiram caindo
pelas tardes, amanhecer, pelo frio da
noite e pelo labor do dia e clima tenso...
Caindo, caindo, até não restar mais flor...
A qual agora jaz... Despedaçadas sobre
o chão, e calçadas... Estava lá a flor,
toda em pétalas separadas, como se
fosse uma nação, em mãos barrocadas
de terror, danificadas por planos e
questões erradas.
Antonio Montes
Dedicação
Dedica com ação
Com afeto e afincamento
Já que amor suaviza o labor
Deixa leve correr com o vento
Dedica de coração imune
Que o tempo é depurador de ilusão
Trabalha com a alma em lume
Destrama a trama sem drama
Chama a sensibilidade audaz
Ama, inflama, faz com vontade tenaz
Já que a vida é uma batalha louca
E a guerra, uma dor canalha outra...
Ás vezes uma linda pintura
É pura a realidade dura
Proteja suas emoções
Toda razão tende à sabotar o coração
E sacudir seu mundo.
A galera do beco se anima
Conta 123 e cai pra cima
De cima a vida é meio cinza
De baixo a vida é uma bela miragem
-Não tenho hora para chegar
-Não me procure, não quero voltar
-Pq sonho se eu não posso realizar ?
-Pq solidão se vc é melhor que pegação !
Quero andar, quero blefar
Quero jogar, me deixe andar, quero falar e divagar
Nessa brisa louca, é aqui que vou estacionar.
-O quê?
-NÃO ME DIGA PARA PARAR
-Fui ali no beco cheirar e entornar
-Fui confesso, fui não nego, fui e quero maaaais
Tem galera que duvida, se há um modo de ser feliz na vida?!
Há sim, pode acreditar
Acredite, não dá pra formatar
Só te peço que não me peça para parar
Peço que me mire sem me julgar
Mire e não deixe de avaliar
Se nessa parada vc quer entrar?!
Saia, não se deixe levar
Insta: @li.fer.nanda
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