Coleção pessoal de Waninharaujo
Se desculpar é um ato bonito
Mas se for repetir o (mal)feito,
Me desculpe o (mau) jeito,
Fica o dito pelo não dito.
Poema a duas bocas
Quero falar sobre o beijo
Não daquele que abre um bocejo
Quero falar do beijo que causa arrepio
O beijo que acende pavio
Quero falar da magia
Do beijo que causa euforia
Do beijo que é uma delícia
Que gruda os lábios e desperta malícia
Querendo falar imagino
Você também imagina
O que causa em mim seu cortejo
Onde mais toca em mim nosso beijo
"Se fechar os olhos pode ir até o infinito
Todos os sentidos pulsam na boca e no coração"
A nossa sede é a do amor mais bonito
Almas envoltas num mar de paixão.
Isolda LA Tavares
No embalo da rede
Nosso amor flutua
A nos observar a lua,
Invejosa dos suspiros,
Derrama sobre o mar seu brilho
Que lhe absorve inteira
Como em nosso abraço infindo
Eu te seduzindo
E você absorvendo
O meu derramar em ti.
Meu pequeno colibri
Que passa tão rápido aqui
Me bica de leve
Me trás um beijinho
Um carinho suave
E vai ...
Mas volta, fiz uma aposta,
Porque desse mel, meu amor,
Eu sei que "tu gosta".
Uma coisa que deixa saudade
É um abraço bem dado
Um olhar demorado
Um beijo molhado e ...
O tal do suspiro dobrado!
Flor de cheirar
Água de cheiro
Me cheira o cangote
Me segue o galope
Perfume de amar
De amor de sonhar
Derrama em mim seu suor
Seu néctar seu cheiro
Sua água de cheiro
Minha Flor de Cheirar
Turbilhão de sentidos
Entre a volúpia da chegada
E a angústia da partida
Não importa, na lacuna,
Quanto tempo transcorreu
Não importa, no tempo,
o que ou como tudo se deu
Chegar e partir
Ficar e sumir
Negar e assumir
São os lados das nossas viagens
Ficar além da conta causa dano
Desfaz plano, irrompe desengano
Finda a imortalidade
Solte as amarras
Que bons ventos nos tragam
novas e boas paragens.
Como nasceu o arco íris
Havia uma flor muito linda
Ela era tão linda ... tão linda!
Em meio a um jardim de tantas cores ela reluzia.
Seu brilho parecia o de uma estrela,
Suas pétalas delicadas pareciam dançar ao sopro de uma brisa leve ... muito leve.
Parecia um bailado conduzido por uma flauta mágica.
Ao longe mas não tão distante tinha o beija flor que a observava encantado.
Ele a via e se encantava.
Ficavam ali.
Ela como que encantanda por ele, bailando.
Ele como que encantando por ela, admirando.
Um belo dia,
todos os sons e cores do jardim que,
junto com a flauta mágica,
compunham o maravilhoso espetáculo,
pediram ao tempo que parasse.
O tempo, jubiloso que era, não ousou
contestar o pedido da primavera:
Parou.
Por um segundo a eternidade se firmou.
Voltaram como por encanto
Ao som de um compasso vibrante.
Sem que ninguém percebesse, naquele exato instante,
Ele havia se juntado a ela
E ali mesmo dançaram uma dança jamais vista.
Porem, no céu puderam observar um prisma reluzente de muitas cores.
Dizem que existe um pote de ouro mas,
se alguém conseguir alcançar
o fim do arco íris,
verá ali um casal de flor com seu colibri.
Por amor, puro amor
Não, você não precisa me provar nada.
Não, eu não preciso te provar nada.
Não, você não precisa controlar suas atitudes.
Não, eu não preciso controlar minhas atitudes.
Não, você não precisa me satisfazer.
Não, eu não preciso te satisfazer.
Não, você não precisa de mim.
Não, eu não preciso de você.
Não, nós não precisamos de nos!
O sol me fortalece
A noite me enfraquece
Deito coragem
Acordo medo.
Minha mente perversa
Pregressa
Não mente,
Confessa!
Refaz o que não foi
Desfaz a cena
Desfacela!
Não descrevo o sonho
Nem o pesadelo
Se tive um ou outro não sei,
Não lembro.
De novo o sol que brilha
Refaço
(já disse o poeta:)
Com "régua e compasso"
O proximo passo.
Eu mereço 🦎
Ora! Qualquer hora.
O amor que nasceu outrora
Se distanciou, foi embora
Renasceu agora
E de novo evapora
A saudade vem a toda hora
Sinal que sem demora
A gente s'encontra
(outras muitas vezes)
por essa vida afora...
Saudade
Ando dissolvendo,
derretendo,
sumindo.
Não a carne, falo da alma
Antes tão entregue
Tão absolutamente entregue
Hoje vaga difusa
Sem vontade de voltar pra casa
Habitar esse corpo
Que tanto calor nos braços teus sentiu.
Sinto frio!
O seu lado tá vazio.
O vento que sopra me causa arrepio
O seu lado tá vazio!
Sinto frio.
Querer não é poder. Quem pôde, quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se perde em querer.
O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formamos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o princípio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.
O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...
Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!
Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!
Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...