Coleção pessoal de velhopoema

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Quem vive fugindo dos mares bravos e inquietos e só atraca em portos seguros, nunca irá desbravar terras desconhecidas, nem construir novos portos.

Quando as pessoas começarem a respeitar umas as outras o amor se tornará mais presente no meio delas.

Que as lágrimas que saem dos meus olhos sejam amargas para que um dia os meus sorrisos sejam doces.

Sofro de um mal chamado atelofobia. Tenho medo das partidas e dos “ate logo” sem retorno.

Fui ficando fria ao longo dos anos, sempre esperando por alguém que não iria voltar. Fui perdendo as forças, os sentimentos, as vontades, os desejos, os sonhos, os planos e a vontade de continuar a viver. Enfrentei tantos temporais, tantas nevascas, tantos ventos fortes e no final virei isso, um iceberg, um inverno prolongado, com previsões de muita neve, chuva, raios e trovoadas, o ano todo, a vida toda. Coração de gelo, não bate e nem apanha, ele está parado e inabitável. Ninguém aguenta um frio de -100º, ou seja, ninguém aguenta viver aqui dentro. E foi isso que restou, uma longa e devastadora avalanche de sentimentos e sonhos congelados.

Não consigo dormir direito à noite, não sinto fome, não sinto vontade de nada, na verdade. E eu só queria conseguir sentir alguma coisa no meu coração, queria sentir que tenho um e que ainda bate aqui dentro. Mas os cacos se resumiram a pó e por serem pó é difícil juntar tudo novamente sem faltar uma parte. Porra, eu só queria sentir alguma coisa, eu só queria me sentir importante e amada; eu só queria que as mágoas sumissem, que as lembranças se esvaíssem ou fossem apagadas, porque por mais boas que sejam, só estão causando o mal. Eu só queria que isso tudo passasse, que as coisas melhorassem, que as pessoas se importassem de verdade, que os dias não fossem tão longos e sombrios assim. Estou no meu limite, estou exausta, estou sem animo, sem vontade, sem rumo, sem sentido, sem esperança, sem fé, sem amor e sem abrigo. Minha alma definhou, minha felicidade desapareceu, meu peito apertou, minha garganta sufocou e eu morri por dentro. Eu era tão cheia de coisas boas, tão cheia de amor e agora me tornei oca, vazia, sem sentimentos e ainda mais fria. Fecharam as janelas da minha alma e a escuridão tomou conta do meu ser, não existe mais aquela luzinha lá no fundo; não existe mais aquela voz sussurrando baixinho que tudo vai ficar bem; não existe mais aquele fiozinho de esperança que costumamos nos agarrar quando tudo está difícil. Não existe mais nada além de vazio. Minha alma morreu e eu também morri por dentro.

Estou sorrindo com o coração chorando.