Coleção pessoal de tulipajp

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Às vezes parece que eu não tenho medo
Às vezes parece que eu não tenho dúvidas
Às vezes parece que eu não tenho...
.. Nenhuma razão pra chorar

Você esquece que eu não sou de ferro
(Até o ferro pode enferrujar)
Você esquece que eu não sou de aço
E faço questão de provar:
Olhe pra mim.... enquanto eu me quebro

Às vezes parece que eu tenho muito medo
Às vezes parece que eu só tenho dúvidas
Às vezes parece que eu não tenho...
.. Nenhuma chance de escapar

Acontece que eu não nasci ontem
(Até hoje sempre escapei com vida)
Pra quem duvida de tudo que eu faço
Eu faço questão de provar:
Olhe pra mim.. enquanto... desapareço no ar

Não queira estar no meu lugar
Não queira estar em lugar nenhum
Às vezes tudo muda
E continua tudo no mesmo lugar

Não queira estar no meu lugar
Não queira estar em lugar nenhum (UM LUGAR COMUM)
Às vezes uma prece ajuda
Às vezes nem adiante rezar

Já desisti de ser uma pessoa só
Já desisti de ser uma multidão
Já não ponho todas as fichas na mesa
Agora ... jogo algumas no chão
Jogo algumas no chão

Às vezes tudo, às vezes nada
Às vezes tudo ou nada, às vezes 50%
Às vezes a todo momento, às vezes nunca
Como tudo na vida, não é sempre

Às vezes de bem com a vida, às vezes de mau humor
Às vezes sem saída, às vezes seja onde for
Não é sempre, não é sempre
Como tudo na vida... nunca é sempre

Sobretudo, tenho certeza de que Deus está nos detalhes e as coisas simples são as melhores. Taí uma dessas velhas e surradas sabedorias que a gente teima em esquecer.

Bons fones, se possível. Boa música, sempre!

Não me venha com incríveis carros do ano, restaurantes badalados, quinquilharias digitais e passaportes cheios de carimbos exóticos. Luxo é ter o tempo e o silêncio que se quer e precisa.

Já perdemos muito tempo brincando de perfeição
Esquecemos o que somos: simples de coração

A cada dia encontro mais gente que sabe, com certeza absoluta, o que é melhor pra mim. Apontam, decepcionados, o caminho que eu deveria ter seguido. Apontam, como última chance, o caminho que devo seguir. Nos seus conselhos, elas só se esquecem de uma coisa: de mim.

Senti saudade, vontade de voltar. Fazer a coisa certa: aqui é o meu lugar. Mas sabe como é difícil encontrar a palavra certa, a hora certa de voltar. A porta aberta, a hora certa de chegar. Eu que não fumo, queria um cigarro. Eu que não amo você, envelheci dez anos ou mais nesse último mês. Eu que não bebo pedi um conhaque, pra enfrentar o inverno que entra pela porta que você deixou aberta ao sair.

Não reclamo do mau, do mal que me perturba ou já perturbou. Posso falar deles mil vezes, mas agradeço ter recebido todos, sem excessão, pois são os melhores motivos para eu abraçar o bom, o bem que hoje eu sei, é meu.

Pode acreditar: Diabo é quando não há mais poesia.

Sem dor ou crime, amor simples e direto.

Faço tanta coisa
Pensando no momento de te ver
A minha casa sem você é triste
A espera arde sem me aquecer...

Quando a sorte lhe sorrir, por que não sorrir de volta?

Toda paixão desvairada esconde uma manchete policial.

Chapeuzinho Vermelho

Era uma vez (admitindo-se aqui o tempo como uma realidade palpável, estranho, portanto, à fantasia da história) uma menina, linda e um pouco tola, que se chamava Chapeuzinho Vermelho. (Esses nomes que se usam em substituição do nome próprio chamam-se alcunha ou vulgo). Chapeuzinho Vermelho costumava passear no bosque, colhendo Sinantias, monstruosidade botânica que consiste na soldadura anômala de duas flores vizinhas pelos invólucros ou pelos pecíolos, Mucambés ou Muçambas, planta medicinal da família das Caparidáceas, e brincando aqui e ali com uma Jurueba, da família dos Psitacídeos, que vivem em regiões justafluviais, ou seja, à margem dos rios. Chapeuzinho Vermelho andava, pois, na Floresta, quando lhe aparece um lobo, animal selvagem carnívoro do gênero cão e... (Um parêntesis para os nossos pequenos leitores — o lobo era, presumivelmente, uma figura inexistente criada pelo cérebro superexcitado de Chapeuzinho Vermelho. Tendo que andar na floresta sozinha, - natural seria que, volta e meia, sentindo-se indefesa, tivesse alucinações semelhantes.).

Chapeuzinho Vermelho foi detida pelo lobo que lhe disse: (Outro parêntesis; os animais jamais falaram. Fica explicado aqui que isso é um recurso de fantasia do autor e que o Lobo encarna os sentimentos cruéis do Homem. Esse princípio animista é ascentralíssimo e está em todo o folclore universal.) Disse o Lobo: "Onde vais, linda menina?" Respondeu Chapeuzinho Vermelho: "Vou levar estes doces à minha avozinha que está doente. Atravessarei dunas, montes, cabos, istmos e outros acidentes geográficos e deverei chegar lá às treze e trinta e cinco, ou seja, a uma hora e trinta e cinco minutos da tarde".

Ouvindo isso o Lobo saiu correndo, estimulado por desejos reprimidos (Freud: "Psychopathology Of Everiday Life", The Modern Library Inc. N.Y.). Chegando na casa da avozinha ele engoliu-a de uma vez — o que, segundo o conceito materialista de Marx indica uma intenção crítica do autor, estando oculta aí a idéia do capitalismo devorando o proletariado — e ficou esperando, deitado na cama, fantasiado com a roupa da avó.

Passaram-se quinze minutos (diagrama explicando o funcionamento do relógio e seu processo evolutivo através da História). Chapeuzinho Vermelho chegou e não percebeu que o lobo não era sua avó, porque sofria de astigmatismo convergente, que é uma perturbação visual oriunda da curvatura da córnea. Nem percebeu que a voz não era a da avó, porque sofria de Otite, inflamação do ouvido, nem reconheceu nas suas palavras, palavras cheias de má-fé masculina, porque afinal, eis o que ela era mesmo: esquizofrênica, débil mental e paranóica pequenas doenças que dão no cérebro, parte-súpero-anterior do encéfalo. (A tentativa muito comum da mulher ignorar a transformação do Homem é profusamente estudada por Kinsey em "Sexual Behavior in the Human Female". W. B. Saunders Company, Publishers.) Mas, para salvação de Chapeuzinho Vermelho, apareceram os lenhadores, mataram cuidadosamente o Lobo, depois de verificar a localização da avó através da Roentgenfotografia. E Chapeuzinho Vermelho viveu tranqüila 57 anos, que é a média da vida humana segundo Maltus, Thomas Robert, economista inglês nascido em 1766, em Rookew, pequena propriedade de seu pai, que foi grande amigo de Rousseau.

Extraído do livro "Lições de Um Ignorante", José Álvaro Editor - Rio de Janeiro, 1967, pág. 31

Toda alegria é assim: já vem embrulhada numa tristezinha de papel fino.

Quando a gente está cansado, dá uma bruta vontade de dizer que sim.

Fique tranquilo: sempre se pode provar o contrário.

Cada ideologia tem a inquisição que merece.

O mal de se tratar um inferior como igual é que ele logo se julga superior.

Nada é mais falso do que uma verdade estabelecida.