Coleção pessoal de tadeumemoria

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À LUZ DE LAMPARINA
Tem uma mensagem expressa no neon do outdoor,
O mundo se acaba na Europa,
Horizontes em chamas também na Califórnia,
Eu tento, à luz de lamparina uma frase de amor...
Eu acho que pirei completo,
Não sou poeta muito menos arquiteto,
Talvez uma loucura me sustente;
Talvez o que sustenta esta loucura
O suave perfume das flores,
A brisa e acreditar que deus sou eu...
Ah, meu amor, os loucos bebem o orvalho da madrugada
E a minha sede é de sorrisos estampados,
O ódio se alimenta de carnificina
E a minha rima nasce santa
Porque até as cicatrizes indeléveis trazem ensinamentos.
Eu nunca fui sozinho assim, eu sempre fui solitário;
Mas meu amor, esta ternura de falar sozinho
Talvez seja influencia do meu signo sagitário,
Eu olho estrelas...
Constelações me deixam consternado;
Quantos mundos, quantos Raimundos e Edmundos, tantos otários
E a solidão universal dos nossos olhares
Dói muito menos que a inanição da África
Mas as insignificâncias nada significam,
As insignificâncias não significam nada
o mundo se acaba e o que teremos sido
uns sozinhos, muitos sós e outros solitários...

ONTEM
quando não for mais hoje,
quando não for tão breve,
me leve nessa brisa lisa desse teu sorriso,
eu não preciso de nenhuma teoria
que explique o tiquetaque do relógio,
nenhuma teologia que explique o que é divino,
eu sou menino e a paixão carrega na tormenta
o que me atormenta depois do que... foi ontem

eu posso ser melhor do que ser só,
eu posso ser solitário...
mas lugares comuns me afligem...
eu posso ser bonito,
contanto que manhãs ensolaradas
me lembrem ofegantes as tuas narinas;
como é belo fazer poesia
porque amor foi o que fizemos ontem...

o mistério de tudo... se fosse diferente talvez não fosse tão doce,
mas conversaríamos sobre qualquer banalidade
sob o calor daquelas tardes mornas
e as futilidades eram só pretextos para estarmos juntos;

por que haveria de ser diferente...
eu escreveria alguma coisa...
eu já pensava que era poeta,
mas nunca dirigi a palavra correta para a pessoa certa... meu Deus!
um colibri se perde com o néctar das flores;
por que, ou por quem se perdem os poetas...
minhas fantasias tem carnavais tão lindos;
meu coração está cheio de feriados,
de sábados e inesquecíveis domingos
mas... se fui feliz, eu não sei
felicidade é a próxima estação, ou a estação passada...
não diga mais que a vida é tão fugaz,
fugaz é essa dor de dor nenhuma...
é o teu olhar, o teu sorriso, o teu perfume,
o teu cabelo ao vento;
é este sentimento que me diz que tudo é mistério...
e no amor, mistério é tudo... mas tudo é tão fugaz.

SOBRE O QUE É REAL E O QUE DILUI NA IMENSIDÃO
A verdade as vezes dói, mas é uma dor veloz ... a ilusão envelhece a tua alma, Amarrota a tua face, a ilusão rabisca a tua testa e marca o teu sorriso... a Juventude só dura uma ilusão e uma verdade e aos vinte anos você já viveu tudo
Baby as manhãs tem cor de ouro e sabor de hortelã e à noite nem tudo é absurdo

Só um pouquinho de amor e alguma compreensão e o mundo fica doce...
Um pouco de perdão pra quem precisa... olhar por outro prisma a vida
Baby, o mundo pode ser maravilhoso, contanto que seja menos imundo


Baby se as estrelas fossem minhas, o que eu faria com as estrelas...
Eu faria um piquenique em cada dia, mas aos finais de semana
Eu morreria de saudade dos meus amigos farofeiros em Copacabana
Baby te amei tanto e acho que te amo ainda, mas agora não amo este achar...

DICAS
Sinal de graça é uma chuva torrencial banhando as plantações
É um rio alarmando a cheia, rompendo barreiras...
A lua cheia dançando no riso da donzela...
Colheita perfeita de soja, milho, arroz, frutas e feijão.

Mulher bonita casada muito contente,
Marginal alegre e criança muito quieta é mau sinal...
Mas pra tudo tem jeito, pra tudo tem jeito, pra tudo tem perdão,

A mentira as vezes nem é mentira,
A verdade pode ser muito violenta
E catastrófica é a omissão...

Perdoe qualquer contentamento,
Não seja omisso e não perca sua criança de vista;
Seja generoso às vezes, seja feliz sempre que possível
E quando não for possível, seja você mesmo...

Seja feliz sempre que possível,
Mas se não for possível, seja você mesmo,
Mas seja humilde pra pedir perdão...

O que não deixa marca às vezes é o que marca mais;
Não deixe marca nem marque tanto,
Mas fale de amor, fale do amor que você tem,
Ou não tem, mas fale de amor...
A mentira as vezes nem é mentira,
A verdade pode ser violenta, mas catastrófica é a omissão

LEÕES E TIGRES

Tem alguém do outro lado da lua
Que arremessa as estrelas...
Depois do horizonte tem os pilares
Que sustentam o mundo...
E o que sustenta o teu orgulho
Se o tempo curva as nossas espinhas...
Lá na África tem gente tão bonita,
Diamantes negros, puros sangues,
Perdemos nossa melanina
Com o passar dos séculos,
Mas eles têm a pele retinta,
Os espíritos que habitam a savana
Com o rugir dos leões e o bramir dos tigres,
Isso corre em nosso sangue
E nos fez resistir a rebenques e troncos
E nos induz a procurar planetas;
Éramos deuses astronautas
E resistimos aos meteoros,
Resistimos à tirania de senhores feudais,
Resistimos à burguesia...
Nos fortalecemos nos canaviais,
Nos quilombos já planejávamos viagens espaciais;
Ganhamos com a miscigenação,
Agora somos quilombos e colonos,
Colecionamos estrelas na via láctea,
Mas leões e tigres ainda correm nas savanas,
Impune ninguém derramará o nosso sangue...

CORPOS SANTOS
Acho que ainda não é meia noite,
Quem dividiu a noite eu não sei,
Mas está tudo bem silencioso,
Está meio medroso, o carro preto veio...
Todavia eu procuro umas palavras,
Eu procuro umas palavras,
Umas palavras eu procuro.
Além do muro onde me escondo
Um mocho grasna seu agouro fúnebre,
Esse silêncio tenso tem o timbre do mais triste escuro

O carro preto... o carro preto às vezes é prata,
Às vezes é vermelho, as vezes é branco
Para cobrar vem como um raio
Vem como um relâmpago

Acho que ainda não é meia noite e o pipocar da vida
Abrindo feridas em tantos corpos santos;
Jazem no asfalto anjos sem mantos sob a luz da lua
Seus corpos tatuam pra afastar o medo
Eu procuro palavras... eu procuro palavras
Pra descrever a morte

Acho que ainda não é meia noite...
Quem dividiu a noite pra mim ainda é segredo
Nesse contexto. me parece, morrer é muita sorte
E viver não passa que morrer de medo

quando somos sós
ou quando não somos
somos só cromossomos

Tudo muda... nada muda.

TUDO MUDA... NADA MUDA...
SOMOS SÓ CROMOSSOMOS

PILARES
Às vezes quando o que temos é o que nos traz medo tememos pelo que Temos e pelo medo;
Às vezes quando o que temos é só um segredo
O que temeremos?
Nada vale tanto espanto
O mundo tem suas pilastras;
Nada fica solto ao vazio,
Temos cabos e andaimes
O mundo tem um fundo de verdade nas suas mentiras
O mundo tem suas pilastras,
O que nos sustenta é exatamente o que nos faz cair...
O que nos sustêm são as abstrações
Amor, ódio,paixão, esperança, alma ,
O ar que respiramos e fé...
Nada fica solto no vazio,
Ou melhor o vazio fica solto no nada...
Temos pilares que nos sustentam
E o que nos sustem é o que nos faz cair e ninguém vive sem isso... ​​;

À GENTE BONITA DO MORRO
Onde anda o morro do samba,
De gente bamba, dos grandes poetas...
Onde anda aquela gente fina
Que tirava rima da dor mais profunda,
Mas tinha o prazer na luta diária,
De fazer parte da classe operária,
Onde anda o malandro do chapéu de massa,
Onde anda a essência do Rio de Janeiro;
Onde bate agora o coração do meu país?
Estou cheio de tantos imbecis,
De Dj e MCs que propagam a droga,
O crime e a prostituição
Esse monstro invadiu nossas comunidades
Recrutou os meninos, saqueou a cidade
E se escuda atras dessa gente honesta
Essa raça que faz do funk um merchan pro crime,
Que recruta crianças, que embrutece e reprime
Levando a esperança e manchando a história;
Nos turvando a glória
Dos anos dourados que um dia o morro viveu...

Eu amo a vida e a vida é apaixonada por mim
é um caso terno de um amor eterno...

Quem sabe o que é felicidade...
Felicidade ninguém sabe
Quando se sabe não se é mais feliz

AUGUSTO E EU
Entre mim e augusto existe o tempo e a imensidão; outonos dourados que derramaram pétalas e desfolharam árvores avolumando a relva que adubaram o solo e esconderam os vestígios dos que perambularam, dos que caçaram, dos que fugiram, ou simplesmente se perderam ao acaso... em busca de um senso, de um espírito, de algo surreal que dê sentido à isso; e o que me faz pensar que eu sou augusto? Ah, eu não sei, algo, uma presunção megalomaníaca, fantasmas, os demônios que escarravam os seus poemas, os vermes... eu não sei... augusto e e, caminhamos... um pântano sinistro galhos e raízes como esqueletos dos que perecem num purgatório que habita na nossa própria essência. Alta madrugada e eu esfacelado na minha sensibilidade diante das agruras que sangram a alma de qualquer ser com fôlego e tato, diante desse cotidiano maldito; Augusto gargalha algum poema com farpas, entrementes onde estive esse tempo? este plasma indócil vagou pelos desertos da África; colhi fome, miséria e inanição; a Etiópia cingiu minh'alma e tingiu minha pele. O deserto habita o meu silencio e povoa o meu coração. augusto me olha deste abismo inexplicável de abstrações que serve de pilar à poesia; caminhamos juntos entre a lógica e o absurdo, tudo que explica perfeitamente o que não somos de uma forma coerente a se fazer dissolver o que é real nesse universo de moléculas, átomos e estrelas; mas eu tenho os meus sonhos, sonhos como chuvas, como rigorosos invernos e nessa realidade árida, só me resta chover...

Felicidade?
-sabe essa procura incessante,
Essa luta desgastante, esse turbilhão de emoções :incertezas, receios, insegurança...
Esse vai e vem incessante da luta do cotidiano na batalha por realizações. ..
Quando tudo isso passar algum dia, você vai dizer: ah, eu era feliz e não sabia...

O que é amor... o que é amor...
Sempre me questiono...
E essa busca, essa procura não deixa de ser vestígios por maior que seja o abandono...

Devo inventar palavras pra te dizer o que sinto
ou mentir muito pra te dizer verdades
na minha idade, na minha idade nada é muito certo
e tudo anda perto da insanidade,
nasci com trinta anos; aos vinte eu já tinha sessenta
agora me encontro adolescente na terceira idade

Um centímetro separa a felicidade da felicidade; um olhar separa o amor do ódio, uma bala pode abalar muita gente e aliviar uma nação

DOLCE AMORE MIO
Um dia eu apareço no teu sonho
E te mostro o tamanho do meu coração,
Um dia eu te mostro
Como a minha paixão é densa...
Pensa numa coisa imensa sobre outra coisa
E entra e sai...
E entra e sai e coisa numa coisa intensa
Compensa qualquer sacrifício
Esse é o meu ofício,
É um vício, é ócio, são ossos do ofício...
Um dia eu apareço e te mostro
Um dia eu te mostro o mastro da minha paixão,
Navio a cortar vagas,
A vagar no cio desse teu desejo,
Um dia eu apareço...
Um dia eu apareço, dolce amore mio...