Coleção pessoal de sevenmagalhaes

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"Eu tinha medo. Sempre acreditei que as pessoas não deveriam descobrir o motivo pelo qual amavam as outras. Era como a quebra de um segredo de Estado, sabe? Desses que, se descoberto, traria consigo uma punição a quem o desvendou. O amor deveria apenas ser vivido e jamais explicado, pois quem o incomodasse certamente o perderia. Uma dádiva inquestionável, a maior sorte do mundo: duas pessoas atraídas uma pela outra. Um milagre. O amor só era amor se nunca interpretado. Amor: um senhor mal humorado que vez ou outra decidia trazer por um tempo dosado algum nível de felicidade e extasia.

Bem, quanto ao amor ainda pouco sei, mas à medida que envelheço parece que mais jovem fica. Disso eu sei. Ele é de todo sorridente e não há tempo mau. É feliz. O amor é muito feliz. O amor é solto, e na mesma atitude irresponsável de ser livre, é confiante. Ele é forte. É impetuoso e ainda assim exige simplicidade. É suave, compadecido. É de antigamente, mas também moderno, é o que há de mais sofisticado. O amor nunca cai em obsolescência. O amor sempre está na moda. O amor é bonito."

(Lucas Magalhães)

"Viver é uma breve questão compreendida entre aceitar ou aceitar. Espectadores do teatro do acaso, resta-nos aguardar, uma a uma, as surpresas das coisas que vão vindo. E como se tivéssemos todo o tempo do mundo, temos de esperar – e pacientemente. Na sala de aula do professor tempo, entramos todos sem saber e já quando estamos por aprender, somos convidados a ir embora."

"De todas as tempestades fica a certeza de que nada é totalmente teu – tudo lhe é emprestado, com tudo te alegras, logo tudo devolves. E vice versa."

"O pensador desconhecido é louco, o conhecido é gênio."

"Quem não esteve em minhas lutas não merece desfrutar de minhas glórias."

Um dia tu vais compreender que não existe nenhuma pessoa totalmente má, nenhuma pessoa completamente boa. Tu vais ver que todos nós somos apenas humanos. E sofrerás muito quando resolveres dizer só aquilo que pensas e fazer só aquilo que gostas. Aí sim, todos te virarão as costas e te acharão mau por não quereres entrar na ciranda deles, compreendes?

"O dia que eu admitir que minhas ideias não são suficientes para mudar o mundo talvez comece a pensar em ser quem eu de fato não sou."

As condições sob as quais sou compreendido, sob as quais sou necessariamente compreendido – conheço-as muito bem. Para suportar minha seriedade, minha paixão, é necessário possuir uma integridade intelectual levada aos limites extremos. Estar acostumado a viver no cimo das montanhas – e ver a imundície política e o nacionalismo abaixo de si. Ter se tornado indiferente; nunca perguntar se a verdade será útil ou prejudicial... Possuir uma inclinação – nascida da força – para questões que ninguém possui coragem de enfrentar; ousadia para o proibido; predestinação para o labirinto. Uma experiência de sete solidões. Ouvidos novos para música nova. Olhos novos para o mais distante. Uma consciência nova para verdades que até agora permaneceram mudas. E um desejo de economia em grande estilo – acumular sua força, seu entusiasmo... Auto-reverência, amor-próprio, absoluta liberdade para consigo...

"Quando permaneço em silêncio é justamente quando pretendo esbravejar com tudo que posso."

"Não peço aos dias que passem rápido, nem devagar. Peço apenas que passem. Não quero rapidez. A vida por si só já é curta, e dela quero, contigo, viver o máximo possível. Não também para a lentidão. Que o tempo não páre, pois a saudade que sinto é quase de enlouquecer... eu quero você. Eu quero você, meu amor.

Eu amo você, meu amor. Meu amor."

Ciclo da Vida

A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.

Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara para a faculdade.

Você vai para colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando. E termina tudo com um ótimo org*sm*! Não seria perfeito?

"Eu te amo.

E de todos foi este um dos menores, mas um dos mais desesperados, mais fortes que pude dizer. É como se fosse minha última chance de dizer, minha última frase, o meu recado mais imediato. "Eu te amo!", e isso tem que chegar hoje aos teus ouvidos de uma forma que te faça vir, vir depressa, vir correndo, que te faça não deixar de vir me ver.

E se essa saudade, que agora aperta forte meu pescoço e dificulta respirar, me fizer sentir morrer sem te ver hoje, sem te ver hoje e jamais amanhã, que você mude tudo isso. Que eu fique em paz, tranquilo, enfraquecendo de lento, mas consciente de que tu vais chegar. Quero sentir que tu vais chegar em tempo.

Chegue em tempo de mudar tudo isso. Te espero ainda pra hoje.

Eu te amo. Vem!"

"Eu odeio a ideia de não conseguir mais ser feliz sozinho, só comigo, eu e eu, mas é a mais pura e doída verdade."

"Hoje quero cair, mas cair de uma forma diferente. Cair sem se levantar – e muito menos esforçar-se para isso – cair simplesmente por cair, cair pra deitar. Deitar e parar um pouco com as coisas, com as pessoas, com a vida, e descansar. Descansar dos pesos, das desnecessidades, das arestas, e observar. Observar tudo e todos, e tudo de todos, e rir das pessoas, das pessoas que vivem a correr por nada, alcançar o nada e viver de nada, pra nada.

Hoje quero cair para deitar, deitar pra descansar, descansar pra observar, observar o nada e dele fazer meu tudo, meu mundo. Hoje quero cair."

"Quando você não tem mais o que dizer, coloque o ponto final. Deixe que o silêncio faça o que lhe convém fazer."

"Eu e minha mania de querer reciprocidade naquilo que estou disposto a dar. Mas isso dá um vazio tão grande... é saber que você vai estar lá, mas não ter certeza que vão estar por você, com você."

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como “estou contente outra vez”.