Coleção pessoal de RaymeSoares

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ANO NOVO

Almejo o novo, como quem caminhou sob sol a pino e está prestes a se defrontar com água fresca e limpa.

Anseio pelo que há de claro e definido, para que eu possa caminhar sem receio de me defrontar com o obscuro.

Desejo o vigor necessário, para que eu possa afastar as pedras sem, delas, lembrar depois.

Quero o amor intenso e infinito...

MEU TEXTO

Escrevo por necessidade, sem medir tempo, sem vaidade
Porque tem gente que chega sorrindo e sorrindo lindo já me invade
Porque tem dessa de olhar perdido, que até bambeia se não se planta
No balanceio zum de zumbido, de quem tonteia quando se encanta
Porque tem lugares de se encontrar perdido e tantos ares de quem estanca

Escrevo por necessidade, sem medir tempo, sem vaidade
Porque tem gente que nem nos liga, e tem abraço que é de verdade
E assim tem dessa que nos abriga, que quando parte deixa saudade
Porque me encanta o mar na noite, e me "espanta" a liberdade
Mas sou mais leve no pensamento, de quem me leve na seriedade

Escrevo por necessidade, sem medir tempo, sem vaidade
Porque ainda tem serenata, com sol de ouro, lua de prata
Porque a vida corre na veia, e o céu acolhe toda a estrada
Tem passarinho cantando tanto, parece até estar perdido
Parece procurar seu canto, tal qual meu
texto querendo abrigo

Escrevo por necessidade

O QUE ESCREVI NA LOUSA

Desejar e viver novos horizontes é necessário, contudo, a responsabilidade sobre o que escrevemos (mesmo que não mais na lousa) será sempre nossa. É maravilhoso podermos reescrever nossas histórias, mas nunca deixarmos de assumir e aprender com nossas escritas passadas...

AS MÁQUINAS CESSAM

Engrenagens frias, falta de alma, as máquinas cessam
Frias....
Mas na frieza há quem as imite. E, sem limite, maquine. Gente que maquina
Até virar uma esquina, e, numa quina de mesa, pancada surpresa
O destino pega logo ali; um pouco depois do desatino
E depois da trama, no atoleiro de lama, a vida ensina
Ou seca do céu à raiz

Quem Foi Herói

Estavam a caminho de um ninho
Que nem mesmo em um sonho caberia
Pra tocar naquilo que seria
Resplandescente tez do que é pleno

Miravam um lugar novinho
Onde jamais chegariam
Outros que não fossem eles
Outros lá não entrariam

Mas um olhou pra trás
Evocou o que não cala mais
Cegou os olhos de quem foi herói
Desancorou a âncora da paz
Cessou

Seguiam para além daqui
Pra onde poucos sabem ir
Levavam em cada coração
O que se diz em oração

O que se quer da vida, enfim
A cura pro que é ruim
A glória de doar de si
O que se diz em confissão
De amor.

O amor é leve e nos torna inteiros.
Fofocas e mágoas destroem os disseminadores.
Se, o que falarem de negativo sobre ti, for tomado como verdade, é porque algo de ruim já havia em ambos os corações.

Primavera Dela

Oito dias depois, a primavera
Mas desde ali, um encanto personificado
E, mesmo antes de eu ter pensado, era
E, na casa onde cheguei, faltou o chão

E sem chão persiste a encantadora estação
Insiste em ser mais bela, mais dela
Mais suave que eu pensava
A cada presença, aquela lindeza se revela

Antes mesmo da espera...

Plenitude

Posso te dar carícias
Para que mostres a exuberância das flores
Posso te dar meu peito, meu abraço...
Para que tua segurança me faça sentir realizado
Posso te dar minha mão
Para que nossos dedos, espontaneamente, se entrelacem
Posso te dar minha força
Para que a tua delicadeza me permita conhecer a plenitude!

Jandaias

Canto das jandaias, ouço de dentro do meu quarto.
Janelas abertas, para um final de domingo tranquilo
A TV desligada, o trabalho realizado, o amor presente
Minha filha na sala, o soninho de uma noite perdida
Alegra-me tudo, mais leve a vida ao som do canto das jandaias!

NO ESQUECIMENTO

Agudas luzes no infinito
Estrelas não mais existem
Mas dizem sobre o que foram
Ecoam as lembranças no olhar

Quando no esquecimento se vêem
As estrelas não deixam de ser belas
Petrificam os feixes de fogo
Aos que sabem do bom

No esquecimento, tantos abraços sinceros
Os seus, os meus e os de outrem
Quantos perderam do tom?

Da vida azul, quantos perderam do tom?
No esquecimento, quantos deixaram o bom?
Nesse momento, lembrei de tantos afagos!

Desatino

As tuas pancadas, as tuas mancadas, os teus descaminhos
Foram suficientemente importantes, pra revelar outros horizontes
A tez da noite se fez infinita e, ainda que bonita, calou o luar
E, desse modo, perdeu o sentido.
Desatino...

Primavera.

A primavera traz tantos tons, tantos olores, tantas cores, muitas paixões, contados amores.

A primavera está logo ali, está aqui, está em mim, em nós. Cromática, a primavera brinca com meus sentidos. São devaneios, anseios por mais dela.

É como um imã: fui até a porta e...
Bom, parece que estava esperando por ela: a primavera.

E a cada primavera, pelo que recordo, uma face bela.

A tez macia da moça que parecia me pedir um beijo. Hoje, tenho quase certeza:

Era a rosada pele à minha espera, primavera!

A Tristeza

A tristeza não agenda visita, mas ela não é de casa!
O amor e a felicidade são os proprietários.
Triste, agora!

Estrada de Chão

Uma coisa em você
Me fez entender
E ver melhor o que haverá de ser
Vi o sete-cores, vi a claridade da noite
Pé na estrada de chão, sem saber
Se tive amores, foram todos vagos açoites
Algo na estrada tem
De dentro um bem
Além do sol, a verdadeira paz
Se manterá nas horas, por todas auroras, a vida
Pé na estrada de chão sem saber
Uma coisa nova fez querer dançar com o vento
Andar feliz, cantar como a gente sempre quis
Café de manhã até madrugada e só zuando....

Aprendendo

Já perdi a noção do que deveria ser melhor pra mim
Já escolhi as companhias que me apunhalariam pelas costas
Já disse coisas que não deveria
Já depositei confiança em quem, de modo algum, inspiraria
Já construí coisas sem sentido
Já compus canções que jamais serão ouvidas
Já tomei decisões sobre as quais tive que voltar atrás
Já acreditei que existiam absolutas verdades
Já pensei que teria uma calmaria constante
Também, acreditei que a turbulência não cessaria
Já me deixei levar pelo que a mim convinha
Já acreditei no que ninguém acreditaria
Já desacreditei, quando não devia
Já sofri pelo que de nada valeria
Mas acertar, melhorar, crescer e aprender foi o que eu sempre quis...

Quando você não conseguir identificar as razões para caminhar sobre a sustentação dos seus alicerces; quando você necessitar se apoiar nas percepções alheias, concentre-se no mais eficaz dos remédios, concentre-se em Deus!

Coca-cola e Manga

Hoje eu vi um cheiro de lindeza
Cheirei a luz morena da alegria
Toquei o gosto de uma boca linda
Brindei com coca-cola e manga

Na confusão precisa de tudo, eu amei

Escolhas

Quando eu escolho, não estanco o meu futuro. Na realidade, dou-me a possibilidade de visualizar um novo leque de opções. Outras escolhas deverão ser feitas. Escolhas que travam, sacodem, arrastam, empurram, machucam, saram, derrubam, levantam, mas, acima de tudo, ensinam!

Rayme Soares.

Liderança

Quando o barco a vela perde o rumo
Muitos hão de revelar em cada ato
Que quem mais serve, mais acerta o prumo
E em verdade, o que se vê é o óbvio fato

Mas em verdade, também se vê que o insensato
Ansioso por Poder não gera insumo
E por não saber ter fino trato
Leva o barco ao ermo, ou mesmo ao fundo.

Esse pouco cresce, descompensado
Não aceita hierarquia, e se mostra inculto
Se reportando ao mediato
De saber parco, vê-se, assim, astuto

A liderança se estampa evidente
Naquele que respeita e assegura
Equilíbrio constante e convincente
Mantendo base e estrutura.

Rayme Soares

Dois Pontos
(Rayme Soares)

Sou um ponto ávido por construir uma linha
Vem ser comigo linha
Vem contornar o inalcançável
Vem ser somente minha

Aleatório ponto, vago
Em busca do teu jeito
És outro ponto vivo
Tua mão quero em meu peito

Sou um ponto aqui debaixo
Te encontro ao luar
A lua no teu rosto
Absorve o meu olhar

Vem ser comigo linha
Ser minha, ser só minha
Um ponto no horizonte
Ponto que me esquadrinha

Vem ser comigo linha