Coleção pessoal de PAULOEMILIOAZEVEDO

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Quando o céu não for mais tão longe quem sabe a gente se encontra mais rápido com Deus e pede pra alterar logo o estatuto da Humanidade.

A minha parte inteligente é muito inteligente. Mas, a minha parte burra é também muito burra.

Aquilo que lhe põe de pé não poderá te tombar. Filho tem dessas coisas.

Nós somos treinados para matar e morrer. É épica a nossa burrice.

A dialética da existência é saber viver entre o ser social concreto e a experiência líquida da solidão.

Que costumes são esses que se acostumam, que nos acostumam, com o frio, a tristeza e a fome que outro sente sem compaixão?

O mundo é um pedaço de gente cercado por pedras por todos os lados. Os que rompem viram ilhas.

Ao revelar as fotografias, percebemos que as expressões impressas em cada imagem são fotos das palavras não ditas naquela hora, porém ouvidas por toda a vida.

A amizade é a única forma de amar que faz aniversário, mas não envelhece.

O terrorismo é um vírus. O desafio das dimensões que ele nos impõe à sua cura é tão enorme quanto a carência de filiação, a velocidade cibernética e o poder - queríamos ser mais para abraçar todas as partes do mundo que perdem suas vidas.

Quando escrevemos nunca sabemos de que modo seremos lidos, e mora exatamente aí o risco da beleza de se perder pelo corpo da poesia.

Um dos termômetros do reconhecimento em saber "esse é meu amigo" está no fato de poder ficar em silêncio (ao lado dessa pessoa) sem se sentir constrangido por tal. Sem que precise falar absolutamente uma sequer palavra para justificar uma presença vazia.

Quem nunca pensou em desistir do sonho? Mas, a vontade do sonho sempre foi maior que a vontade de desistir, não é verdade?

Vivemos mediados por um telefone que queria ser gente. Tenho vergonha de ser humano.

Não é a palavra que perdeu a verdade. É talvez o orador que tenha se perdido da verdade ao proferi-la.

Em princípio paradoxalmente, as pessoas (muitas das vezes) não se mostram quando estão na sua frente, elas se mostram para valer pelas suas costas (longe da presença do outro). Pela frente, elas apenas se exibem. Ou, como se costuma dizer por aí: elas "se amostram", ou seja, mostram uma pequena parte de si. Essa exibição inicial confunde a realidade ou totalidade do sujeito com sua performance de entrada, a introdução ou epígrafe de si. E é por isso que costumo citar que a primeira impressão não é a que fica, essa pode ser a segunda ou terceira. A primeira é a que chega. Uma amostragem grátis pode às vezes nos custar caríssimo.

Quem interroga exclamação tem problema de interjeição. Quem exclama interrogação tem problema com perguntas. Agora: quem se compõe de atitudes vírgulas tem muitos problemas com ponto final. Fazer pequenas pausas não é ruim, aliás, pode ser prudente; mas "gente aspas" é muito reticente no meu ponto de vista.

Tenho insistido nesse ponto: a Escola e tantas demais instituições de ensino tem que estar mais atentas em relação a outras formas de talento - há talento para afetividade.

Atenção sociedade: a diversidade sim, adversidade não

A curiosidade mórbida vende tanto quanto o medo.