Coleção pessoal de NICOLAVITAL

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CONTRADITÓRIO:


O poeta expressa toda sua alma
Num instante de infinita euforia
Na mesma velocidade toda sua aura
Num toque de tão pura magia

De certo não finge sua verdade
Oculta deveras, sonhos e desencantos
Exibindo com ardor, toda sua vaidade
Por ser matrix de todo o encanto

Recuso-me, desatrelado ao pudor
De entender a razão da métrica e simetria
Quando se diz em refrão, o poeta é fingidor.

À REVOLUÇÃO:


O que move as revoluções são as paixões
Claro, paixões pela igualdade social
Pelo avesso ao preconceito generalizado
Pelo amor verdadeiro entre os povos
Pela unidade das crendices
Pelo respeito à admissão entre os relacionamentos
Pela evolução dos espíritos de aura clara
Pelo coração seco, do revolucionário,
No afã de abdicar de um garboso amor
Em detrimento de uma nefasta ideologia
Pela ansiedade a emergir um ideal
E pela angustia em submergir a retórica
Que causa submissão aos homens...

NOSSOS MEDOS:


Meu maior medo é sentir medo
Medo de sorrir, medo de cantar, de falar...
Sorrindo exercitamos os músculos faciais
Na expressão do cantar, o interprete lava a alma
Num instante de euforia, sem medo de errar,
Na escrita ou, no olhar
Não se tem medo de sorrir, de falar
No exercício da voz se expressa o pensar
Só assim, o rebento sem medos, expõe ao mundo
Seu sorrir, seu cantar, no singelo gesto de chorar
Sozinho em meu eu, me ponho a pensar
Assustado, com medo dos medos que a vida
Faz-nos empunhar
E retorno ao meu intimo, vencendo o medo
Que em tese, é apenas um estado de espirito
Que teu eu possa estar.

MINHA VERSÁTIL CÂMARA:



Num pais de extensão continental, clima tropical e, eleitor de memoria bestial, a versatilidade de políticos pulha, é transcendental.

Vi a doce e ingênua Dorinha
Hoje alimentar a ira
Três patetas que juravam
Fidelidade ao reino
Que outrora sucumbia
Esconder-se atrás da capa
De uma solidariedade
Que não passa de utopia

Nessa casa tem de tudo...

Tem Maria vai com as outras
Lagartixa tem soneca
Tem até de porte atlético
Que briga com que lhe aperta
Tem os intelectuais
Com toda sua eloquência
Cursando as faculdades
Que só o dinheiro pensa

E para concluir a rima
Vi papai Noel de feira
Presentear as crianças
Em programa radiofônico
Pra manter sua carreira

Contudo eu vou findar
Mostrando pro meu Brasil
Minha câmara fez de tudo
Voto de aplauso repudio
Blocos bumba meu boi
Dos índios e do zanôi
Fez até o tal G/8
Se transformar no G dois...

BLACK POP:


A Black pop é um mal chique
Não é aquele mal escarrado, nojento
A Black.
Ela curte veado, traveco, sapato e ladrão
A pop.
Não fuma, não cheira e não curte apertar
A mina.
Ela vota, brinca de roda e toca agogô
A negra.
É chique na lapa, na copa, no gueto
E até no pelô
O Black da negra.
Tingiu sem censura o branco encardido
“DEPUTA”... retrô.

VERSO & REVERSO:

O poeta expressa seu sentimento lúdico
Buscando a rima e a simetria,
Para muito ouvir o que não devia

Deixando cândida a linha da harmonia.

Se a réplica antecede a tréplica
A métrica embeleza o verso
Criando frases enriquecendo a guia.

TEUS FANTASMAS SÃO MEUS

Os fantasmas que rondam
Teus sonhos
Encontram-se nos sonos que sonham
Meus sonos
Refletem-se nas sombras das ondas
Que sondam
O sonho que sonhei...
Em um labirinto
E grandiosas criaturas metálicas
Perseguiam-me sem tréguas
Diante de gigantescos obstáculos metafóricos
Que me afligiam
Lembra, havia lindas mocinhas
Bem vestidas a me clarear
As saídas perdidas
E alguns maus cuidados e feridos
Quão perseguidos comigo
Sumiam ou perdiam-se
De minha ilusão
Enfim, o fim
Numa sala festiva
Tais criaturas outrora tenebrosas
Apresentando-se quais robôs
Infantis
Fechavam a única saída da sala
Sem fim, cor de anil
Que findava meu sonho febril.

IMPIEDOSO:


A serenidade no olhar profundo ao horizonte
Diz-se da certeza ao incerto...
Que nos rouba à calma
A fé e o afeto
Num futuro sem nexo
Que macula a alma
Tudo que tínhamos que éramos
E nos fazia bem viver
Impiedosamente se vão
Sem deixar razão
Sem nos oferecer defesa
Por quê?
Será felicidade?
Viver infeliz num mundo “Feliz”
Ou seria mais prudente, coerente
Vencer e fazer crescer
O sonho de viver
Pra nunca, nunca mais esse monstro nefasto
Nos fazer sofrer.

ILUSÕES:


Oh! Tempo intempestivo!
Que marca as rugas
Que ficam e não passa

Viril pecador que mata e amordaça

Sempre retruca fazendo ameaças
Antanho vividos, sofridos sem graça
Tempo que corre morre, e não passa.

HIPOCRISIA:


Pensar que somos sãos
Sobre a insanidade alheia
Pensar que amamos
Quando apenas dizemos, te amo
Pensar que somos felizes
Quando nunca, nunca perdoamos
Pensar numa humanidade afável
Quando a guerra faz pela paz do homem
Pesar que somos humanos
Sempre que aos insanos ignoramos
Pensar que somos coerentes
Quando só em si a verdade existe
Pensar que tudo isso existe
Apenas, porque vivemos
Esse plano inconsequente.
É saber que pensando assim
Tudo é utópico nesse mundo vil...

BUSCANDO O ÊXTASE:


Como uma abelha
De flor em flor
Procurando o pólen
Pra fazer o mel

Estarei sempre
De dor a dor
Procurando o dom
De melhorar o eu

Sei, é bem difícil,
Acalentar o intimo
E aplacar o frio

Porem é tão cortês
Se ter clemência
De forma paradoxal.

A DAMA CANDIDA:



Ela virá tal qual trem
Que as paralelas trilha
Fugaz, viril como sempre vem
Insana, em sua palidez marmórea brilha

A lápide seu refugio
Epitáfio a própria identidade
Anoite indumentária... Negra qual Vesúvio
Hostil, sem carisma ou piedade

De semblante pálido, olhar galhardo
Ela brada e rir, sem sentir-se vai
E consigo leva seu maior finório sem deixar recado

Qual vento se vai sem deixar vestígios
De volta ao seu “Paraíso” fúnebre
Como se frenesi, te chama ao verdadeiro equilíbrio.

SOLIDÃO:


Na escrivaninha do quarto
Encontro-me com a solidão
Que me aflige e me inspira
A escrever em versos
Tudo, tudo...

Que a razão e a lógica humana nos suprimem
E deixa embalar o ego a suprimir a razão
Como se um nobre a reprimir seus vassalos,

O poeta exibe-se
Na certeza de que seus pensamentos
Percorreram os quadrantes do universo
Qual Morfeu, filho do sono e da noite
A percorrer o planeta num instante a fio.

BEM OU MAL



Não sei se sou bom ou mal...

Vivo ou morto
Se aporto ou voo
Se desejo ou renego
Se desato ou fico

Se bom, inexisto

Quando não tô presente
Na presença do bem e do mal
Será que o bem não é vil?
Ou, o mal infinitamente são?

O sábio que bem sabia
O que saber
Soube saber que sabendo
Ser sábio
Sabiamente, seria salutar
Sua sóbria
Sapiência...

INCÓGNITA

Eu brado dentro de mim
Onde encontro a solidão
Descolorindo o carmim
Do meu triste coração

A tristeza é o caminho
Que eu trilho sem noção
Traduzindo a incoerência
De minha efêmera razão

Meu sentimento indefeso, confuso
Se esquiva da paixão
Que tenta fazer morada
No meu eu sem compaixão

Após as léguas tiranas
De tristeza e solidão
Aporto minha incerteza
De que sou, o que não fui ontem

Abrandando o coração.

INDECISÃO

Será que sou o que penso
Falo ou escrevo?
Será que sou eu? Mesmo...
Ou não sei se sou o que penso
Que sou.

Se não penso o que falo
E não falo o que escrevo

Às vezes penso que falo
O que penso
E escrevo o que penso
Que sou.

CONTROVÉRSIAS
(Carlos Egberto Vital Pereira)


Eu penso que és o que sou
Porque o que sois eu já fui
O tempo passou de repente
E hoje eu penso que fui

O que pensas, não serás amanhã...
Só pensando que és o que sou
Tu serás o que pensas ser hoje.

O poder emana do povo, do contrario é efêmero e inaplicável, ademais, fere de morte a soberania do voto popular.

“Não haverá governo transparente sem boa oposição"