Coleção pessoal de MiriamMello

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Eu ainda lembro do dia que o amor foi embora.
Era tarde, então me marcaram em um status no Facebook junto com ele e ele comentou que estava ótimo e ficou lá conversando, e aquilo não me fez mal. Me fez bem saber que ele estava bem sem mim. A verdade é que, quando você ainda ama alguém e vai embora, você sempre torce para essa pessoa sofrer e se arrepender enquanto corre atrás de você, eu também desejei. Entretanto, assim que o amor foi embora, ele deixou de ter importância. E eu não quero mais que ele sofra e venha atrás de mim, porque quando você deixa de amar alguém, você não espera nada dessa pessoa. Confesso que foi meio deprimente passar por ele e não sentir nada. Chegar de noite e não esperar o celular tocar. Estar Online e não torcer para abrir uma janelinha com o nome dele. Esperar ele me beijar, torcer para ele me tocar, e desejar ele só para mim. Poder abrir um sorriso enorme e dizer o ‘eu te amo’ mais verdadeiro do mundo, e esperar um eu te amo de volta, mesmo que o dele nunca tenha sido verdadeiro. Tudo isso passou e parece que isso aconteceu à um século. Sendo que na verdade o amor foi embora faz apenas três semanas…
Estar com o coração limpo e vazio não parece ser tão mal assim, mas também não é tão bom. É estranho sabe? Você olhar para aquela pessoa que causava todas as sensações do mundo em você e ela não causar nenhuma agora. Recordar dos momentos que tiveram juntos, e que antes te causavam tantas lágrimas, e não sentir nada além de felicidade por ter acontecido, mas também por já ter passado. É diferente alguém te perguntar sobre ele e você não chorar mais e dizer o quanto ama e precisa dele, mas sim abrir um sorriso verdadeiro e dizer: acabou.
Então acharem que você vai lamentar, mas na verdade você vai dizer que está ótima. Esquecer ele foi a coisa mais difícil que eu fiz em toda a minha vida, mas agora, agora que eu já esqueci, parece a mais fácil. A verdade é que, ele foi o amor da minha vida. Clichê não é? Mas verdadeiro. Ele foi o amor da minha vida, ele partiu o meu coração, ele me fez rasgar todos aqueles malditos planos para o futuro e ir embora. Eu fui embora. Demorei um ano e dois meses para esquecê-lo, e agora? Agora que eu finalmente consegui esquecer, eu não sinto vontade de ir lá esfregar na cara dele, como eu sempre planejei. Ver ele curtindo a foto de outras garotas já não dói mais. Ele pode ter me destruído, mas agora eu me construí. E nessa construção de mim mesma, há apenas uma coisa que eu irei repetir: Se for para ficar presa em algo sem futuro, eu prefiro não ficar presa em nada.

Então o jogo começou, Castiel estava vencendo, e eu não me importava. Eu não me importava com nada além do vazio que se instalava na minha alma e parecia enfiar alguma espécie de unhas e deslizá-las no meu interior, fazendo com que uma dor silenciosa fosse a única coisa que eu sentisse naquele momento. Então, Castiel estava perdendo, e por incrível que pareça ele não estava me deixando vencer, quem vencia eram meus demônios internos. Quem vencia era a desgraça que a minha vida havia se tornado assim que meu pai decidiu estraçalhar meu sorriso.

Joguei o controle em cima da cama e fui correndo até a sala, sabendo que Castiel devia estar me olhando curioso e preocupado. Eu estava com um mal pressentimento, uma sensação péssima. E isso estava me destruindo pouco a pouco.

– Ele é bem sexy. - Rebeca sorriu. E eu senti vontade de fuzilá-la. Onde estava Tia Anne e será que ela a tinha visto? - Sabe, na sua idade, eu costumava me apaixonar facilmente. Mas da mesma forma que eu me apaixonava, eu esquecia. Tinha muitos garotos apaixonados por mim, e eu quebrava o coração de cada um. Um por um. Certa vez, o meu coração foi quebrado. Eu me senti destruída, sendo pisada com saltos de agulha. Parecia que haviam esmagado meu coração, meu Deus, doeu demais. E quando finalmente eu parei de chorar, pois as lágrimas haviam secado de tanto caírem, eu aprendi uma coisa: não posso me dar ao luxo de me apaixonar. É melhor seguir assim, fria e vazia. Sentimentos provocam dor e eu não sou masoquista, então não gosto de me doer por ninguém. - eu a ouvia atentamente. - Anos mais tarde eu conheci seu pai, eu invejei sua mãe. Ela era tão feliz, por que eu não podia ser? Por que eu tinha que ser esse vazio oco e sem vida? Então eu descobri que seu pai foi o garoto que partiu meu coração e me deixou arruinada. Eu me esforcei ao máximo para ficar atraente e o tomá-lo para mim, e veja bem, eu consegui. Sua mãe era uma ótima mulher, coisa que eu nunca fui. Eu não amo seu pai, só amei na adolescência. Mas eu o queria para mim como prêmio de consolação por ter um coração despedaçado. Então eu o traio com outros homens, e fico por aí, com os restos de mim mesma que sobrou. Eu acho que não superei. Dói admitir que a única coisa que amei na vida, foi a que me destruiu. E que me deixou isso aqui... Uma pessoa vazia e amargurada.

Eu não sabia se eu queria que ele me abraçasse ou falasse alguma coisa. Eu não queria demonstrar meu fracasso, eu queria eu mesma dar tapinha nas minhas costas e dizer que estava tudo bem, que vai passar e chorar não adiantaria em nada.

Não queremos que nos mudem, mas reclamamos o tempo inteiro quando as pessoas não mudam para o jeito que queremos que elas sejam.

As lágrimas escorreram pelo rosto dela e eu vi a muralha que ela construiu todos esses anos serem quebradas em mil pedacinhos. Ela estava me mostrando seu lado fraco.

Um dia vamos ter o nosso cantinho. Vamos ter um colchão velho mas que dê pra deitar e comprar, óbvio. Não importa como vai ser, vai ser nosso cantinho. Vamos nos amar freneticamente sem ninguém para nos impedir. Eu vou fazer sua comida preferida e você vai sorrir. E eu vou me sentir sua, sua mulher. Essa palavra me traz arrepios de prazer. Vou te chamar de meu, meu homem ou meu bebê. Você vai ser meu bebê. Vou mimar você muito, até você perceber que eu amo você mais do que você imagina. Teremos filhos não sei quantos, não vou falar quero ter um, dois, três e etc. Desde que tenhamos filhos, não importa se for adotado. Desde que seja criado por nós. Desde que ele abra aquele sorriso e me pergunte: “Mãe, cadê o pai?”. E eu vou sentir orgulho. Sentir orgulho de mim mesma. Pela primeira vez vou me dar valor, tudo isso porque você, você vai me mostrar o amor. E não vai mais haver despedidas. Nós vamos viver entre tapas e beijos, ou beijos e alguns tapas. Depende eu sou arisca as vezes. Mordidinhas, charminhos bobos, e briguinhas bobas. Mas quando voltarmos; Ah! Vai ser de um jeito especial. Por que a gente é assim né? A gente adora se provocar, adora cuidar um do outro. Então você vai ver a foto de uma mulher e vai dizer: ”Como ela é gostosa”. Eu imediatamente irei fazer um biquinho, e ficarei distante. Você vai rir, me pegar no colo e dizer como fico linda quando estou brava e com ciúmes. E vai fazer cocegas em mim até eu não aguentar mais. Então você vai pegar nosso filho, e vai cuidar dele igual vai cuidar de mim. Ele ou ela, ou eles vão ser nossos bebê. Mas eu vou ser sua bebê também e você o meu. É pensando desse jeito… Sim, nós até poderíamos ter um futuro. Poderíamos acordar zangado um com o outro e depois você ia brigar comigo porque não preparei seu café ou porque eu não comprei o jornal. Você iria preferir café, e eu leite puro. Eu iria querer sucrilhos e você ia ficar toda hora pedindo um pouquinho. Depois eu iria tomar banho, e você iria atrás. Ficaríamos brincando no chuveiro e se abraçando sem parar. Sairíamos. Para trabalhar, ou apenas pra sair. E quando eu chegasse em casa eu ia arrumar tudo para quando você chegasse se orgulhasse de mim. Ficaria cantarolando e arrumando, quando eu terminasse iria tomar um banho colocar seu moletom, ou blusa ou algum casaco, tanto faz, desde que seja seu. Uma calça surrada e uma meia e ficaria no sofá, com cara de abandonada e jeito de carente. Quando você chegasse eu já taria até devorando uma panela pipoca enquanto chorava vendo Para sempre ao seu lado, ou Marley e eu. Você ia rir de mim e me daria um beijo suave e calmo. Perguntaria como foi meu dia eu diria tudo, e depois perguntaria como foi o seu, você iria se sentar no sofá enquanto falava e eu iria ir junto encostar minha cabeça no seu colo e ouvir sua voz que eu tanto amo. Depois mais tarde, quando eu terminasse de fazer o jantar e você o suco, iriamos tirar par ou impar pra ver quem lavaria a louça. Eu ia mandar você desligar as luzes da casa. Depois eu ia programar a TV para se desligar sozinha. Dormiríamos abraçados, como se o mundo dependesse daquele abraço… É poderíamos ser felizes juntos.

Strip-Tease

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum. Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer. Seria sua primeira vez. Já havia roído as unhas de ambas as mãos. Não podia mais voltar atrás. Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.

Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis. Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou. Ele perguntou o que poderia fazer por ela. A resposta: sem preliminares. Quero que você me escute, simplesmente.

Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.

Primeiro tirou a máscara: "Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".

Então ela desfez-se da arrogância: "Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."

Era o pudor sendo desabotoado: "Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo: "Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram. Encontrei".

Por fim, a última peça caía, deixando-a nua: "Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.