Coleção pessoal de meiremoreira

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Procura-se pessoas fluentes em fazer silêncio.

Você se pergunta se está no caminho certo. Mas como alguém pode te dizer se nem ela mesma sabe se está no caminho certo?
E depois, o que é o caminho certo? O que, ou quem pode apontar o Norte, servir de bússola nesses tempos -no mínimo- inglórios?
Quem pode dizer o que é o certo e o errado para a sua, para a minha vida?
Porque deveríamos credenciar alguém para tão ingrata missão?
Porque por mais que alguém seja justo, bom, digno e honesto aos nossos olhos, não significa que terá as respostas que buscamos.
Nem que a receita que deu certo para uma pessoa vai ser igual para um de nós.
Então, qual o caminho a seguir?
Como viver a nossa vida em segurança ou pelo menos, com tranquilidade?
A resposta mais correta é confiar nos seus instintos. Esquece esse papo de agir com a razão. Ou ouvir o coração.
A razão tem feito tudo isso que vemos a nossa volta: O caos.
E o coração! Ah, esse retardado que anda batendo por qualquer porcaria que se mova. Que não sabe diferenciar um elogio de um ardil...
Alguma pessoa muito perdida recomendou isso um dia.
Ouça o que diz o seu instinto. Ele é aquele resquício digno da nossa ancestralidade. Que é isso o que somos. E o nosso maior erro foi anular essa ferramenta negando o que somos: bichos, feras.
Umas adestradas. Outras nem tanto.
Mas bichos.
O nosso instinto nos guiará para um lugar seguro. Ou seja, para bem longe de nós mesmos.

Meire Moreira

Você não precisa ter uma vida incrível para ser feliz.

Eu não autorizo o Mark Zuckerberg entrar na minha casa, abrir minha cabeça e comer meu cérebro com uma colher.

Mãe me amamenta outra vez
Me traz para a vida
Cuida de mim
Mãe, segura a minha mão
Me leva em segurança pela vida afora
Penteia os meus cabelos
Remenda as minhas roupas
Traz aquele leite morno com bolachas
Quando eu estiver doente
Ri de novo das minhas palhaçadas
Que eu sempre faço só para te fazer rir
Me mostra o chinelo outra vez
Mãe, conta uma história
Lembra da sua casa
Lembra da sua mocidade
Do seu cavalo tão bem cuidado
Mãe, me chama de Beth, Marga, Zena,
Troca o meu nome outra vez
Mãe, faz tudo de novo
Tão igual e tão perfeito
Na sua simplicidade e ternura
Mãe, não morra nunca
O mundo é muito feio
Imagina sem a senhora aqui...
Mãe, eu amo a sua comida.
Meire Moreira

É necessário apenas uma árvore para fazer um milhão de fósforos e apenas um fósforo para queimar um milhão de árvores.
A vida é cíclica. Lembre-se sempre disso.

Aviso aos navegantes:
Não posto nada para polemizar.
Coloco aqui, no meu mural, apenas ideias, pensamentos, e coisas que me ocorrem.
Ninguém é obrigado a concordar. Não preciso de ecos da minha voz, afinal cada um tem seu direito de pensar diferente.
Mas não venha discordar de mim no meu mural. Vá lá no seu desabafar.
Eu acredito na pluralidade de opiniões e até na sua riqueza. Vejo com bons olhos a coragem em defender o próprio ponto de vista. Eu mesma sou assim. Mas não vou no mural alheio para desopilar meu fígado. Guardo as minhas discordâncias para mim. Quando muito, arrisco uma ou outra opinião em páginas públicas. Se é publicação aberta, também está sujeita a inferências alheias. A elegância digital não me permite mais do que isso. Eu respeito o espaço alheio como se fosse a casa de alguém. Não levo para lá os meus objetos de decoração.
Não se julguem tão importantes assim. Na maioria das vezes eu não estou mandando indiretas para ninguém. Mas é só eu atirar e tem gente correndo na direção da minha bala.
Keep calm, folks.

É fácil amar a luz.
Me mostre a sua escuridão.

Seria muita coisa se fosse.
Mas não é.
Nem foi.

Não dá para viver em concordância com todas as pessoas e em dissonância consigo mesmo.

No meio da noite não tenho para onde ir.
A cama não é consolo
A mesa não alimenta
O livro não aquece
No meio da noite as estrelas ficam pesadas
E as pálpebras leves.
No meio da noite o sol aparece
E traz consigo toda a urgência de acordar os sonhos

Levanto. Busco a embriaguez de um café.

Bem lá de cima, os deuses olham para nós e pensam:
-Como podem estas bostinhas se acharem tanto?

Estamos todos loucos. Eu, você, seu vizinho, a sua mãe...(caso tenha perfil aqui ou em outra Rede social, caso contrário, ignore). Sim, estamos. Malucos à cata de imagens, textos, bisonhices e afins. Perdemos horas preciosas do nosso dia, desperdiçamos pores-do-sol, conversas animadas na cozinha, afagos no cachorro da casa, sonecas preguiçosas ao sol, para gastar as nossas vistas nessa catacumba de vidas fictícias e pouco prováveis. Sim, estamos todos doidos. Muitos nem viram se há lua no céu hoje. Se haviam nuvens durante o dia. Se ventou. Empanamos a nossa realidade com esse mundo de faz-de-conta. Alguém me belisque. Ou me salve enquanto é tempo.

Sei lá se estou ficando velha ou sábia. Mas o fato é que metade das coisas que tinham importância para mim, hoje não tem mais. Não sinto vontade nem necessidade de mudar ninguém. Sinto um prazer inenarrável quando estou só. Não atendo celular, não recebo visitas, ignoro qualquer barulho que não seja o som da minha própria respiração...Desfruto de pequenos prazeres como se estivesse abrindo os olhos pela primeira vez. Tudo é tão igual e eu consigo ver diferença. Aceito as ocorrências da vida como testes para a minha paciência. E até nas vezes em que preciso descer das tamancas, mantenho o elã.
A idade nos tira muita coisa, mas nos dá outras infinitamente melhores.

No mundo existem dois tipos de pessoas:
As que gostam de mim e as que não existem.

Se você tiver sorte,
Vai conhecer e viver um grande amor;
Se tiver mais sorte ainda,
Ele irá se desfazer e você seguirá feliz.
Fim.

Viver na Igreja é fácil.
Difícil é ser Igreja!
Tratar com amor e respeito todos os seres. Humanos ou animais. Viver com simplicidade e agir com humanidade diante das falhas e limites alheios.
Não julgar. Não humilhar. Não espezinhar. Não trapacear. Não iludir. Não corromper.
Isto é ser de Cristo. Isto é viver Nele!

Somos uma sociedade doente: Só ficamos bem com sacolas na mão.

Mais amor e menos teatro, please!
Trocar fotinha no Facebook não é prova de amor. Lavar uma louça é. Levar para tomar um café, dar um presente bacana feito por você mesmo, ligar para dizer: Mãe, te amo!
Gestos gentis fazem toda diferença. Não se trata de dinheiro. Se trata do tempo que você dedica a sua mãe. Não precisa ser muito, mas deve ser de qualidade.
Quando ela estiver falando, ouça.
Quando ela estiver em silêncio, ouça.
Um dia a gente só poderá sentir saudades do que poderia ter sido.

Quando se é novo é sempre a somar. Somam-se amigos, emoções, experiências, livros, canudos, lugares, responsabilidades, preocupações e ambições, vícios e prazeres que não viciam.
Até cada ano de vida que se viveu é celebrado como se fosse uma proeza. É triunfalmente que se chega aos 6, 10, 14, 18 ou 22 anos. E com razão. Ainda consigo lembrar-me que eram obra.
Depois, não sei a que idade (é aquela em que nos deixamos de importar tanto com as coisas, daí nunca darmos por ela), começamos a compreender a alegria e a liberdade de subtrair coisas e pessoas que só nos pesam, roubando-nos tempo, paciência e a calma necessária para sobrevivermos e que se vão tornando, monstruosa e deliciosamente, cada vez maiores.
O tempo de subtrair é cruel e frio e imensamente libertador. Dá vida aos últimos anos de vida que temos. Sim, porque a vida acaba. A morte acontece e, irritantemente, dura para sempre. Há quem diga que é como o tempo antes de nascermos (até um gênio como Samuel Beckett caiu neste pensamento impreciso) mas não é. O tempo depois de morrermos é sempre pior do que o tempo antes de nascermos.
Ninguém sobrevive. Nascemos, vivemos e morremos. Sobreviver é tão estúpido como anteviver. A grande diferença entre estar perto da nascença e estar perto da morte é que a proximidade da morte é necessária e suficientemente melhor conselheira.
Antes de morrermos convém nos despirmos até estarmos nus; só com os nossos verdadeiros amores.

Miguel Esteves Cardoso