Coleção pessoal de marcosfabricio

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JUSTIÇA CERTA
P/ Taty



Bater o martelo

faz doer a cabeça do prego

Na lábia legal constituída

por códigos de sabedoria

conciliação entre as partes

para a alegria do inteiro

Sem essa de vigiar e punir

Na tribuna do zelar e compreender

fazer direito

compreendendo o esquerdo do mundo



* Marcos Fabrício

GULA DE VIDA

Nossa gula de vida
dispensa a ração da morte
pois deseja como cardápio
um banquete de esperança

Nossa gula de vida
dispensa egoísmo e solidão
pois deseja como cardápio
paz de espírito e comunhão

Nossa gula de vida
dispensa brutalidade
pois deseja como cardápio
educação e sensibilidade

Nossa gula de vida
dispensa pontapés e bate-boca
pois deseja como cardápio
cafuné e beijo na boca

QUEM


quem leva vantagem
acaba saindo perdendo
quem cedo madruga
sempre acha que acorda tarde
quem dá lição de moral
é reprovado no exame de consciência
quem bate o martelo
se esquece que um dia foi prego
quem ganha no grito
perde a chance do grande debate
quem fala demais
escuta de menos
quem fecha os ouvidos
não sabe abrir a boca
quem chora de barriga cheia
não sabe o que é sorrir de panela vazia
quem é metido à besta
nunca é o bastante
quem molha as raízes
manda a seca pastar
quem filosofa com os espinhos
sente o perfume de todas as rosas

QUERO FAZER AMOR

quero fazer amor
como a manteiga passada no pão dos famintos

quero fazer amor
como a chave que abre a porta dos desesperados

quero fazer amor
como o feijão que põe graça no arroz da feira

quero fazer amor
como o telefone ocupado com a sua inesperada ligação

quero fazer amor
como o parto normal dos nossos sonhos bêbados

quero fazer amor
como pular de amarelinha de uma perna só e de mãos dadas

quero fazer amor
como cão e gato entre os ratos

quero fazer amor
como a brisa anunciando a brasa

quero fazer amor
como o meio-fio está por um fio para ser reformado

quero fazer amor
como o azul da cor do mar despacha o azul do viagra

quero fazer amor
como o fantasma da ópera que resolve sambar na sapucaí

quero fazer amor
como as impressões digitais que se despedem dos dedos

quero fazer amor
como um gole de café me faz xícara

quero fazer amor
como a declaração borrada de batom e medo

quero fazer amor
como a mama me assanha e me ossanha

quero fazer amor
como a bola cheia de tanto zero a zero

quero fazer amor
como a guerra e a paz que tomam conta do formigueiro

quero fazer amor
como o galo que não dá as ordens no terreiro

quero fazer amor
como a fusão de tudo na função do nada