Coleção pessoal de lulimap

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Ah a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros.
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que eu saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
É tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora...
Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.

Com as lágrimas do tempo e a cal do meu dia eu fiz o cimento da minha poesia.

O menino ia no mato
e a onça comeu ele.
Depois o caminhão passou por dentro do corpo do menino
e ele foi contar para a mãe.
A mãe disse: mas a onça comeu você, como é que o caminhão passou por dentro do seu corpo?
É que o caminhão só passou renteando o meu corpo e eu desviei depressa.
Olha mãe, eu só queria inventar uma poesia.
Eu não preciso de fazer razão.

“A forma como vivemos hoje mata o espírito lúdico do ser humano. É um pecado o que estamos fazendo com as crianças, estamos tirando delas a capacidade de originalidade, a possibilidade de contato consigo própria..."

“Ninguém nasceu para fazer vestibular, a gente nasceu para ser gente. As escolas deveriam ter muito mais tempo de recreio, mas quando defendemos o resgate do brincar as pessoas acham que é voltar no tempo”

“Você tem que lembrar do menino que você foi, e perguntar: o que você fez de mim?”

Apagaram-se todas as limitações porque tu e eu desaparecemos.
Existimos fundidos num ser único
que ignora a sucessão no tempo,
que desconhece as fronteiras onde sua vida termina e a vida cósmica se inicia,
perdido no êxtase imenso
como um astro sem memória perdido no espaço sem princípio e sem fim

Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.

Tem dia que eu não acordo gente, acordo confusão.

''Tudo flui e tudo muda; tudo se move, nada é estático. E quando você se apega a alguma coisa, perde a realidade. Apegar é o problema, pois a realidade muda e você não flui com ela

Por minutos, ou horas, enlouqueço sem saber se aquilo que minha liberdade pede faz mesmo sentido.
Ideologias, desejos, romantismos, medos se fundem, se misturam e me viram do avesso.

Quando noto já mal sei quem eu sou, já nada me satisfaz e só consigo me encontrar estática e entediada, desejando de maneira rebelde e inconsequente uma dose de fuga desse mundo.

O CONVITE

Não me interessa o que você faz para viver. Quero saber o que você deseja ardentemente, e se você se atreve a sonhar em encontrar os desejos do seu coração.

Não me interessa quantos anos você tem. Quero saber se você se arriscaria a aparentar que é um tolo por amor, por seus sonhos, pela aventura de estar vivo. Não me interessa quais os planetas que estão em quadratura com a sua lua. Quero saber se você tocou o centro de sua própria tristeza, se você se tornou mais aberto por causa das traições da vida, ou se tornou murcho e fechado por medo das futuras mágoas.

Quero saber se você pode sentar-se com a dor, minha ou sua, sem se mexer para escondê-la, tentar diminuí-la ou tratá-la. Quero saber se você pode conviver com a alegria, minha ou sua, se você pode dançar loucamente e deixar que o êxtase tome conta de você dos pés à cabeça, sem a cautela de ser cuidadoso, de ser realista ou de lembrar das limitações de ser humano.

Não me interessa se a história que você está contando é verdadeira. Quero saber se você pode desapontar alguém para ser verdadeiro com você mesmo; se você pode suportar acusações de traição e não trair sua própria alma. Quero saber se você pode ser leal, e portanto, confiável.

Quero saber se você pode ver a beleza mesmo quando o que vê não seja bonito todos os dias, e se você pode buscar a fonte de sua vida da presença de Deus. Quero saber se você pode conviver com o fracasso, seu e meu, e ainda postar-se à beira de um lago e gritar à lua cheia prateada: "Sim!

Não me interessa saber onde mora e quanto dinheiro você tem. Quero saber se você pode levantar depois de uma noite de tristeza e desespero, cansado e machucado até os ossos e fazer o que tem que ser feito para as crianças.

Não me interessa quem você é, como chegou até aqui. Quero saber se você vai se postar no meio do fogo comigo e não vai se encolher.

Não me interessa onde ou o que ou com quem você estudou. Quero saber o que o segura por dentro quando tudo o mais fracassa. Quero saber se você pode ficar só consigo mesmo e se você verdadeiramente gosta da companhia que consegue nos momentos vazios.

Por ser exato
O amor não cabe em si
Por ser encantado
O amor revela-se
Por ser amor
Invade
E fim.

Poesia não é para compreender mas para incorporar
Entender é parede: procure ser árvore.

Acabou o a(dor)mor
Deu-se o fim dos meus belos uni(versos)
Tira esse véu, não há mais perigo na esquina, da vida.
Meu bem
Explodiu o nosso céu
Réu. Absol(vida)
Eu não te amo
Estranho...
O meu ganho foi te perder

alguns -
ou seja nem todos.
nem mesmo a maioria de todos, mas a minoria.
sem contar a escola onde é obrigatório
e os próprios poetas
seriam talvez uns dois em mil.
gostam -
mas também se gosta de canja de galinha,
gosta-se de galanteios e da cor azul,
gosta-se de um xale velho,
gosta-se de fazer o que se tem vontade
gosta-se de afagar um cão.
de poesia -
mas o que é isso, poesia.
muita resposta vaga
já foi dada a essa pergunta.
pois eu não sei e não sei e me agarro a isso
como a uma tábua de salvação.

Liberdade de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousar onde o coração quiser.

Ela sonha que o mundo floresce, que ninguém entristece, e que o amor cresce:
Em cada canto de terra, de mato, de flor e de pranto.

" Arrotando Argumentos
Arrotamos argumentos
E já nem sabemos se é
Convicção de estar certo
Medo de estar errado
Projetamos no outro
Características que não toleramos em nós
Crianças emocionais
Negativamente programadas para o pessimismo
Pensamos querer, avidamente,
Ter razão
E só queremos, no fundo
Ser felizes

Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.

Um homem estava anoitecido.
Se sentia por dentro um trapo social.
Igual se, por fora, usasse um casaco rasgado
e sujo.
Tentou sair da angústia
Isto ser:
Ele queria jogar o casaco rasgado e sujo no
lixo.
Ele queria amanhecer.

A maior riqueza do homem
é a sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.

Não agüento ser apenas um sujeito que abre portas,
que puxa válvulas, que olha o relógio,
que compra pão às 6 horas da tarde,
que vai lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.

Perdoai
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.