Coleção pessoal de lucijordan

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Qualquer realização é uma servidão. Obriga a uma realização mais elevada.

A ciência nada mais é que o senso comum refinado e disciplinado.

Aventure-se, pois da mais insignificante pista surgiu toda riqueza que o homem já conheceu.

Há algo mais belo que as belas descobertas é o conhecimento da maneira pelas quais são feitas.

Se nossa vida fosse dominada por uma busca de felicidade, talvez poucas atividades fossem tão reveladoras da dinâmica dessa demanda - em todo o seu ardor e seus paradoxos - com nossas viagens. Elas expressam menos por mais que não falem - uma compreensão de como a vida poderia ser, fora das restrições dos trabalhos e da luta pela sobrevivência.

Mas quando empregamos muito tempo viajando, acabamos estrangeiros em nosso próprio país.

Tudo deve ser apresentado da maneira mais simples possível, porém não mais simples do que isso.

Usa sempre a lógica. Ela não te abandona.

Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever

Aquilo que se sabe quando ninguém nos interroga, mas que não se sabe quando devemos explicar, é algo sobre o que se deve refletir é evidentemente algo sobre o que, por alguma razão, dificilmente se reflete.

Tudo está pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis

Algumas vezes acontece de duas pessoas se encontrarem pela primeira vez e reconhecerem o potencial de uma profunda e duradoura amizade.

Assim como as chaves abrem cofres, as cartas abrem corações.

Quando as folhas caírem nos caminhos,
ao sentimentalismo do sol poente,
nós dois iremos vagarosamente,
de braços dados, como dois velhinhos…


E que dirá de nós toda essa gente,
quando passarmos mudos e juntinhos?
- "Como se amaram esses coitadinhos!
Como ela vai, como ele vai contente!"


E por onde eu passar e tu passares,
hão de seguir-nos todos os olhares
e debruçar-se as flores nos barrancos…


E por nós, na tristeza do sol posto,
hão de falar as rugas do meu rosto…
Hão de falar os teus cabelos brancos…

FIM
Meu corpo se abre,
se desmancha.
Fruta sem árvore cai,
porque outoniça,
porque estava madura
ou porquê eu já não tinha vontade de ficar.

Posso soltar-me o pelo
abandonar-me em vós
Permanecer quieta.
Desordenar o sol em nossa casa
virar sobre mim mesma
E encontrar-te.
Deixar a bagagem,
deleitar-te:
minha terra prometida são tuas mãos.

Hoje sinto no coração
um vago tremor de estrelas,
mas minha senda se perde
na alma de névoa.

A luz me quebra as asas
e a dor de minha tristeza
vai molhando as recordações
na fonte da ideia.

Todas as rosas são brancas,
tão brancas como minha pena,
e não são as rosas brancas
porque nevou sobre elas.

Antes tiveram o íris.
Também sobre a alma neva.

A neve da alma tem
copos de beijos e cenas
que se fundiram na sombra
ou na luz de quem as pensa.

A neve cai das rosas,
mas a da alma fica,
e a garra dos anos
faz um sudário com elas.

Desfazer-se-á a neve
quando a morte nos levar?
Ou depois haverá outra neve
e outras rosas mais perfeitas?

Haverá paz entre nós

como Cristo nos ensina?
Ou nunca será possível
a solução do problema?
E se o amor nos engana?
Quem a vida nos alenta
se o crepúsculo nos funde
na verdadeira ciência
do Bem que quiçá não exista,
e do mal que palpita perto?

Se a esperança se apaga
e a Babel começa,
que tocha iluminará
os caminhos da Terra?

Se o azul é um sonho,
que será da inocência?
Que será do coração
se o Amor não tem flechas ?

Se a morte é a morte,
que será dos poetas
e das coisas adormecidas
que já ninguém delas se recorda?

Oh! sol das esperanças!
Água clara! Lua nova!
Coração dos meninos!
Almas rudes das pedras!

Hoje sinto no coração
um vago tremor de estrelas
e todas as coisas são
tão brancas como minha pena.

SONHO

Descubro
tua leve gargalhada
nas asas inquietas
de algum pardal sem medo.

Escuto
o ruído de teus passos
nas folhas que caem,
desprendidas, ao solo.

Anseio
teu travesso sorriso
em cândidos jasmins
com aroma de cidade.

O céu se há posto azul,
empapado de vento:
sonho
que hás retornado.

JÁ NÃO

Já não será
já não
Não viveremos juntos
Não criarei ao tua filho
Não coserei tua roupa
Não te terei a noite
Não te beijarei ao ir-me
nunca saberás quem fui
por que me amaram outros.

Não chegarei a saber
por que nem como nunca
nem se era de verdade
O que disseste que era
nem quem foste
nem que fui para ti
nem como seria
viver juntos
querermos
esperar-nos
estar.

Já não sou mais que eu
para sempre e tu
já não serás para mim
mais que tu.
Já não estás
em um dia futuro
Não saberei donde vives
com quem
nem se te recordas.
Não me abraçarás nunca
como essa noite
nunca.

Não voltarei a te tocar.
Não te verei morrer.

O QUE SINTO POR TI

O que sinto por ti é tão difícil.
Não é de rosas se abrindo no ar,
é de rosas se abrindo na água.

O que sinto por ti. Isto que roda
ou se quebra com tantos gestos teus
ou que com tuas palavras despedaças
e que logo incorporas em um gesto
e me invade nas horas amarelas
e me deixa uma doce sede dobrada.

O que sinto por ti, tão doloroso
como pobre luz das estrelas
que chega dolorida e fatigada.

O que sinto por ti, e que sem embargo
anda tanto que às vezes não chega a ti.