Coleção pessoal de Lailin

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Susto

A vida me prega cada susto
tem horas que penso:
é agora que voo...
e não vou

Todas as histórias podem ser suportadas.

Mais triste do que alegre
Um sentimento...
Existe em mim

Nossas crianças

Se farão homens
Se chamarão povo
criança em expansão
tentativa inexorável
principio das dores
força do homem
caminho para o amanhã
produção da primavera
do mais fundo sofrimento
do mais fundo da terra
do mais duro
do mais ferido
Beleza pura
Obra de pobres assustados
flores surreais
desamparados dos subúrbios
Uma dádiva do mais alto
do mais eterno

Não esqueça de agradecer

Estou aprendendo...
Amanheceu e agradeci, mesmo sendo muito cedo, agradeci por isso
E por mais uma vez não ter conseguido realizar meu sonho: dormir até as 2hs da tarde
Talvez tenha gente demais fazendo isso
Agradeci o sol que se esconde entre as nuvens
em duvidas assim como eu: vou ou não vou?
Agradeci pelos meus amigos
Aqueles que são e aqueles que ainda estão pensando
Agradeci pelo carro de gás que agora passa na rua fazendo barulho, me lembrando que o meu caminha para 7 meses sem troca e agradeci por ouvir Pour Elise de Beethoven
Agradeci mais ainda pela minha vida e por hoje ter lembrado depois de três dias de tomar meu remédio semanal para os ossos
E pedi e continuo pedindo ânimo e coragem para abrir essa porta e sair e ir até o posto de saúde marcar consulta para um neto e um avô que acabaram de chagar do norte e estão muito doentes.
Pedi coragem também para mais tarde ir até a casa da Cida e ouvir pela milesima vez sobre sua tristeza, sua solidão, sua depressão, suas noites mal dormidas, suas idas até o posto de saúde tarde da noite. Farei isso, enquanto abrirei seus armarios e colocarei em ordem a bagunça dos seus mantimentos e arrumarei suas gavetas enquanto ela atrás de mim continuará a falar sem cansar...

Agora, enquanto escrevo e ouço essa música
Não me perguntem por que essa música. Talvez vocês saibam melhor do que eu.
Neste momento peço que a tristeza suba até os céus e vá para aquele que tudo pode e que eu não seja mais uma acometida pelo mal da indiferença. Não quero ser capaz de não saber dividir aquilo que tenho

Viver por viver

Foi deitar-se
não sem antes dar uma olhada
na secretária eletrônica na esperança de encontrar pelo menos um número.
Não encontrou um único sinal...
Parou na porta do quarto, a mão na maçaneta, como se aguardasse ouvir uma voz
mas nenhuma voz se fez ouvir
A noite caia no marasmo costumeiro
Despiu-se devagar, olhando pela janela, a fim de inspecionar o vaso de violetas e os gatos da vizinhança
Fitou a noite escura, a rua deserta... Tudo silencioso, se evaporara o sutil sabor de todas as coisas. A rua agora é um úmido concreto mal cheiroso, nada limpa.
Arrastou-se até a cama, fechou os olhos
e adormeceu...

Desejo

O que é que eu tanto desejo?
O que é que eu estou tentando ver?
A vida?
Minha própria vida agora encarnada em Amanda e na pequena Laura?
Estou eu por acaso tentando tocar alguma coisa que me foge,
sentir alguma coisa que me é impossível enxergar?

Dá licença?

Dá licença ai!?

Dá licença ai de interromper e agradecer
Jonathan agora irá ao pediatra
e não mais a um descaso
que depois de um desmaio
sem nenhum exame receitou
ao pobre garoto, gardenal
Um simples remédio
Uma simples receita

Dá licença ai, preciso agradecer
por não ter esquecido o ontem
e ainda lembrar que um jornalista foi brutalmente assassinado
seu sangue ainda quente escorre pela minha tela
e os efeitos da bala atingiram meu coração
estou definitivamente desenganada
Posso morrer a qualquer instante
De direito já devia estar morta

Da licença ai, preciso agradecer
pela minha teimosia de ainda aparecer
capengando
chocada
no meio do sol desenhado
das flores de papel
da felicidade que foi passada uma mão de cal

Dá licença ai de interromper e dizer:
Somos quase nada

O homem e a mulher


Foram criados
com uma necessidade que
o outro preenchia
Suas qualidades se equilibravam
se complementavam
tão bem
que foram considerados
uma só carne

Onde falharam?

Crianças

Crianças...
são como o sol entrando
apesar das janelas fechadas,
e saem deixando um raio,
uma palpitação silvestre no coração
uma pureza de aromas

uma borboleta viva
Uma estrela

transbordando
estendendo
estalando
me chamando com sua força magnética

Mlailin

Se você chegasse...

Eu estaria te esperando no aeroporto
e o abraçaria fortemente e não soltaria
tão cedo
com carinho
com saudades...
E então, esqueceria a forma que você me abraçou quando cheguei: Friamente

Se você chegasse
Eu teria enorme prazer em sair com você
Nunca estaria de mau humor
ou aflita

Se você chegasse...
Eu teria enorme prazer em cozinhar pra você
e diria vem aqui ver como faço
Coloco pitadas de bondade
E minha dispensa nunca ficaria vazia
Porque seria compartilhada com amor

Se você chegasse...
Eu te diria a verdade
Eu não te deixaria só
para correr atrás do meu passado
pois o meu passado tem sua própria vida
e agora ganhei um presente
que se torna pouco a pouco o meu passado e o meu futuro

Se você chagasse...
O espaço nunca ficaria pequeno para nós dois
O meu espaço seria você
Tão infinito quanto a visão que tive da sua janela

Se você chegasse...
Eu nunca tiraria suas roupas do varal e
com um sorriso no rosto te entregaria
Como quem diz: Vá!
Não te deixaria ir para viver uma semana e quatro dias
de terror...

Se você chegasse eu te diria...
Venha e sinta...
O amor é benigno
O amor não procura seus próprios interesses
O amor nunca falha.

Isso é o que eu queria te dizer quando disse:
Um dia te direi o que fazer com suas milhas...

Mlailin

Para a dona da bolsa amarela - Vivian Ercherberger (na foto)

Ontem à noite encontrei no banco do metrô uma bolsa. É uma bolsa que as mulheres usam a tiracolo.
É quadrada tem dois bolsos na frente, não tem zíper, mas um enorme botão.
O trem havia chegado à estação Anhangabaú, só mais esta estação e eu estaria na Sé.
Estava muito cansada, o sono era mais forte do que eu.
Sabendo que não podia dormir, pois corria o risco de ir parar em outro destino, disse a mim mesma:
"Você só vai fechar os olhos”.
Não somente fechei os olhos, como capotei.

Acordei no terminal Corinthians/Itaquera com um jovem sacudindo meus ombros e dizendo: “Moça, moça”. Sonolenta sem saber onde estava, disse obrigada, peguei minhas sacolas e bolsas e sai apressadamente com o apito do trem e o fechamento da porta atrás de mim. Enquanto subia as escadas rolantes fui me certificando se havia pegado tudo. Comecei a contar. Uma, duas, três, quatro! Quatro? Essa não é minha. Se não é de quem é? Alguém deve ter saído e esquecido a bolsa próximo das minhas. Só podia ter sido isso. Procurei um banco, sentei, e abri a bolsa para ver se tinha um endereço, um telefone. Encontrei uma garrafa de água, um livro de mais de 500 páginas: “Quando Nietzsche chorou”. E um caderno de papel reciclado. Nada mais.
Comecei a folhear o livro a procura de algo enquanto pensava quem leria um livro desses. Um estudante de filosofia? Uma estudante de psicologia? Na primeira página encontrei uma dedicatória que dizia: “Querida Vivian, que você continue a nos trazer muitas alegrias com o seu sorriso e os seus atos bondosos. Admiro muito você como chefe, como pesquisadora e como pessoa. Um abraço afetuoso da Paula. Primavera de 2009”. Isso não ajudava muito. Abri o caderno havia um nome na contracapa: Vivian Erchenberger. Procurei um endereço ou o numero de um telefone. Não encontrei nada que me levasse até a dona. Novamente peguei o trem agora com destino a Sé. Não iria mais fechar os olhos. Iria ficar bem acordada e ler o conteúdo daquele caderno. Logo na primeira página havia uma lista de supermercado e alguns avisos como estes: “Comprar um terno novo para João Paulo”. “Sexta-feira dia 6, cinema com André”. “Não esquecer de separar as roupas para a costureira”. Depois outras coisas sem importância. Algumas folhas a frente encontrei duas páginas cheias de um relato que parecia um desabafo, escrito por uma letra ora mais rápida ora mais lenta com algumas manchas na tinta que pareciam serem lágrimas que caíram...

“É uma manhã de sábado, dia quente de novembro e o perfume das flores domina o ar. Combinei de encontrar com João Paulo às 11hs. Camilo o deixou na Tutóia com Brigadeiro. Começamos a subir a Rafael de Barros com destino a Avenida Paulista, eu, Márcia e João. Foi quando me lembrei que era o mesmo caminho que havia feito anos atrás quando ia para o trabalho. Iria aproveitar esse momento para rever o seu Nelson. Seu Nelson é jardineiro de um antigo sobrado nessa rua. O conheci anos atrás quando ia para o trabalho. Naquele dia ele estava na calçada podando um lindo pé de primavera. Disse-lhe bom dia e comecei a elogiar o seu trabalho. Foi ai que comecei a travar conhecimento com aquele jardineiro de cabelos brancos no vigor de seus 80 anos, de rosto bronzeado pelas horas que passa no jardim. Admirava-o por ter aquele emprego já há tantos anos. Então ele me dizia: “Amo o que faço”. Amava as coisas de Deus. Amava cuidar das flores, do jardim. Havia perdido a esposa e nunca mais se casou. Tinha uma filha. Morava com ela, mas não gostava de dar trabalho. Tinha um modo bem calmo de falar. Um dia eu disse para o André: Vamos comprar uma camisa para ele?”. O que mais me impressionava nele era a sua humildade. Ele só olhava em meus olhos quando eu dizia: “Olha pra mim seu Nelson”. Só assim ele olhava e abria um sorriso muito grande. Ele dizia que quando olhava para o chão era como se reverenciasse a pessoa. Quando você respeita uma pessoa você não olha nos olhos. É uma educação dos antigos. Às vezes estava fazendo aquele sol, sol de rachar, ele agachava pegava em uma flor e então me mostrava o que tinha feito. Ou então ele tirava a enxada e uma pequena forquilha da garagem e me levava para o canto do jardim ensinava-me então como revolver a fértil terra preta. É o melhor lugar do jardim. “Tente não cortar ao meio as minhocas... É bom mexer no solo quente”, me dizia ele enquanto arrastava o regador para o pequeno canteiro. Trocava mos idéias e ele me brindava com pedaços de sua profunda sabedoria. Uma vez ele me disse: “Há 20 anos as pessoas passam por essa calçada, falam bom dia e vão embora. Não param por um segundo para dizerem o seu nome. E você uma pessoa que eu conheci há dois meses se tornou minha melhor amiga. Você é uma pessoa bondosa de bom coração”.
Agora havia passado tanto tempo, estava ansiosa, estava com saudade. Procurei ouvir o som da vassoura. O barulho da vassoura e então saberia que ele estaria lá. Bati palmas. Uma jovem veio atender. Perguntei pelo jardineiro, o seu Nelson. Então ela disse que ele havia morrido há quatro meses atrás. Aconteceu um acidente, foi na porta do hospital beneficência. Ele tinha ido lá para fazer um exame de vista foi quando um motoqueiro o atropelou. Ele bateu a cabeça. Um traumatismo. Não resistiu. Qualquer pessoa que já tenha sofrido a perda de um ente querido pode dar testemunho do impacto daquelas palavras. Não me deixei embaraçar nem intimidar pelas lágrimas que corriam pelo meu rosto, e ela não me disse para não chorar, nem tentou distrair-me, e eu não consegui mais falar nada a não ser abrir minha pasta e tirar de dentro dela uma mensagem sobre a ressurreição entregar a ela e sair dali.
Seu Nelson foi um dos homens bons deste mundo. Um grande amigo.
“Oh, seu Nelson! O senhor sabia tanta coisa sem que ninguém tivesse lhe ensinado. Espero que tenha sabido também o quanto eu o amei!”.

E depois encontrei somente páginas em branco...
Uma voz dizendo estação Paraíso interrompeu meus pensamentos.
E agora o que iria fazer? Poderia deixar a bolsa no achados e perdidos do metrô...
E estaria tudo perdido. Não conheceria a dona da bolsa amarela e não ouviria de sua boca a história do seu amigo querido. Não poderia desperdiçar essa chance. Teria uma idéia... Faria uma gazua...

“Faça com que sempre sejamos
os jardineiros do espírito
que sabem que, sem a escuridão
nada consegue nascer,
assim como, sem luz,
nada pode florescer”.

Entre as coisas que não posso mudar está:
o passado, o presente e o futuro

Sou solidão

Há tamanha solidão em mim
Que eu posso vê-la no movimento
Lento do oceano

Escuto o exílio
A derrota
A traição
E esse homem
Outros olhos
Outros cabelos
Outros pés
Outros dedos
Penso na minha vida
E comparo a outras vidas
Logo mais você irá se queixar
E se lamentar em seus poemas
Sobre como eu sou
Irá dizer também
Sobre seu pouco caso
Para comigo?
Sobre sua corrida maluca para o passado?
Deito-me na areia
E depois caminho ao redor do mar
Uma hora depois
Começo a me sentir melhor
Deixo que ele
Desmanche os meus cabelos
Enquanto digo “sim”
Nossos sonhos de união
Estão ali:
“Ela levou a furadeira?” Perguntei
“Sim, levou” – Respondeu
Limpo o banheiro
Varro o chão
E às vezes faço uma comida
Um pouco mais saudável
Há – ele me disse segurando o copo
Com suco de uva
Este é o melhor de todos
O oceano espuma

Eloá, dorme em paz

Sou uma menina e vejo todo o tempo
A forma como o Senhor
Deve ver esse imenso universo
Que se mostra diante dos meus olhos

As vezes
As vezes eu olho
para o horizonte e tenho a estranha sensação
De que o Senhor é cheio
de segredos
Segredos sobre toda a terra
Pensamentos mais altos do que o meu

Tenho orgulho de você
Capaz de ver onde cada estrela esta indo
e chama a cada uma pelo seu nome

Meus pés são marfim e azuis

Os seres humanos passam por mim,
alguns mais lentos
outros mais apressados,
exaustos.
Também param
conversam e sorriem
ficam calmos,
confiantes e belos
Compartilham a tranquilidade do mar.

Essa terra é um mosaico de pessoas adormecidas
aconchegados uns aos outros
E quanto a mim
não se preocupem
Estou em paz

Encostada na janela do oitavo andar
olhou para a piscina
para o play groud
e indagou
Onde estão as crianças

Andou pelas ruas
colocou o ouvido
na porta da casa alheia
Olhou cada canto da rua
cada banco da praça
Não conseguia encontrar
a explicação do por que
do silencio
de modo tão grotesco

Onde estão as crianças?

O sorriso
A timidez
As perguntas
As brincadeiras
O abraço apertado
O beijo carinhoso

Poderiam estar cantando
em algum lugar
Meu lanchinho, meu lanchinho...
Parecia um filme mudo
preto e branco
A vizinhança estava morta

Onde estão as crianças?

Naquela noite
ela fez
uma viagem muito curta
Onde a vendedora
explicava a uma turista
o valor da bolsa de capim dourado
Que tédio!

Onde estão as crianças?

Então as luzes se apagaram
desceu as escadas
atravessou a rua
Havia outros turistas
olhando para o mar
fez uma pergunta
ao morador local
Onde estão as crianças

Um francês perguntou
ao guarda em um português truncado
Onde fivaca...
Pensou ouvir
Onde estão as crianças?

A unica luz vinha do lado de uma lampada solitaria
clareando o mar, viu
Felizes e radiantes
teve o seu caminho
bloqueado
Por uma dezenas deles
Uma alegria conhecida
desde a infancia
Encontrou a criança

Um dia direi o que fazer com suas milhas...

Agora me restabeleço
Como uma paciente depois da cirurgia
Na hora foi estranho, nos primeiros dias tb,
mas agora as coisas estão se encaixando,
e quando sai agora de onde irei retornar para pegar o ônibus para não mais voltar para esse lugar, olhei no céu e vi uma lua tão linda...
A minha lua preferida, aquela que parece com uma linha e isso me deu uma paz, não digo que foi grande pq não existe mais paz de bom tamanho
mas existe uma certa resignação
diante de coisas que não se pode mudar
e quer saber uma coisa, meu coração nem doeu
e isso foi de bom tamanho
Dizem que ele não tocou minha alma
ainda bem que não
Bastava o coração para ter me matado
Não sei ser alma sem meu coração

Um dia...

Um dia aprenderemos
a amar

Por enquanto vamos ficando no:
Um dia EU amarei
Um dia TU amarás
Um dia NÒS amaremos
Um dia VÒS amareis
Um dia ELES amarão

Que hoje eu seja só pensamentos


O desenho do meu caderno é uma linda menininha
Seu nome é Layla
Layla tem lindos olhos castanhos e cabelos cacheados
A última pessoa que conversei ontem
foi minha professora de literatura de nome Ana

Ana tem o sorriso sempre
pronto para qualquer besteira que eu fale
Ontem enquanto escrevia algo
Ana andava pela sala com um lindo vestido rodado
Olhei para seu corpo enquanto passava
Os anos estavam nele
Um vida de luta e ensino
Fiquei pensando
quão felizes foram as crianças

ensinadas por ela

Não fiquei muito tempo com os olhos pregados em seus passos
Aquilo que escrevia
era mais importante do que
ouvir a voz e o caminhar de Ana


Não sou ouvido e nem olhos
sou pensamentos
Levo sempre um susto quando escuto
"Faça isso, faça aquilo"
Quem são essas pessoas que falam?

Tenho que anotar para saber
para não esquecer
que vivo uma vida que não é a minha

Não sei e não quero fazer nada a não ser isso
entrar em minha essência
Sem remorsos

Enquanto ainda é tempo
Enquanto ainda sou um sopro

E minha vida é como a sombra que passa

Gabriela, sou da PAZ!

Apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana
Anne Frank e EU

Ela seguiu em direção ao metrô
Ia se encontrar com a mãe
Era a primeira vez que saia sozinha
Estava nas escadas do metrô
Quando ficou no meio do fogo cruzado
Foi atingida por uma bala perdida
Tentou voltar
Subiu as escadas e caiu
Um camelo a segurou
Havia lágrimas em seus olhos
Sua mãe que a esperava
Sentiu um arpão entrando em seu coração
Nos dias seguintes sobre a cabeceira de sua cama
Assistia as notícias
Tentava aceitar a perda
Via os travesseiros desarrumados na cama
Podia vê-la acariciando um gato
Podia vê-la dormindo
Podia ver seus chinelos no chão
Só não podia mais ouvir sua voz
Seu sorriso...
Criou o movimento Gabriela sou da paz
Cinco anos depois
Vitima de um AVC acabou morrendo
Até seus ossos foram doados
Suas cinzas, assim como de sua filha
Foram jogadas no mar da Barra da Tijuca
A bala que matou a filha
Alojou-se definitivamente no
Coração da mãe

Mlailin

Satiagraha

O que será que é isso?!
Conversa pra boi dormir...
Operação Satiagraha.
A prisão de Dantas, Nahas e Pitta.
PF prende Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta
Daniel Dantas, pivô da maior disputa societária do Brasil
Nome: Operação Satiagraha,
que prendeu Dantas
Entenda pela última vez
as acusações contra Dantas e Nahas
Defesa diz que Dantas foi preso por vingança
Mandados de prisão atingem familiares e funcionários de Dantas
As ações da Polícia Federal no governo Lula
Os 40 do mensalão
Nahas foi declarado inocente em 2004 pela Justiça Federal do Rio
e pôde até voltar a operar no mercado.
A instância superior decidiu que o delito sequer havia existido.
Acho que não entendi
Eles continuam saindo ilesos e
rindo da nossa cara
O asco
a indignação por uma injustiça
que faz com que todas as injustiças
passadas ou presentes se tornem
imperdoáveis