Coleção pessoal de I004145959

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⁠Posso vestir a forma sem vestir a alma, ceder no corpo, dobrar a vida, mas manter a chama.

A mente que aceita nem sempre se curva, o gesto que adapta nem sempre concorda, o ato que obedece nem sempre abraça.

⁠Posso me adaptar sem aceitar, estar de acordo sem aprovar: um corpo que se molda, uma mente que se recusa,
um gesto que obedece, um íntimo que sussurra.

⁠Frequentemente, no convívio conjugal, vão surgindo pequenas fissuras que, se não cuidadas, tornam-se abismos. Muitos casais se percebem enredados em rotinas que silenciam afetos e ampliam ressentimentos. É comum que, ao chegar em casa, um dos parceiros busque refúgio nas telas e distrações que anestesiam o cansaço, enquanto o outro se ressente da ausência de diálogo e atenção.

De um lado, há quem se sinta relegado ao segundo plano, como se a presença fosse apenas tolerada, e não desejada. Gestos simples de aproximação — perguntar sobre o dia, trocar carinhos, compartilhar planos — vão se rarefazendo, deixando no ar a sensação de solidão mesmo em companhia. As saídas a dois se tornam exceção, e os momentos de convivência espontânea acabam cedendo espaço à indiferença.

De outro lado, há quem perceba o lar como um espaço tomado por cobranças e comparações. Após um dia de trabalho, alguns sentem que encontram apenas um inventário de críticas e expectativas que não conseguem cumprir. As comparações com outros casais ou modelos de perfeição alimentam sentimentos de inadequação e distanciamento.

Muitas vezes, os mesmos comportamentos criticados se repetem de maneira recíproca, criando um ciclo em que ambos se veem, em diferentes momentos, como vítimas e responsáveis. Não há inocentes absolutos, apenas duas pessoas que carregam frustrações, desejos de serem escutadas e compreendidas, e o receio constante de não encontrar acolhimento.

Para interromper esse movimento, é essencial que cada um possa expor suas percepções com respeito e clareza, sem acusações. Um diálogo paciente, sustentado pelo interesse genuíno de compreender o outro, pode devolver sentido ao vínculo que se fragiliza. Quando a conversa se mostra insuficiente, a busca por apoio profissional, como a terapia de casal, pode oferecer o espaço seguro onde a história comum seja recontada de maneira mais generosa.

⁠O cenário atual do futebol brasileiro muitas vezes revela uma realidade dissonante em relação ao sonho dos jovens atletas. Treinos engessados, que vão desde a iniciação até as categorias profissionais, moldam os jogadores em formatos rígidos e previsíveis, limitando a criatividade e a expressão individual no campo. O desejo de ver inovação e talento autêntico frequentemente esbarra nas barreiras de metodologias antiquadas, que priorizam a conformidade sobre a originalidade.

Peneiras e avaliações, em vez de servirem como ferramentas para realmente identificar e nutrir o potencial dos jogadores, frequentemente se tornam meras formalidades para satisfazer a sociedade, dando a impressão de que o processo de seleção na agremiação é aberto e democrático. Essas avaliações frequentemente negligenciam os times de transição, que não são devidamente observados pela comissão técnica, pois os clubes já têm seus elencos completos e blindados. Dessa forma, a importância da adaptação e da progressão gradual no desenvolvimento do atleta é ignorada.

O sonho de se tornar jogador profissional, uma aspiração cultivada desde a infância, frequentemente se dissolve em um mercado onde a formação de jogadores é secundária. A prática em campo perde relevância em relação ao extracampo, onde empresários e estratégias de marketing muitas vezes determinam o destino dos atletas. Nesse cenário, o talento genuíno é frequentemente ofuscado pela influência e pelo poder financeiro, evidenciando uma realidade em que a paixão pelo jogo é relegada a um papel secundário.

Assim, o futebol, que deveria ser um terreno fértil para a expressão e o crescimento pessoal, muitas vezes se transforma em uma arena de interesses e estratégias empresariais, sacrificando a verdadeira essência do esporte em prol de agendas externas. O sonho do jovem jogador frequentemente se confronta com uma estrutura que valoriza mais o espetáculo e o lucro do que o desenvolvimento genuíno e a criatividade no jogo.

⁠No mundo ou submundo, o imundo faz seu mundo.

⁠O não inquieta, pesa, mas também nos preserva.

⁠O não frustra e fere, mas também nos protege.

⁠O não cria tensão, confusão e mal-estar, mas também nos livra da anulação.

⁠O não pode incomodar, mas ceder demais é se apagar, é se anular.

⁠Viver não é editar a vida para caber no aplauso, mas ousar ser, sem rótulo e sem disfarce, mesmo que doa, mesmo que desagrade.

⁠Viver é estar no agora nos risos, nos gritos, nos imprevistos, no abraço do tempo, no passo torto, no susto, nas dores e nos sabores.

⁠Vida é risco abraçado, desejo ousado, feito comemorado, peito marcado, velório demorado, luto chorado, no tempo dedicado.

⁠Uma vida bem vivida não veste fantasia, não cabe no sorriso forçado, na vitrine da alegria, não se vende em propaganda, mas se derrama pela varanda.

⁠A vida não se anestesia, se atravessa, se arrepia, é luto, é riso, é ferida que ensina, é tristeza que ilumina.

⁠Viver sem moldura nem armadura é deixar a dor chegar, chorar sem receio, sentir no peito, permitir-se ser ferido, partido, refeito.

Num mundo de tiranos, acreditar em paz plena é autoengano.

Na ONU, cinco vozes têm veto e poder, com esse freio, a justiça tende a esmorecer. Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, no jogo do silêncio, guerra e paz dependem de interesses bem definidos.

⁠Justiça é o limite, o freio e a razão, a ponte que separa o direito da opressão.

Sem ela, o poder se torna tirania, e o direito, apenas face da violência fria.

⁠O mundo moderno alimentou a fantasia de que o progresso tornaria tudo melhor e mais diverso.

⁠O capitalismo transformou o mundo num parque temático de realidades fabricadas e subjetividades capturadas, onde nada escapa nem mesmo a alma.