Coleção pessoal de I004145959
O capitalismo transformou o mundo num parque temático de realidades fabricadas e subjetividades capturadas, onde nada escapa nem mesmo a alma.
Para o utilitarismo, o certo é o que reduz o sofrimento e nos faz viver mais felizes — fugir da dor e buscar o bem-estar define o caminho moral.
Na vida terrena, a plena felicidade não é missão, nem fruto da criação;
é sentimento em constante transformação.
Afeto com entrega é escuta que acolhe sem perder a leveza; é cuidado que abraça; é presença que compreende antes que a mente se apresse e o olhar condene.
Excesso de estímulos e cobranças apressam
um vazio que avança,
uma solidão que se lança,
um cansaço que não descansa.
A mente é um enigma que sussurra no silêncio; quem escuta o que não cabe nos manuais encontra sentidos que nem sempre têm nome.
Perder referências, perder o norte, perder o apoio, perder o suporte
é quase uma morte, mesmo para os fortes.
Escutar a dor do outro sem ceder ao impulso de rotular, julgar, condenar, enquadrar, e sem a pressa de medicalizar.
Toda queixa carrega um clamor, toda queixa revela um pedido de amor.
Toda queixa disfarça um desejo, todo desejo suplica por amor.
Toda queixa é um grito contido, todo grito é amor não ouvido.
Toda queixa é um gesto velado, todo gesto é amor camuflado.
Toda queixa é um eco tardio, um amor ferido, um vazio.