Coleção pessoal de hurih

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Meu coração tem feridas tão complexas que não sei se alguém é capaz de curá-lo.

E são nas entrelinhas do universo que encontro as simples respostas para as minhas complexas perguntas.

Tenho tanta coisa pra te falar, mas me faltam palavras, palavras essas que são tão complexas que não se encontram em nenhum dicionário e resumem-se em um só beijo .

Não é fácil escrever sobre certas coisas complexas, como:
Amor, morte, Deus... mas à medida que cresço essas palavras vão ganhando novas formas, sentidos e significados e assim vou escrevendo sem grandes esforços, então percebo que escrever é a respiração da minha experiência, a tradução do meu existir.

Queremos livros que nos afetem como um desastre. Um livro deve ser como um machado diante de um mar congelado em nós.

Felicidade se acha é em horinhas de descuido

Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura.

De sofrer e de amar, a gente não se desfaz.

Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.

Nunca digas que esqueceste um amor diga apenas que consegue falar nele sem chorar, pois o amor é... inesquecível.

Sorte é isto. Merecer e ter.

No mais, mesmo, da mesmice, sempre vem a novidade.

Viver para odiar uma pessoa é o mesmo que passar uma vida inteira dedicado à ela.

Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.

Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

A Outra Noite

Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal.

Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim:

-O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima?

Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda.

-Mas, que coisa...

Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa.

-Ora, sim senhor...

E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei.

São Paulo não pode parar - porque não tem estacionamento.

Bala perdida está tão comum no Rio de Janeiro, que entra em um ouvido e sai no outro.

Enquanto os olhos do mundo estão voltados para o Brasil, e muitos deles apenas para o Rio de Janeiro, espalham por aí que somos a sexta economia do mundo, que somos o país (há anos) do futuro, que somos uma nação de verdade. Por outro lado, só conheço uma nação mentirosa, que não tem memória, nem estudo. E sente fome!