Coleção pessoal de gilbertobegiato

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As caravanas passam

Os cães ladram
O primeiro latiu
Os outros imitaram
Os restos comeram
A poeira subiu
A vida continua...
É feita dos que fazem
Dos que nada fazem
Dos que pouco fazem
Dos que muito fazem
Dos que constroem
Dos que destroem
Dos que pensam
Dos que realizam
Dos que dizem que faz
Dos que ficam na janela
Dos que saem pela porta
Dos que vivem no telhado
Dos entocados
Ou em cima do muro
Dos trabalhadores
Dos enganadores
Dos sonhadores
De quem planta
De quem colhe
De quem destrói
Dos que criticam
Dos que implicam
Dos que edificam
Dos que realizam
Dos que só participam
Que a caravana passe
Que os cães latem
Comendo poeira
E que saiam da frente
Pois eu quero passar
Caminhando
Sonhando
Realizando
Fazendo história!

Todos querem chegar
Ninguém quer caminhar
Todos querem sonhar
Ninguém quer realizar

Sopra o vento
O vento sopra
Passa o tempo
O tempo cobra!

Muitos querem sinais
Poucos querem ser sinal!
Muita massa
Pouco fermento!
Pouco fermento
Muitas graças!

Para conhecer o Reino
É preciso ser pequeno
De alma e coração grande!
É uma decisão
De querer enxergar o essencial!

João vivia na religião
Alimentava-se de religião
Bebia e respirava religião
João não conheceu o Amor
Perdeu a família
Perdeu amigos
Perdeu os estudos
Perdeu a vida
Perdeu a fé
João morreu
De overdose de religião
Diagnóstico: fanatismo
João foi alimentar-se de mundo.

Porque será que só os ingênuos
carregam o fardo da ideologia?
Enquanto os idealizadores
banqueteiam-se com mordomia?

Cadê o jovem Francisco de Assis?
Ele está onde estão os pequeninos!
Após renunciar toda riqueza,
fez do Amor seu único destino.
Francisco foi à igreja de São Damião
fazer o necessário e fez o impossível.
La renunciou tudo, para tudo receber.
Descobriu que o essencial é invisível!
Franscisco foi ouvir a voz de Cristo:
“restaura minha casa decadente”.
Foi vender mercadorias da loja do pai,
ao interpretar tal ordem erroneamente.
Pelo pai foi deserdado e repudiado,
uniu-se então à “irmã pobreza”,
para viver o ideal religioso.
Deus tornou-se sua riqueza!
Uniu-se a onze companheiros,
Tornando-se itinerantes missionários.
Orientava pregar o Evangelho
e usar a palavra se necessário!
Ele nos ensinou que “ninguém é tão perfeito
Que não tenha algo com outro a aprender
e, totalmente destituído de valores
que não possa ao irmão conceder”.
Franscisco foi ao encontro de Clara:
Eros e Ágape, fascinação e transfiguração.
“Plantinha do bem aventurado pai Francisco”.
Separados na carne unidos na fé e no coração.
Franscisco foi ser instrumento de amor e paz.
Viver a comunidade e a fraternidade
Esta procurando sua regra de vida que sumiu,
de pobreza, liberdade evangélica e humildade.
São Francisco de Assis foi celebrar o Natal;
inventou o presépio de palha com o menino Jesus,
a Virgem Maria, José, um boi e um jumento vivos.
Para lembrar que é na humildade que existe a Luz!
Ele foi pregar no Monte Alverne, nos Alpeninos,
onde curvou-se diante da dor e da fragilidade.
Recebeu no corpo as cincos chagas, a estigmatização.
Acolheu a “irmã morte” e viveu para eternidade!
Cadê Francisco hoje?
Foi abraçar Dom Helder Câmara,
com mil razões para viver.
Foi ser voz dos que não tem voz,
perfumar a alma de amor e bem querer.
Francisco abraçou João Paulo II
Que lhe disse com toda certeza:
“Jovem, você não teve medo de ser santo!
Proclamo-o patrono dos ecologistas e admirador da natureza!”
Foi andar a pé e de ônibus com Dom Casaldáliga,
fazer da justiça uma causa nobre.
Parou para comprar o anel de tucum,
sinal da aliança com a causa indígena e os pobres.
Franscisco foi acolhido por Madre Teresa de Calcutá
e ouviu que o amor não tem preço
E que a falta dele é a maior pobreza.
Que ser uma gota de amor, tem de Deus seu apreço!
Ele viu matarem irmã Dorathy,
Armada apenas com a bíblia em mãos.
Ouviu de Mahatma Gandhi:
“O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não”
Francisco mora na toca de Assis,
está na Missão Belém,
nos morros, favelas e cortiços.
Mora nas comunidades de bem.
Franscisco está indignado
com a igreja da prosperidade;
denunciando com toda coragem:
“Prosperidade é a ausência de necessidades”
Franscisco de Assis está hoje lembrado,
nas tantas casas com seu nome,
acolhendo os pequeninos e desprezados
suprindo neles a sede e a fome.
Francisco é povo, é gente como a gente!
Francisco é a verdadeira igreja,
De todas as raças e crenças;
E que a seu exemplo, todos assim seja!
amém

Que eu simplesmente ame,
sem esperar ser amado,
mesmo que pareça infame
como foi o Amor Crucificado.

A vida é feita de escolhas
A morte também
A liberdade tem um limite:
A vida de alguém!
Ao decidir por você
Não use de covardia
A morte do inocente
É ausência de alegria
Se ele não pôde sorrir
Se ele não pôde amar
Que direito é este
Que lhe permite matar?
Bendito é o fruto
Do seu ventre
Vida preciosa e sagrada
Ser Indefeso, feito gente!

As palavras podem convencer
Mas é o testemunho que faz crer
Se existem tantas discussões
Penso que faltam atos e convicções
Pois enquanto houver injustiça
A igreja é no amor, uma virgem noviça
E o noivo ainda não desposou
Àquela que na vida não amou
E eu sou um prostituto confesso
Pois minha fé, pouco professo...

Árvore da Vida,
que eu não insista
diante dos frutos,
continuar obcecado
pelo fruto proibido.
Valorizar o pecado
E subjugar a Graça.
Que eu me permita,
não ser afeccionado
a tara do pecado,
subjetivo à condenação.
Que eu tenha fé suficiente,
para entender que no paraíso,
havia tantas árvores boas,
para não valorizar a única má.
Numa fixação na transgressão,
como metanoia de conversão.
Obcecado pelo derrotismo
ao invés de cantar Vitória.
Que a religião não seja um peso,
e que minha fé me faça livre
para andar no amor e na graça,
sem buscar mais nada,
sem entender mais do que posso,
sem querer saber tua vontade.
Como o Senhor próprio disse:
“Que te importa?

Onde Deus está?
Não procuramos
Onde Deus está.
O receio não permite,
pois temos medo
de perder a fé.

Quem não aprendeu a amar
É uma alma pobre... sem lar

qualquer caminhar

leva a nenhum lugar

você pode errar

e pode voltar

só não pode parar

você pode antecipar

ou então esperar

só não pode lamentar

antes de andar

onde quer chegar?

Você pode pensar

até mesmo planejar

só não pode duvidar

ninguém vai alcançar

se não souber sonhar

ninguém vai amar

se antes não se realizar.

Se perder a fé
Vou andar a pé
Caminho à frente
Planto sementes
Morro a cada dia
Vivo a cada alegria
Na estrada que andei
Coisas boas eu deixei
Eu não encontrei flor
Mas plantei amor
Os meus descaminhos
Serão os teus caminhos
E se te fiz sorrir
Valeu à pena existir
O brilho do teu olhar
No tempo vai se eternizar

A minha busca antropocêntrica
Tornou minha vida teocêntrica
Eu fui seduzido no Querigma
Eu Te conheci na Koinonia
Eu Te experimentei na Martíria
Eu me encontrei na Diaconia
E o meu eu tornou-se teu
Pois o teu amor é maior que o meu
E porque me amou sendo Deus
Eu vivo a fé na vida que me ofereceu

Reflito em ti o que
existe em mim.
Nada além
de mim mesmo,
procurando
a mim próprio.
E por isso sempre
perdido na minha
Auto-Imagem ofuscada,
pelo desejo de ser
o que não sou.
Quando me encontrar
perder-me-ei no teu
Infinito Ser que transcende
meu limitado querer.

Você me pediu que nunca mais a procurasse
E eu me perdi não te procurando mais
Você me disse que eu a estava deixando sem ar
Eu então parei de respirar
E morri de paixão!

Minha opção pela minoria,
faz-me incompreendido pela maioria,
sendo que minha opção é o bem da maioria.

A crítica desonesta
Soa como interesse
A crítica do desonesto
Soa como elogio
A crítica construtiva
Soa como bem-vinda
A crítica pela crítica
Soa como incompetência
A crítica destrutiva
Soa como irresponsabilidade
A crítica construtiva prática
Soa como honesta
Na zona de conforto
A solução é fácil
Criticar é um saber comum
Realizar é um ato incomum
A crítica é necessária
Seja positiva ou negativa
Para que o elogio seja sincero
E a liberdade seja preservada

“Tenho pra mim que o Jesus Histórico é muito mais divino do que imaginamos e que o Cristo Mito é muito mais humano do que imaginamos. Penso também que acreditar no Jesus Histórico tornaria a vida cristã tão exigente e libertadora que preferiram optar pelo Cristo Mito. Com isso o Reino de Deus que estava próximo foi distanciado dos homens e o que era para ser realidade transformou-se em utopia”.