Coleção pessoal de EmOutrasPalavras

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[Moderna] “é a pessoa que faz de sua vida uma verdadeira obra de arte. Aquela que inventa a si mesma, que faz de sua vida algo singular”.

Fábula : "O vagalume e a serpente" Certa vez uma serpente começou a perseguir um vaga-lume. Depois de três dias de perseguição incessante, e já sem forças, o vaga-lume parou e se dirigiu à serpente: – Posso lhe fazer uma pergunta? – Nunca dei ouvidos a uma presa, mas, como vou devorá-lo, pode perguntar... – Eu pertenço à sua cadeia alimentar? – Não. – Já lhe fiz algum mal? – Não. – Então, por que você quer acabar comigo? Após meditar um tempinho, a serpente respondeu: – Porque não suporto vê-lo brilhar". (fábula citada por Allan Percy em livro sobre Oscar Wilde)

Educar uma criança é ensiná-la a não depender dos adultos, que devem apenas servir de guias, orientando-a para que realize o que deseja da maneira mais adequada e por si mesma.

Há uma linha tênue entre o orgulho e a soberba, a mesma que separa o excêntrico do ridículo, a faceirice da banalidade ou o cômico do patético. A grande sabedoria consiste em transitar por essa linha sem nos inclinarmos para nenhum dos lados.

[Na escola], podem nos ensinar disciplinas como matemática ou latim, mas a arte de viver é algo que aprendemos ao longo do caminho. É a única educação que realmente deveria importar – e não deveria se restringir à infância ou à juventude. Quem deixa de aprender já está morto em vida.

A pessoa que tem medo de assumir riscos é digna de piedade. Talvez nunca se decepcione nem se desiluda, talvez não sofra como os que perseguem um sonho. Mas, quando olhar para trás, a única coisa que terá na vida serão as batidas do próprio coração.

Ainda estou muito longe do verdadeiro caráter da alma, como demonstra claramente esta carta, com seu espírito vacilante e incerto, seu sarcasmo e sua amargura, seus propósitos e sua incapacidade de cumpri-los, mas não se esqueça da terrível escola em que faço minha aprendizagem. Mesmo sendo eu incompleto e imperfeito, de mim você ainda tem muito a receber. Veio a mim para aprender os prazeres da vida e da arte. Talvez me tenha sido dada a chance de lhe ensinar algo muito mais maravilhoso: o sentido da dor e sua beleza. (Oscar Wilde in De profundis)

Quando criança, o hipersensível constrói um mundo de fantasias porque percebe uma realidade que o fere e lhe provoca angústia e medo. Na adolescência, sente-se incompreendido e sozinho porque não encontra com quem compartilhar suas emoções. Na maturidade, ele também sofre nos relacionamentos amorosos: nunca está satisfeito com as demonstrações de afeto do outro, mostra-se inseguro, monopolizador, carente e ciumento.

O wabi-sabi* utiliza a fugacidade da vida para transmitir uma sensação de melancólica beleza e fazer compreender a efemeridade de todas as coisas.”
(*) filosofia japonesa

Toda pessoa deveria diariamente escutar um pouco de música delicada, ler um trecho de boa poesia e ver um quadro de bela feitura. Dessa maneira, as preocupações da vida cotidiana não aniquilariam a capacidade que Deus pôs na alma humana de perceber a beleza.

Momo correu os olhos pela sala e perguntou: – É para isso que você tem tantos relógios, não? Um para cada homem? – Não, Momo. Esses relógios são só um hobby meu. São apenas reproduções muito imperfeitas de algo que todo homem traz no peito. Porque, assim como vocês têm olhos para ver a luz e ouvidos para escutar os sons, também têm um coração para perceber o tempo. E todo tempo que não se percebe com o coração é tão perdido quanto as cores do arco-íris para um cego ou o canto de um pássaro para um surdo. Infelizmente, há corações cegos e surdos que, embora batam, não percebem nada. Em vez de contarmos as batidas de nosso coração, as horas e os dias que temos para fazer isto ou aquilo, seria melhor nos assegurarmos de que ele bata pela causa certa e no nosso ritmo.

[A profecia autorrealizável] :
Macbeth é um fiel súdito de seu rei. Um dia, lhe predizem que ele está destinado a governar a nação. Quando o homem conta a profecia à esposa, desperta sua ambição, que desencadeará a tragédia. Estando o rei hospedado em sua casa, a mulher convence Macbeth a assassiná-lo. Já coroado, lhe é revelada outra profecia: quem o sucederá no trono será seu filho ou o de um amigo. Shakespeare então fará com que tudo flua em direção ao sangrento final predito, que não aconteceria se ninguém houvesse acreditado nele e agido de forma a torná-lo possível.

Nunca devemos usar nossos inimigos como desculpa para não praticarmos a calma, nem dizer que eles são a causa de nossa irritação. Se não estamos sendo pacientes é porque não estamos praticando com afinco. Não podemos dizer que o mendigo é um obstáculo à generosidade, já que é justamente sua razão de ser. Por outro lado, as pessoas que nos irritam e põem nossa paciência à prova são relativamente poucas. E, para exercitarmos a paciência, precisamos de alguém que nos ofenda. Encontrar um verdadeiro inimigo é tão incomum que deveríamos nos alegrar por tê-lo e apreciar os benefícios que ele nos oferece. Ele é digno de respeito pelo simples fato de nos permitir praticar a paciência e merece ser o primeiro a receber os méritos daquilo que nos possibilita alcançar.

Ninguém é mais diferente de outra pessoa do que é de si mesmo nos diversos momentos da trajetória pessoal.

Não é incomum que, anos depois de ter cumprido certa etapa da vida, uma pessoa perceba que os amigos permanecem naquela fase e reclamam pelo fato de ela haver mudado. De repente, pessoas que tinham muito em comum já não têm sobre o que conversar, exceto os “velhos tempos”.

Entre duas explicações, escolha a mais clara; entre duas formas, a mais elementar; entre duas expressões, a mais breve.

Como é humilde e simples a felicidade: um copo de vinho, castanhas assadas, um pequeno braseiro, o som do mar... A única coisa necessária para experimentar a felicidade aqui e agora é ter um coração humilde e simples.

Amar é sofrer. Para evitar o sofrimento, não se deve amar. Mas, então, sofre-se por não amar. Portanto, amar é sofrer, não amar é sofrer, sofrer é sofrer. Ser feliz é amar; logo, ser feliz é sofrer. Mas o sofrimento deixa a gente infeliz, portanto para ser infeliz deve-se amar, ou amar para sofrer, ou sofrer por excesso de felicidade. Espero que você esteja entendendo." (do filme A última noite de Boris Grushenko)

"É assim que falam os culpados"(Franz Kafka)
Esta frase pertence ao final do romance "O processo", onde um torturado Josef K. tenta se defender de uma acusação e fala com um religioso em uma igreja vazia: – "Eu não sou culpado" – diz Josef K. – "Como um homem pode ser culpado?" O padre lhe dá razão, mas logo depois acrescenta que “é assim que falam os culpados”, ou seja, por meio da justificação.

Ainda se pode aprender com as más experiências. Mais: talvez elas sejam as mais significativas em nossa vida.