Coleção pessoal de bonecadepano

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Calarei os maldizentes continuando a viver bem; eis o melhor uso que podemos fazer da maledicência.

O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê...

Não venha me falar de razão.
Não me cobre lógica.
Não me peça coerência.
Eu sou pura emoção.
Tenho razões e motivações próprias.
Sou movido por paixão.
Essa é minha religião e minha ciência.
Não meça meus sentimentos.
Nem tente compará-los a nada.
Deles sei eu.
Eu e meus fantasmas.
Eu e meus medos.
Eu e minha alma…

4º Motivo da Rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verás, só de cinza franzida,
mortas intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe, o vento vai falando de mim.

E por perder-me é que me vão lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Nada se assemelha à alma como a abelha. Esta voa de flor para flor, aquela de estrela para estrela. A abelha traz o mel, como a alma traz a luz.

Grandes batalhas só são dadas a grandes guerreiros.

A oração é a respiração da alma

Esse estranho que mora no espelho (e é tão mais velho do que eu) olha-me de um jeito de quem procura adivinhar quem sou.

E o que estava longe está aqui: dentro e tão perto, de um jeito tão certo que só cabe mesmo em mim

Não me diga como devo ser, gosto do jeito que sou. Quem insiste em julgar os outros sempre tem alguma coisa para esconder.

Benditas sejam todas as palavras ditas em silêncio. Porque não há força maior que a fé, nem voz mais alta que a oração.

Mrs. Dalloway, Mrs. Dalloway, sempre dando festas para encobrir o silêncio!

Inscrição na Areia

O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!

Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.

TUMULTO

Tempestade... O desgrenhamento
das ramagens... O choro vão
da água triste, do longo vento,
vem morrer-me no coração.

A água triste cai como um sonho,
sonho velho que se esqueceu...
( Quando virás, ó meu tristonho
Poeta, ó doce troveiro meu!...)

E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará...

SONETO ANTIGO

Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.

Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.

Minha essência é inconsciente de si própria e é por isso que cegamente me obedeço.

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa

Quem não sabe povoar sua solidão, também não saberá ficar sozinho em meio a uma multidão.

Continua a bater à porta e a alegria que há dentro de ti, acabará por abrir uma janela e espreitar para ver quem é.

Algo existe

Algo existe num dia de verão,
No lento apagar de suas chamas,
Que me impele a ser solene.
Algo, num meio-dia de verão,
Uma fundura - um azul - uma fragrância,
Que o êxtase transcende.
Há, também, numa noite de verão,
Algo tão brilhante e arrebatador
Que só para ver aplaudo -
E escondo minha face inquisidora
Receando que um encanto assim tão trêmulo
E sutil, de mim se escape.