Coleção pessoal de edsonricardopaiva

361 - 380 do total de 1524 pensamentos na coleção de edsonricardopaiva

Eu gosto mesmo é de ser criança
Subir-me num pé de sonhos
Me arvorar no galho mais alto
E imaginar que esses anos passados
Foram só devaneios de infância
E que vou descer de lá
No meio de algum quintal que existe ainda
Pode ser naquela linda hora triste
Em que a mãe mandava ir tomar banho
E banhar-me de toda malícia
Dessa astúcia adquirida
Nas feridas que a vida trouxe
Enquanto a vida não tirou-me ainda
da mente essa doce lembrança
E de novo encher-me de sonhos
Criança nasce de novo, todo dia
E no dia que não mais for assim
Não é mais infância.
Criança deseja, sim
Ter aquilo que não tem
Mas, se não tiver, nem liga
Criança não é mulher e nem homem
Criança é criança
Come o que todos comem
Mas na hora de sonhar
Ninguém sonha melhor do que ela
Aquela briga boba pela vida
Ainda não lhe pertence
Tanto faz, quem vence ou quem vence
Pensa assim...e assim todos vencem
Criança tem paz, sorri para a vida
Não faz mal se a vida não sorri de volta
São tudo coisas da vida
E nada que a vida fizer
A convence a desistir de nada
Criança volta pra casa
Vencedora e satisfeita, todo dia
As dores de hoje
Não vão mais doer amanhã
Criança não tem
Cicatrizes na alma
Hoje, por maior seja
A calma com que eu desça
Do galho do pé de sonhos
Os velhos pés sentem dor
Pior é a dor de não saber
Se hoje o meu sonho maior
É o sonho de eu
Nunca mais subir lá
ou de lá
Nunca mais eu descer.

Edson Ricardo Paiva.

Pode ser que amanhã
Não seja.
Olhe ao seu redor
Olhe pra si mesmo e veja
Encare as coisas simplesmente
Como algo que criaste;
Um fruto da sua mente
Bolhas de sabão flutuando no ar
Um chão bem leve
Que te leve a algum lugar
Castelos de areia
Dores, amores, vida, desilusão
Pode ser que na verdade
Essas coisas que não se vê
Sejam a única realidade da existência
Num mundo que existe não
Imagine o que seria, então
Se a gente desistisse
de tornar esse curto espaço de tempo
Em algo um pouco mais bonito
Não importa, se existe ou não.
As coisas ...jamais elas são
Do jeito que você vê,
Da maneira que eu acredito
Existe sempre
Uma terceira
Talvez
Uma énesima opção
Todas elas
Um dia vão expirar
Procure respirar
A esse ar, que na verdade não existe
Pode ser que amanhã
Eu não esteja mais aqui
Me ajude, então
A viver a verdade que ilude
da vida que eu escolhi
Escolha também a sua
Pois um dia
As folhas caem
As cores desaparecem
As Estrelas vão se apagar
Mas nem por isso nada fica
Essa vida imaginária
Nos envia sinais
Que não haverá noutro tempo
dias iguais a esses
As coisas mudam de lugar
A todo instante
Coloque perto de si mesmo
As coisas das quais precisa agora
E não se apegue muito a nada
Uma leve brisa
Leva tudo embora
E o coração, dasapercebido, chora
Aproveita o dia
Como se fosse o único
Assim como singular
É essa vida
Eterna, invisível, linda e sofrida
Repleta de momentos
Rodeados de alegria
passageiras como um pão
Não deixe que elas se vão
Sem vivê-las
E sem ser feliz
Posto isso,
Aceite e procure
As coisas nas quais acredita
Essa maneira bonita
de transformar o que não existia
Numa coisa simples
Pequena e serena
Mas pela qual vale a pena
Aceitar que realmente estão lá
Pois um dia a gente vai deixa-las
E nunca terá certeza
Se realmente as viveu.

Edson Ricardo Paiva.

Cortinas
Pendem majestosamente
Por sobre as minhas janelas
Aquelas que de vez em quando se abrem
E que às vezes vedam meu olhar à esmo
A seu bel prazer
Completamente soltas e concretamente absortas
No controle daquilo que nós mesmos
Podemos ou não saber
Acerca da vida da gente
Cortinas que se sobem finas
Pra depois quedar pesadamente
No seguinte instante
Assemelhando-se ao véu da noite
Enluarado Céu
O semblante do outro lado
da Lua
Finalmente é revelado
Escondendo assim os rostos
das pessoas cujos passos
Eu ouço vir lá da rua
Em plena madrugada
Cortinas que se fecham
Pro teatro milenar da vida
Onde a imensa maioria das pessoas
Não diz
e nem quer dizer nada
Quase todas escritas a giz
Mas as flores são sempre aplaudidas
E as dores, eternamente repetidas
Porque sempre existe os que não as entenda
ou cultive a ideia de que sejam lindas
Avermelham-se os horizontes
Em pores-do-Sol sem iguais
Subterfúgio do destino
Inato esconderijo
Oculta o momento exato
Que termina a vida
Seguindo cegamente em direção
Ao momento em que somente
A mão do destino descortina
O tecido muito fino
Carregado de mistérios
Determinada a cumprir
A cada um conforme a própria sina
Assim pendem, sublimes
Por sobre as janelas que escondem
A cada enredo e próximo ato
Apagando luzes aos segredos
Que a muitos arquitetos
Nem chegam a ser assim...
Secretos.

Edson Ricardo Paiva.

É tarde de mês de novembro
É tarde de ventania
É dia de chuva
A chuva é de vento
Não existe Mar à vista
Nenhum continente pra conquistar
Não há Mar pra eu andar sobre as águas
Não é tarde de conquista
Ela é só mais uma tarde de novembro
Eu nem me lembro quantas vezes vivi
Ou quantos meses eu vi este ano
Nesta tarde planejo
Molhar-me na chuva
Troveja
E eu vejo pela janela
O vento carregando aquela nuvem
Pra distante
E antes que chova
Novamente o Sol arde no Céu
Como há muito esse Céu não ardia
Malogrando meus planos
Num dia de tarde de mês de novembro
Era chuva de vento
E lentamente o meu banho de chuva
Outra vez se distancia
Numa tarde de Sol
de outro mês de novembro.

Edson Ricardo Paiva.

Luzes.

A melhor qualidade da alma
Se esconde na faculdade
dela não poder ser vista
Pois é isso que intensifica
Essa luz que determina
A nossa maneira de lêr
O mundo que nos rodeia
Pois de todas as janelas
Que nele existem
As paisagens sempre haverão
de mostrarem-se diferentes
Olhando por elas se aprende
A enxergar a verdade que vai
Separada do todo que fica
Uma certa sensibilidade
No tato mais apurado
Distingüir de lama
A água cristalina
Sem jamais esquecer
Que do lodo a colheita germina
Pois assim se aprende
Que não nos é dado o direito
A prescindir de nada
As causas da vida são muitas
E a corrente do rio
As vai tornando diferentes
Quando juntas
Eternamente separadas
Apesar de aparentar pequenas
Apenas acontecem
Pra que a gente entenda
Que em todas as dimensões
Um olhar mais acurado
Não desvenda o segredo da vida
Mas indica a direção
Que de certa forma nos aproxima
Ao Sublime conhecimento
Da existência de algumas normas
Unindo a luz, cá de dentro
À luz que vem lá de cima
Em cada Universo um poema
E em cada verso uma rima.

Edson Ricardo Paiva.

"O preço de tudo isso
É o quanto isso vale pra gente
E não o que o mundo lhes dá
De má vontade
Pois a bem da verdade
O mundo mente."

Edson Ricardo Paiva

"...O Sol do outro lado da rua
Escreve um recado na Lua
E me diz que pode haver
Outros Sóis mais brilhantes
Mas que o Sol menos distante
Brilha mais"

Edson Ricardo Paiva.

Hoje
Eu ouço as vozes do passado
Claramente confusas
Como se fossem sementes
Que cairam no chão ao acaso
É preciso agora
O prazo de algumas vidas
Pois algumas vão germinar
Outras não
Mas olhando-as espalhadas
Não sei nada sobre elas
Entendo perfeitamente
Aquilo que meu coração me fala
E quando eu olho o campo das sementes
Ele apenas me aconselha
Pra eu deixá-las à distância
E jamais pisar em nenhuma delas
Desconhecendo a maneira correta
Em distinguir as boas novas
Daquelas que ultrapassaram
A iniqüidade de ser só ruins
Meu peito fala pra mim
Que afaste qualquer desejo de ir até lá
Hoje
São confusas as imagens que vejo
Como se fosse um nevoeiro sobre o campo
O Sol deponta entre nuvens
Em raios difusos
Após a chuva que caiu de madrugada
Agora, meus pés não são mais como antes
De instante em instante, passou-se a vida
E, em todo caso
Aguarda-se o prazo de algumas delas.

Edson Ricardo Paiva.

"A parte importante de mim
não está em mim
e portanto não pode ser vista
mas quem gosta de mim a vê
porque gosta de mim
e mais nada
Pois a parte importante de mim
e de qualquer outra pessoa
é a parte que não tem, não quer ter
e também não exige
A nada que não lhe pertença
deseja somente a presença
da parte boa que não se vê
Senão com o olhar da alma
A parte importante da gente
É a parte que pressente
a finitude da vida
e percebe
que a melhor atitude perante ela
é querer a companhia
da parte que consigo não carrega nada
Pois a vida que se tem à vista
é passageira
e desta vida não se leva nada
Além da parte fraterna
Que não se via
Eis aqui toda verdade
Um dia
Essa parte há de ser vista
e benquista e companheira
de quem a quis pelo bem querer
Assim há de ser
por toda uma eternidade"

Edson Ricardo Paiva

"Arrependimento é um male que só aflige aos que outrora foram portadores da certeza. Tudo mais é fatalidade"

Edson Ricardo Paiva

"Vale o escrito
Desde que tal ato
A ninguém seja dito
E assim segue a vida
Mesmo que ninguém saiba pra onde
E no fim se descobre
Que o maior alívio é viver sem motivo
Evitando o desconforto
De saber-se vivo
Apesar de morto"

Edson Ricardo Paiva.

Carta de um jovem Socialista de IPod ao Universo
(Universo que termina no outro quarteirão)

Muito bom dia
Amigo prisma
Eu gostaria de pedir-te
Que tu deixasses de causar
A divisão entre as cores da luz
Pois essa espécie de cisma que promoves
Causa arco-íris nos Céus
E tem atrasado em muito a fotossintese
Assim penso eu, cá do meu lado
Preocupado com as flores
Que adoecem, quando chove
Essas precipitações pluviais
Tem molhado demais
A fantasia que desconheço
de carnavais de outros dias
Umedece-me a alegria
Causa-me revolta
Enquanto vivo
Essa imensa ausência de motivos
Pra revoltar-me com a vida real
Enquanto internauta da vida
Compreendo que o mundo lá fora
Tem dado azo à mágoas
Tirado-me as asas ao pensamento
Logo eu, que a todo momento
Tenho ideias aladas
Eu tenho a imaginação iluminada
E a interferência do prisma
Na luz dos meus pensamentos
Não tem me ajudado em nada
Eu compreendo o sentido da vida
E sei que o ciclo da água se resume
A telefonar pro motoboy
Que traz em casa outro galão
Por isso a chuva não se justifica
Minha cabeça pensa
E eu sei exatamente onde a comida nasce e fica
O lugar mais indicado é na despensa da cozinha
Outrossim eu solicito à gravidade
Que deixe também de impor
A tua lei e influência sobre mim
Pois eu não sei onde este mundo vai parar
Só sei que junto eu não quero ir
Outro importante assunto
É pedir ao papai, que faça chover pra cima
E dizer à mamãe, quando voltar do cafezal
Que o bicho papão ainda tá lá em cima do telhado
E já faz quase trinta anos
Que não me deixa dormir sossegado.

Edson Ricardo Paiva.

Eu não entro em atritos com o mundo
Tenho questões mais importantes
E infinitamente mais profundas
A resolver comigo mesmo
Reservo algum tempo assim
A tentar ouvir coisa nova
Uma ideia, um poema, uma trova
Escuto
Uma avalanche de trovões
Vozes astutas
Encalabouçadas
Palavras de cor escura, soam mais velozes
Que os próprios pensamentos que as gerariam
Se porventura pensamento houvesse
Pois não dizem nada
Desconhecem até mesmo o que procuram
Ecoam
Devido ao lugar vazio de onde vem
A essa altura da minha vida
Percebo um mundo ensimesmado
Orbitando mil universos, em derredor de si mesmos
Lugares sem ninguém
Assim
Sobram-me os dias
A enxergar como é bonito
O círculo vicioso
Tornar paz em conflitos e afins
Um xingamento, um problema, uma prosa
Paredes pintadas, desenhos de flores
Nos jardins não há rosa, nenhuma flor se via
Entrementes, a cada dia mais conflitantes,
Rebuscando a paz, onde paz, antes havia.

Edson Ricardo Paiva.

Ontem, brasa
Hoje, cinzas
Sentem-se juntos à mesa
Destarte, algumas vezes
Riam-se de si próprios, mutuamente
Jante-se os anos que se seguirem
Se cinzas houver
Juntem-nas
Antes que o vento as carregue
Um dia
A companhia da solidão
Aproxima-se de todos nós
Até mesmo a própria mesa
Um dia há de ser pó
Pra juntar-se a si mesma
Sem qualquer dimensão
Cisma, separação
Nenhuma dor norteia
O nó da madeira
Sob a lâmina que corta
A árvore que era
Agora tanto faz
Eu pensei que jazia morta
De sorte que mesmo assim
Forte permanecia
Ontem, de alma atenta
Perto do fogo se ouvia
O nó da madeira a chorar baixinho
Lancinante tristeza
De sorte que vida havia
Na seiva caramelada
A última lágrima de despedida
Tristemente escorria.

Edson Ricardo Paiva.

Eu peço ao dia de hoje
Que ele esteja vivo
E seja livre como o pássaro
Que fugiu quando eu abri a porta
E que se a vida pudesse
Ser ao menos boa
e deliberadamente linda
Qual canto do grilo
Cantando pra Lua
Antes que finde a madrugada
E que a Lua empalideça
Grilada dos pés à cabeça
Carente daquela beleza
Que mata a gente de saudade
Mas que à luz da verdade
O morrer por saudade
Nâo seja morte que vem à toa
E quando a chuva cair
Ela jamais impeça
Que a gente peça ao dia
A presença
do pássaro que voa
Nem das flores
Que a chuva planta
Na beira das estradas
Que se percorre
durante o correr da vida
E se a vida puder ser assim
Não peço ao dia mais nada.

Edson Ricardo Paiva.

O grilo
Cantava pra Lua de noite
E fugia do pássaro
Quando o dia amanhecia
Tem coisas que não se alcança
Por mais suaves
Sejam as palmas das mãos
Elas passam despercebidas
Há lugares pra se olhar de longe
E outros que se sabe
Mas nem ao longe se vê
Só não há como prender o tempo
Nem quando a gente o quiser
Nem mesmo sem o querer
O toque das mãos
Um dia deixa de ser tão suave
O canto do grilo
A Lua não alcança
O tempo troca a noite pelo dia
Correndo suavemente
Qual toque das mãos
Um dia deixam de ser tão leves
Porém são tão breves
Quanto a queda num precipício
A vida, tão linda que era
Até mesmo um encontro ela tinha
E passava toda a si mesma
A cuidar da sua própria beleza
Pois a beleza da vida
Quando a vida era bela
Jamais envelhecia
E passava sem pressa
Na certeza dessa espera.

Edson Ricardo Paiva.

A vida não é feita de mudanças
Ela é feita de tempo
Mas o tempo modifica as coisas
E as coisas não tem vida
O tempo passa pela criança
Ela envelhece
E nada muda
Qualquer mudança aparente
Se manifesta
Porque o tempo, que as coisas muda
Oferece ajuda
E a criança a sua alma revela
Pois não resta alternativa
É a parte do tempo
A correr com calma
Destarte a verdade aflora
A ilusão cai por terra
Um medo, um desejo escondido
ou momento de ira
Tudo na vida tem hora
E de horas compõe-se o tempo
Que muda
As coisas que não tem vida
A causa da vida é imutável
E quando se modifica
É provável que seja
Por causa que aquilo é coisa
E que não tem vida
Tira tudo
Aquilo que o tempo
E nem nada muda
É a parte que se chama vida.

Edson Ricardo Paiva.

Hoje eu abri a janela
E enxerguei longe, lá no Céu
Algo que parecia
Um casal de andorinhas
Voando alegremente
Não sei se estavam mesmo lá
Ou se era ilusão da minha mente
Com o tempo a gente percebe
Que não é certo
E nem inteligente
Sempre crer
Naquilo que se vê de longe
Nem naquilo que se vê de perto
Mas as andorinhas
Pra sempre estarão voando
Acreditando nelas
Ou não
O difícil não é sabê-las
Pois é pra isso que existem janelas
Triste
É viver sem nenhuma ilusão.

Edson Ricardo Paiva.

Este mundo é um lugar
Onde as coisas, de vez em quando
Fazem sentido
Basta olhar
Que quando não se entende um olhar
Não adianta dizer palavra
E mesmo assim
A gente as escreve
Pensando que assim
Pode ser que lá no fim do mundo
Pode ser que lá no fim da vida
Deve ter algum sentido pra tudo isso
Senão não teria um motivo qualquer
Nem sequer pra ter nascido
Neste mundo
Um lugar onde as coisas
Normalmente fora de lugar
Aguardando arrumação
Que a gente quase nunca
Encontra tempo suficiente para fazê-la
É triste, é muito triste
Quando se percebe, que fatalmente
Mesmo assim
Há de se ouvir um sentido
No ruido que vem das estrelas
Mudas, perenemente mudas
Meus Deus
Este mundo precisa é de ajuda.

Edson Ricardo Paiva.

Antes que escureça
Faça sombra à luz do Sol
Os escombros do coração
Destoam daquela coisa
Pura e boa
Que a gente queria
Ainda outro dia desses
Linda como coisa à toa
Voa lá distante agora
Mas dá tempo de vê-la ainda
Antes que escureça
Pois toda escuridão tem começo
E singular é a vida
Isolada, uma ilha
Perdida, perto do nada
Até que, então, se perceba
Ou não
Que as coisas simples
Não podem ser divididas
Devido à própria simplicidade
Que as torna complexas
Mas podem sempre
Ser compartilhadas
Quando entardece
Às sextas-feiras
Primeiro
E antes de tudo isso
Esqueça o preço da vida
Pois a vida é graça
E dá tempo de vê-la ainda
Qual lembrança
de alguma linda canção
Que o coração cantava em silêncio
Um lenço branco acenando
Igual despedida
Um adeus lá no horizonte
Hoje, fatalmente
A vista cansa
Ao final do dia
Antes que o dia escureça.

Edson Ricardo Paiva