Coleção pessoal de dia_marti

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... e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais- nada a fazer
irás sozinho vida dentro

mas se a noite vier
cheia de luzes ilegíveis de véus
de relógios parados - ergue as asas
fere o ar que te sufoca e não te mexas
para que eu fique a ver-te estilhaçar

não esqueças o navio carregado de lumes de desejos em poeira (...)
- os sessenta comprimidos letais ao pequeno-almoço

Que o dia te seja limpo e
a cada esquina de luz possas recolher
alimento suficiente para a tua morte
vai até onde ninguém te possa falar
ou reconhecer

Sempre da vida- o mesmo estranho mal,
E o coração- a mesma chaga aberta!

Neste mundo vaidoso, o amor é nada,
É um orgulho a mais, outra vaidade
Mentira! Não te quis... não me quiseste...
Mentira! Não fui tua... não! Somente...
Quis ser mais do que sou, mais do que gente,
No alto orgulho de o ter sido em vão!

O nosso amor morreu... Quem o diria! (...)
Bem estava a sentir que ele morria... (...)
Eu bem sei, meu Amor, que pra viver
São precisos amores, pra morrer,
E são precisos sonhos pra partir
E bem sei, meu Amor, que era preciso
Fazer do maor que parte o claro riso
De outro amor impossível que há de vir!

A fantástica e estranha rapariga
Que um dia ficou presa nos teus braços...

-Eu sou Aquela de quem tens saudade,
A princesa do conto : "Era uma vez..."

Fecha os teus olhos bem! Não vejas nada!
Empalidece mais! E, resignada,
Prende os teus braços a uma cruz maior!

Ódio por ele? Não...se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado (...)
Nunca mais amá-lo é já bastante! (...)
Ódio por ele? Não... não vale a pena...

Procurei o amor, que me mentiu
Pedi à vida mais do que ela dava..

Os teus olhos são frios como espadas
E claros como trágicos punhais
Têm brilhos cortantes de metais
Vejo neles imagens retratadas
De abandonos cruéis e desleais

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão do meu viver.
Pois que tu és já toda a minha vida!

...Que quanto mais se abaixa a criatura
Mais se eleva perante a Divindade

Ó Morte, dava-te a vida
Se tu lha fosses levar!...

Mas, o problema da morte, é no fundo, o problema da vida.

Deixa que ela durma na pureza antiga...
Que ela durma... sonhe... e não acorde mais!

Viverão, morrendo a toda a hora... sempre!

Muitas almas vivem mortas a sonhar!...
Vivem mortas, mudas, num dorido encanto...