Coleção pessoal de continuetowrite

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Ela explicava, sorrindo: — Não, gurizinho. Quando a gente gosta mesmo duma pessoa, a gente faz essas coisas, faz até pior.

De cada dia arrancar das coisas uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã.

Eu tenho tanto medo de ser eu. Sou tão perigoso. Me deram um nome e me alienaram de mim.

Refugiei-me na doideira porque a razão não me bastava.

O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo.

Lamentou acordar. Tudo desaparecia quando ela estava dormindo.

Podemos inventar qualquer coisa que nos dê alegria, um amigo, um caminho. Qualquer coisa que nos ajude a escapar.

Eu presto atenção só por prestar atenção: no fundo eu não quero saber.

Mas eu sou uma chata que parece viver com medo de dizer as coisas claramente.

Não tem importância que você não compreenda isso, porque estou acostumado com a incompreensão alheia, com a minha própria incompreensão.

A vida é mais simples do que a gente pensa; basta aceitar o impossível, dispensar o indispensável e suportar o intolerável.

Eu costumava acreditar em todo mundo, que as coisas eram fáceis, que tudo tinha jeito. Mas o tempo vai passando e a gente vai aprendendo.

Quando não se tem a voracidade de registrar o que se vê, vê-se mais e melhor, sem ânsia de guardar, mostrar ou contar o visto.

É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer.

Aquilo que é bom, e de verdade, e forte, e importante – coisa ou pessoa – na sua vida, isso não se perde.

Quero te fazer compreender que não é assim, que tenho um medo cada vez maior do que vou sentindo em todos esses meses, e não se soluciona.

- Você está cheio de memórias (…)
- Eu sei. Às vezes acho que não vou esquecer. Mas está passando. Vai passar, vai passar.

Mania de esperar que as coisas sejam dum jeito determinado, por isso a gente se decepciona e sofre.

Ô Zé, ando tão desorientado, já faz tempo. E me escondo, e não procuro ninguém, e fico mastigando minha desorientação.

A impressão que tenho é que nunca vai passar… Que a cicatriz não fecha… Que só de esbarrar, sangra.