Coleção pessoal de claudiiinha

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O que vai acontecer, acontecerá. Sossega, barquinho na correnteza, Deus dará.

Com a lucidez dos embriagados, haviam-se reconhecido desde o primeiro momento. Ou talvez estivessem realmente destinados um ao outro, e mesmo sem o álcool, numa rua repleta saberiam encontrar-se. O fulgor nos olhos e a incerteza intensificada nos passos fora a pergunta de um e a resposta de outro.

Só preciso de alguns abraços queridos, a companhia suave, bate-papos que me façam sorrir, algum nível de embriaguez e a sincronicidade: eu e você não acontecemos por uma relação causal, mas por uma relação de significado, que ainda estamos trabalhando.

Para tentar reunir estes dois mundos, o do princípio do prazer com o da realidade, a criança utiliza a brincadeira. Ela cria um mundo seu, no qual os erros do mundo presente são corrigidos e ela, no meio desta brincadeira, tenta suprir as necessidades que lhe são negadas de satisfação na vida diária.
Com o passar do tempo, o principio da realidade acaba se impondo e o adulto perde quase por completo o contato com o mundo da fantasia. O artista é, então, aquele que ainda possui um pouco do espírito da criança e é capaz de se retirar para o mundo da fantasia no momento de sua criação.

Mas nós, nós que compreendemos a vida, nós não ligamos aos números ! Gostaria de ter começado esta história à moda dos contos de fada.

[O Pequeno Principe cáp. IV]

O principezinho, que me fazia milhares de perguntas, não parecia sequer escutar as minhas. Palavras pronunciadas ao acaso e que foram, pouco a pouco, revelando tudo.

[O Pequeno Principe cáp. III]

Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que coleciona borboletas?" Mas
perguntam: "Qual é sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?" Somente então é que elas julgam conhecê-lo. Se dizemos às pessoas grandes: "Vi uma bela casa de tijolos cor-de-rosa, gerânios na janela, pombas no telhado..." elas não conseguem, de modo nenhum, fazer uma idéia da casa. É preciso dizer-lhes: "Vi uma casa de seiscentos contos". Então elas exclamam: "Que beleza!"

[O Pequeno Principe cap.IV]

'...Abracei a vida comercial,essa vida prosaica que absorve todas as faculdades num único pensamento,o dinheiro,e que,se não debilita o corpo pelo menos enfraquece e mata a inteligência...'

[...]que aceite numa só a deusa, a menina de festa querendo dar e outras milhares de coisas que eu, juro, não são tão ruins assim. Então não era você que eu esperava? Não! Eu esperava alguém que pudesse só me abraçar por um tempo maior que esses socorros rápidos que arrumo quando grito mais alto. [...]

[DeusaxMenina de festa querendo dar]

... e novamente encherás o cálice com um pouco mais de vinho para que o líquido descendo por tua garganta trêmula vá de encontro a essa claridade que tentas, precário, transformar em palavras luminosas para ofender a ele.

Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho carente, tigre e lótus.

'...Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia? ...'

'...Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam. ...'

Ela tinha um nojo da dualidade de intenções dos seres humanos que ora amam, ora usam, e preferia a clareza da sacanagem e a certeza do vazio.

'...a poesia é tão bela porque parece vir como uma ponte que comunica algo indescritível. Veja só como a ilusão nos leva pelo nariz a acreditar em asneiras somente porque poetas sabem fazer truques gramaticais tão bem quanto um mágico tira pombos do bolso. Então não se dê o trabalho de esconder o que há em seu coração; ninguém vai descobrir, nem se você quisesse.



[communication breakdown e a poesia]

Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas,
Para aumentar com isso a minha personalidade.

Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.
Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras,
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.

Eu queria enfiar a cabeça dele na privada e dar descarga.Ao mesmo tempo q eu queria a liberdade de nadar naquela água suja.

Era de Leopoldo. O garoto durango de sotaque perfeito que me comeria num quarto de hotel com mantas nojentas numa cidade pequena bem longe daqui. Se isso não é ser mulher pra casar, mais um motivo para ser.


[A espera de Leopoldo]

Não sei se me explico bem, nem é preciso dizer melhor para o fogo a que lançarei um dia estas folhas de solitário.

Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.
[Periférico]