Coleção pessoal de caro.soares

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Meus dias são um só clímax: vivo à beira.

não faz diferença
se você vem amanhã
ou não vem
desisti de esperar
por alguém
cuja ausência
me faz companhia

Para falar a verdade, nunca estive tão bem. Por quê? Não quero saber por quê.

-Você lembra de mim? – perguntei.
- Claro que lembro. Você esteve no meu apartamento em São Paulo, há muitos anos.
- Eu mudei muito, como você lembra?
- Eu mudei também, quem sabe por isso lembro.

Enquanto dura o remorso, dura a culpa.

Tem razão o poeta: “O amor é a coisa mais triste quando se desfaz.” É triste por causa do retrato:
porque ele faz lembrar uma felicidade que se teve e que não se tem mais. O retrato é uma sepultura.

Sou um móbile solto no furacão...Qualquer calmaria me dá solidão.

Muito pra mim é tão pouco, e pouco eu não quero mais.

O vento de lá não bate aqui. Eu tenho outras estradas para seguir.

Não vá sair sem se despedir. Deixe ao menos um cheiro, num canto qualquer.

Meu coração não quer viver batendo devagar.

Eu sou navalha cortando na carne. Eu sou a boca que a língua invade. Sou o desejo maldito e bendito, profano e covarde. Sou o encaixe, o lacre violado. E tantas pernas por todos os lados. Eu sou o preço cobrado e bem pago. Eu sou um pecado capital.

O mal tem asas, e o bem anda a passo de tartaruga.

O trabalho é a praga das classes bebedoras.

A moderação é uma coisa fatal (...). Nada tem mais sucesso do que o excesso.

É absurdo dividir as pessoas em boas e más. As pessoas ou são encantadoras ou são aborrecidas.

O natural também é uma pose.

Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos. Um filme mais ou menos, um livro mais ou menos. Tudo perda de tempo. Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu acaso, sua adoração ou seu desprezo. O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.
(...) as coisas muito boas e as coisas muito ruins exigem explicação. Coisas mais ou menos estão explicadas por si mesmas.
(...) Não gosto de nada que é raso, de água pela canela. Ou mergulho até encontrar o reino submerso de Atlântida, ou fico à margem, espiando de fora. Não consigo gostar mais ou menos das pessoas, e não quero essa condescendência comigo também.

Se a teoria entra em conflito com os fatos, tanto pior para os fatos.

Nada se sabe, tudo se imagina.