Coleção pessoal de camilasenna

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O protesto foi o tempo...


Disseram que ia ser desgraça, virou graça.
Caluniaram dizendo ser desonra, virou honra.
Negaram vinho a quem só queria beber um cálice, que mesquinho.
Tiveram presunção, que vaidade.
Falaram com soberba, dizendo não ter consideração, que papelão.
Olharam com superioridade, que rivalidade.
Fingiu-se ter compostura, era tudo embuste.
Vangloriou-se dizendo ser perfeito, mas que mania, não conheço um, a começar por mim. É tudo inópia!
O tempo, as circunstâncias, mudam opiniões...
Ainda que, isso não aconteça declaradamente,
fica-se no fundo da alma do julgador, a amargura!
Na consciência, fica-se o remorso.

E na vida? Fica-se a bofetada bem dada de quem foi julgado, não com as próprias mãos.
Mas com a vida ao contrário, do que disseram que ela ia ser vivida!
Sem perfeição, aliás, pra que a pretensão?


C. Senna

Mulheres e suas nuances...


Todas com o seu cheiro, aquele, único, especial...
O perfume pode ser o mesmo, mas cada uma, irá exalá-lo com uma
fragrância singular.
Todas com seu encanto, sua magia, de fazer e acontecer.
De dar um jeitinho, naquilo que os homens não vêem jeito algum.
O olhar dessas guerreiras do cotidiano para o mundo, é forte, é
saudável.
Elas vêem a vida através das lentes do amor...
Se amam, amam de verdade.
Se choram, não choram pela metade.
Se sorriem, fazem aquele barulho.
Se têm um lar, fazem dele o seu castelo, o seu refúgio, sua sentinela.
Se têm filhos, é Deus no céu, e eles na terra.
Se não gostam, o negócio é sério, a sensibilidade delas é aguçada.
Elas são fascinantes...
Se são amigas de verdade, não têm essa de maior idade.
Fazem amizade com crianças e velhinhos, sem se importarem com as
diferenças, sejam elas quais forem.
Se existe empatia, lá estão elas, se doando, se dedicando...
Se avistam uma grávida acabando de entrar no ônibus, fazem aquele
barulho dizendo: ei, ei, tem uma gestante de pé aqui, quem vai se
prontificar?
Se alguém, seja estranho, seja vizinho, trata um de seus filhos mal...
Chegam elas como leoas, bramando e já enchendo os pulmões,
contando até dez para não se aborrecerem.
Se assistem a algum noticiário de pais que perderam seus filhos...
Sentem a dor junto com os mesmos, que ficaram sofridos.
E pensam: como a mãe deve estar?
Pedindo a Deus: guarda meus filhos.
Mulheres jamais podem ser rotuladas.
Não existe mulher genérica, cada uma é original.
Foram escolhidas por Deus, para fazerem a diferença por toda a terra.

Tenho garras de águia.
Não tente me colocar amarras.
Não preciso de máscaras para me mover...

Depende de nós, as coisas fluírem bem, ou não!
As vezes, pensamos que tem algo, ou alguém, conspirando contra nossas vidas, e torcendo para nada dar certo.
Pode até ter, mas quem vai decidir o caminho a trilhar, somos nós!
Isso mesmo, nós!
O livre arbítrio nos foi dado.
Quem escolhe se sobe ou se desce, somos nós!
Teoricamente é uma beleza, na prática, é preciso dedicação.
A começar por mim.

Meu Cavalo ainda é branco...
Minha rua ainda é a ladrilhar...
Os meus sonhos, ainda de menina, que cresceu sorrindo pra vida...

Acabou meu bem.
O que tinha cores...
ficou sem cor, sem beleza, sem sentido!
Não posso mentir que ainda acredito.
Eu pintei, e eu mesma me encarreguei de apagar!

Me deixa aqui com minha moleza.
Hoje não quero ser gentileza.
Quero me isolar, curtir minha falta de criatividade.
Estou chata comigo mesma.
Se o agradável vier a minha procura, diz que estou grossura!
Amanhã eu volto com tudo, plena, sedenta, e com muita criatividade.

Eu já não caibo mais nessa casa.
Tudo gigantesco ficou...
Meu corpo.
Minhas roupas.
Meus sonhos.
Minha alma, está grande em demasia, para um lugar tão pequeno.
Já não tem saída certa.
O relógio me oprime, perguntando: quando sairá daí?
Digo: Irei sair em breve, porque preciso existir.
Existir para mim, e para o mundo em si.

Já errei sim, mas quem não erra?

Me dou quantas chances eu quiser...

Estou sempre me permitindo aprender, a crescer.

Não vou me julgar e condenar porque você acha feio.

Porque se incomoda com meu jeito.

O mundo é mesmo assim!

Há pessoas, que como eu, são assumidamente erradas, mas quem é certo?

Impetuosa, mas quem é santo?

Ousada, ah... isso é para poucas!

Se você, se conforma com qualquer história, e qualquer desfecho, é uma pena!

Eu, mulher persistente que vive ousadamente...

Não vou, e não quero, ser figurante da minha própria vida.

Quero ser a atriz principal, quero conhecer o meu roteiro...

Estar por dentro do sim, e do não, mas com os pés no chão.

Eu não me resumo só no exterior...

O meu interior é maior que muitas coisas sem valor.

Eu quero viver assim...

Errando, aprendendo, errando de novo...

E persistentemente aprendendo e acertando.

Que o meu respirar livremente,

ninguém o tente sufocar.

Que o meu olhar forte para o mundo,

não o tentem findar.

Que o meu falar sem ensaiar,

ninguém o tente calar.

Que o meu sentir aguçado e sensível,

não o tentem enganar.

Que a auto-estima que eu conquistei,

ninguém a tente baixar.

Que a amizade sincera que tenho,

não a tentem comprar.

Que o meu agir impetuosamente,

ninguém o tente oprimir.

Que a alma desnuda que tenho

não a queiram vestir,

vesti-la de sujidade, fazendo ocultar

a nobreza em mim.

Que a liberdade que anseio a cada dia,

ninguém a tente impedir...

colocando espinhos nos meus caminhos...

e amarra nas minhas pernas.

Ainda que consigam, será por pouco tempo,

pois sempre haverá uma senda.

Que a paz que eu busco,

não ousem invadir.

Que a alegria que possuo,

ninguém a tente abater.

Que o amor que habita em mim,

sempre venha existir

se renovando a cada

alvorecer.

O trocar salivas, não é apenas um beijo.
Um beijo, não é apenas o trocar salivas.
É nossa língua fazendo amor.

Ser mãe é ser poeta...
Ser mãe é ser coragem...
Ser mãe é ser abrigo...
Ser mãe é enlouquecer...
Ser mãe é ser pai se for preciso...
Ser mãe é chorar de alegria...
Ser mãe é morrer de saudade...
Ser mãe é ser eterna...
Pois não há nada, nesta vida, que a supera...

Todo mundo tem um amor, o mesmo é libertador...


Camila Senna *)

A vida que ficou, que fique...


Era noite de lua nova, da minha varanda, acendi um cigarro...
queria relaxar meu corpo e alma.
O dia tinha sido duro, os caminhos querendo se fechar, e eu queria só me isolar.
Foi quando de verdade, me deparei com aquele luar, que estava lindo de louvar...
E pude despertar pro meu caminhar, e não mais naufragar...
Resolvi naquela noite, não mais perpetuar, aquilo que não era pra me edificar.

Quero me elevar, me resguardar e não mais me sujeitar...

A vida que ficou, que fique...
É como se eu quisesse pegar um objeto inalcançável...
tem vidas e situações, que nada podemos fazer, a não ser crer.
Tudo começa a partir de nós, como posso querer para o outro, aquilo que nem ele quer para si?
Não posso mudar o passado recente e de outrora...
Quero ousar em meu cantar, em meu habitar, a vida que quero proclamar.
Vivendo os dias devagar sem ter pressa de acabar...
E os meus ascendentes, que me desculpem...
mas não quero estacionar, quero florescer e em largos caminhos passar...
Olhar para trás e de verdade apagar aquilo que pessoas tentaram findar.
E seguir a sonhar, com os meus anjos a me acompanhar...
Porque se estou nesta vida, a mesma, é para ser seguida, de cabeça erguida.
E ir além, amando e me dedicando, pois me quero bem!

Camila Senna*)

Te chamo por sonhos...
siga a trilha dos meus passos...
Decifrando-me o corpo me enchendo de paixão...
Vou me despir de tudo que seja casca...
quero ter asas para em teus pensamentos voar, e de uma vez habitar...
Me pegue em teus braços macios que eu te mostro o caminho...
caminho esse, que nunca mais se apagará...
Vem com tuas feras que eu te mostro vida bela...
Vem com teus desejos que eu te mostro o que te espera...

Quero me encontrar...
despedir-me de tudo que me afugenta a alma.
Me encontro presa em um casulo.
Observo meus dias passando...
o relógio é meu pior inimigo.
Sinto fome de amor, paz e brilho nos olhos...
Minha alma tem gritado por socorro
Se existe inferno, eu me encontro nele.
Renunciei-me...
abri mão, de tudo que um dia sonhei.
A menina imatura cresceu, eis aqui uma mulher...
ainda menina, só que mais madura.
Quero encontrar um caminho um lugar em busca de mim mesma.
Quero sentir-me viva, pronta, no ponto, desejo me possuir com toda exatidão.
O ímpeto do meu ser anseia liberdade...
vento no rosto...
gargalhadas sinceras...
espontaneidade...
Olhares sedentos sempre em busca de si mesmo, do outro, da vida...
Ao amanhecer, quero sol no meu jardim...
e que a as flores voltem a sair.
E a vida que anseio venha fluir em mim...

Me despeço de ti, de mim!
O que foi saudade, vira maturidade...
A princesa
vira rainha...
A menina vira mulher...
A bela continua bela...
A estrada turva com várias curvas permito-me passar, para outro estágio em minha vida chegar...
Chegando! Lá vou eu, em meu futuro brilhar...

Amores passageiros são como chuva de verão...
Amores impossíveis são como chuva no sertão...
Amores duradouros enquanto dura a ilusão...
Amores verdadeiros? Ah, esse sim não se apaga não...

Felicidade venha me visitar...
e de uma vez por todas me fazer aflorar.
Meu espírito inquieto está...
a agonia toma conta da minha alegria.
Essa melancolia há de passar...
preciso de forças para aguentar.
Que o bom da vida irá chegar...

Aqui estou eu a cantar, que tudo vai recomeçar...
E dessa vez é pra ficar, ao seu lado pra te amar...
Eu me perco ao te achar, de desejo em pleno o mar...