Colar
A linearidade é uma maneira artificial de encarar o mundo. A vida real não é feita de uma série de eventos interligados, ocorrendo um após o outro, como contas de um colar. A vida, na verdade, é uma série de encontros, onde cada evento pode mudar os que se seguem de maneira imprevisível, devastadora até.
A minha máscara se colou tanto à minha pele que virou o meu outro eu visto de dentro. Vale a ambiguidade.
Enganei-me.
Caí, sim… caí , literalmente, no fundo do poço e foi horrível. Os dias arrastavam-se. Eram torturantes, e faziam-me sentir que estava a morrer , dolorosamente, aos poucos, sem dó nem piedade.
Depois, não sei nem como nem porquê, arranjei coragem, fui-me arrastando, com as feridas completamente abertas, que me doíam até à alma, e comecei a colar-me.
Cristal...
(Nilo Ribeiro)
Meu delicado cristal,
de você eu me afasto,
não lhe quero nenhum mal,
este é meu desiderato
já não posso me conter,
é física minha atração,
você é meu doce prazer,
a brasa do meu vulcão
sou apenas profano,
não sou poeta,
meu cristal não me engano
eu farei a coisa certa
vou me distanciar,
a amizade preservar,
pois se o cristal quebrar
jamais irá colar...
Joias
Que bom se eu fosse o teu anel,
junto a tí sempre estaria,
dormiria ao teu lado
do teu dedo, não sairia.
E se eu fosse o teu brinco?
melhor que anel seria.
Ficaria preso à tua orelha,
quantas coisas ao teu ouvido falaria.
Ah! Um colar; ficaria em teu pescoço
perto do teu peito
balançando, entre teus seios.
E quando , com tuas mãos
ajeitasses, os brincos e o colar,
bem mais perto do coração eu ia estar.
Roldão Aires
Membro Honorário da Academia Cabista de Letras Artes e Ciências
Membro da Academia de Letras do Brasil
Membro da U.B.E
Quando os alunos colam nas provas, é porque os valores das notas do sistema escolar tem mais valor do que o que os estudantes estão aprendendo.
Leia um trecho"A missanga, todos a veem. Ninguém nota o fio que, em colar vistoso, vai compondo as missangas. Também assim é a voz do poeta: um fio de silêncio costurando o tempo."
"A vida é um colar. Eu dou o fio, as mulheres dão as missangas. São sempre tantas as missangas." É assim que o donjuanesco personagem do conto "O fio e as missangas" define a sua existência. Fazendo jus a essa delicada metáfora, cada uma das 29 histórias aqui agrupadas alia sua carga poética singular à forma abrangente do livro como um todo - vale dizer, ao colar em questão. Com um texto de intensidade ficcional e condensação formal raras na literatura contemporânea, Mia Couto demora-se em lirismos que a sua maestria de ourives da língua consegue extrair de uma escrita simples, calcada em grande parte na fala do homem da sua terra, Moçambique, um pouco à maneira de Guimarães Rosa, ídolo confesso do autor.
A brevidade das pequenas tramas e sua aparente desimportância épica estão focadas na contemplação de situações, de personagens, ou simples estados de espírito plenos de significados implícitos, procedimento típico da poesia. Os neologismos do autor, a que os leitores já se habituaram, para além de mera experimentação formalista revelam-se chaves fundamentais de interpretação da leitura.
Não por acaso, a maioria dos contos de O fio das missangas adentram com fina sensibilidade o universo feminino, dando voz e tessitura a almas condenadas à não-existência, ao esquecimento. Como objetos descartados, uma vez esgotado seu valor de uso, as mulheres são aqui equiparadas ora a uma saia velha, ora a um cesto de comida, ora, justamente, a um fio de missangas. "Agora, estou sentada olhando a saia rodada, a saia amarfanhosa, almarrotada. E parece que me sento sobre a minha própria vida", diz a narradora de uma dessas belíssimas "missangas" literárias.
Tudo pra ficar bem,
colar nesse teu beijo me faz delirar.
Palavras que se encaixam no teu jeito de falar.
E não posso negar...
Que não paro de pensar, nesse seu beijo gostoso, esses olhos que levam-me a outro lugar.
Ler sem legenda a canção do falar.
Não posso negar, tenho dois corações um bate entre as pernas o outro só sabe pulsar.
Amor, deixa chuva cair, compete com ela essa noite pra ver quem faz mais barulho.
Eu não vou reclamar, se o calor que mora dentro ti vinher me queimar.
Sei que tu gosta quando aperta o pescoço e te chama de put*
Se chega pra cá essa noite te dou o direito
de extremesser o mundo inteiro sem sair do lugar.
Joga pra mim,
senta gostoso por cima.
Não vou te impedir de matar a vontade de se divertir.
Ah que vontade que dá... de tirar minha roupa..vestir me de vc todo .. que vontade que dá de colar teu corpo no meu corpo ..fazer tabuada ... que vontade insana de fazer incêndio, fogo, fazer travessuras ... que vontade te agarrar pra sempre e falar .. te amo..de agora em diante vc é minha ... eu sou teu .. e pronto ... resolvido ...
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