Coisas Novas
Na busca de saciar todas essas suas ansiedades atuais, que são resumidas em medos e em falhas psicológicas, o oco do ser humano torna o tudo num todo, no qual a intertextualidade do nada é absorvida por meio da artificialidade da razão.
Se passássemos a vida inteira querendo buscar e pesquisar tudo, não conseguiríamos: é o fax para mensagens convencionais escritas, é o correio eletrônico para mensagens virtuais do e-mail e são os chats de
discussão e debate. Portanto, se quiséssemos, poderíamos estar as 24 horas do dia ligados física e ou psicologicamente a um meio de comunicação.
Hoje, o computador já representa, para muitas famílias, o novo cão de estimação, um membro da família, um tipo meio “cyberdog”. Traça-se não só um novo perfil humano de se comunicar e se expressar.
Temos que enxergar que, neste processo de tecnologia avançada da comunicação, se os interesses públicos chegarem ao fim
ocorrerá também o fim da cidadania, da historia e da memória.
O homem nunca foi tão abastecido em suas crenças de infinidade quanto agora. As novas tecnologias de comunicação são capazes de reproduzir o mundo várias vezes e, ao mesmo tempo, numa coisa só, num
vasto território ocupado pelos mídias. Assim sendo, todos os equipamentos
são pequenos diante da infinidade do pensamento humano e dos recursos
tecnológicos.
A partir do momento em que o homem deixa de ser elaborador único, de forma direta, da organização em sociedade, através de uma política local, e do estabelecimento de transformações e revoluções das partes ao todo, por meio de sua integração do micro ao macropoder, surgem grandes modificações na pequena e na média estrutura política do globo terrestre. No
geral, essa estrutura se torna grande, porque as partes fragmentadas passam
a fazer parte de um denominador comum organizacional político.
As influências que as novas tecnologias de comunicação
oferecem é virtualização do real,
tornando-o mais imaginável, mais ainda agora quando, na Internet, podemos ter a identidade secreta que quisermos. Na tevê não havia essa interação, por não ser participativa.
O real absoluto nunca coube muito bem dentro dos meios de comunicação porque renega todo o princípio dos meios, que é fantasiar a realidade.
Os meios de comunicação conduzem a sociedade a viver no irreal. O problema ocorre quando a indústria dos sonhos faz sonhar, mas não pode proporcionar ao receptor do sonho a realização.
Os personagens e estilos de vidas construídos nos meios não condizem com a realidade da vida social real. A mídia produz arquétipos para que o ser humano crie uma realidade política social dentro de uma fantasia
imaginária irreal que transmite um padrão de vida ficcional do qual somente os personagens é que podem vivenciar dentro dos estúdios e não dentro da sociedade.
Não dá para pensar numa mídia solta sem papel social, sendo ela
veiculada ou não com as tecnologias de comunicação, que fazem o papel de
assentamento social, despertando nas mais diferentes amplitudes a pasteurização de seus costumes, hábitos e projetos sociais, criando uma
verdade dentro da ficção e fazendo a verdade participar de um argumento de
ficção.
Sempre havia uma idéia de que a televisão era culpada pelo
modo que as pessoas buscavam meios de fuga para se ausentarem da
realidade política, ou para não assumirem quem elas são, o que elas acreditam ou o que vivem. Por estes motivos a televisão durante muito tempo foi chamada de um meio alienatório, que servia para que as pessoas não tomassem consciência da realidade que acontecia a sua volta.
O problema hoje é analisar se a televisão enquanto fábrica de
programações é culpada realmente por este processo de fuga do ser humano,
ou se ela só atende uma necessidade psicológica das pessoas de terem
sonhos e fantasias, que estravassem o território de suas vidas quotidianas e
que temperem-nas com pitadas de imaginação. Por isto é que a Internet pode ter dado tão certo; porque a rede é um lugar onde todo mundo pode mudar a sua identidade, falsificar-se, mascarar-se e modificar-se da forma mais completa; porque é um processo direto onde em um e-mail pode-se passar dados errados da personalidade de cada um, tanto quanto da aparência física, social ou psicológica.
É um absurdo a quantidade de informações que lemos das pessoas na Internet nos chats de conversas e nos e-mails. São louras, altas de olhos claros e com situação econômica estável e cultas, pelo menos é o que
elas dizem, ou melhor escrevem e, sem esquecer um detalhe, a grande maioria
se diz bonita, inteligente e bem dotada sexualmente.
Precisamos estudar o porque da mentira na conversação via
Internet, ou melhor, na comunicação por Internet feita pelas pessoas. O porque de ser tão parecida no campo das idéias com as estórias produzidas pela televisão, sendo que as próprias pessoas comuns que fazem e que criam arquétipos semelhantes aos galãs de TV, e o porque que continuam mantendo a necessidade de uma mentira para tapar os buracos do vazio do cotidiano comum.
Temos que nos questionar porque as pessoas têm a necessidade
da mentira, num meio de comunicação livre como a Internet. Ou porque
falsificar a sua realidade é tão importante. Até os próprios codinomes usados nas salas de bate-papo na Internet são, muitas vezes, retirados da televisão, tais como: Rambo, Mulher Maravilha, Tiazinha, Capitão América, Super Homem e etc.
Verificamos que a culpa alienatória atribuída durante anos somente à televisão talvez não seja somente da televisão, mas englobe universos políticos e psicológicos que a televisão talvez só tenha reafirmado e não criado na sociedade. Aí, vale uma análise não somente sócio - política quanto à luz da psicologia social; estudar o fenômeno do porque em um meio livre como a Internet as pessoas têm ainda necessidade de falsificar suas
emoções e suas identidades.
É o cirurgião plástico eletrônico que
procura despertar a perfeição artificial no telespectador, no receptor e no seu
narciso adormecido na imensidão do virtual, vendendo diariamente uma nova imagem do feio para se comparar com o belo ao olhar o espelho da fantasia pluralista que invade nossa intimidade em nossos lares, quotidianamente.
Com a aquisição de meios de comunicação potencializados por
essas novas tecnologias, que nos levam onde queremos ir sem que
precisemos sair de casa, ou seja, tudo da rua para casa, do público ao
privado: o supermercado, a universidade, o banco e as diversões, como cassinos e outros.
Essas novas tecnologias nos dão a ilusão de sermos uma espécie de donos de propriedades virtuais privadas mas de uso coletivo.
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