Ciclo Olavo Bilac

Cerca de 3320 frases e pensamentos: Ciclo Olavo Bilac

Se aparece um cidadão que dá ordens à tempestade e ela obedece, manda os peixes caírem na rede e eles caem, manda as doenças sumirem e elas somem, manda um morto voltar à vida e ele volta, é mais sensato acreditar nesse cidadão ou numa comunidade de profissionais que estão a todo momento cavando verbas colossais, disputando prestígio e se desmentindo uns aos outros? Só um cretino acha que a comunidade científica é mais confiável do que Nosso Senhor Jesus Cristo.

Inserida por LEandRO_ALissON

Por que meditar a Paixão de Cristo? Porque o padre mandou? Para se fazer de santinho? Para fazer um bonito sermão? Para sofrer sem motivo? Nada disso. Meditá-la porque ela é o centro, o eixo em torno do qual tudo gira, o único acontecimento, desde a Criação do Mundo, que se passou sem jamais passar; que está sucedendo eternamente a todo instante quer você pense nele ou não.

Inserida por LEandRO_ALissON

Se as leis da razão não têm em si mesmas o princípio da sua própria inteligibilidade, então recebem essa inteligibilidade de fora [...], o que é autocontraditório. Mas, se a razão universal ou conjunto das relações lógicas possíveis tem inteligibilidade em si mesma, ela própria tem de ser inteligível a si mesma, portanto é não só inteligível, mas também inteligente. Qualquer tentativa de negar isso leva a contradições insuperáveis.

Inserida por LEandRO_ALissON

Não faz sentido explicar o universo físico em termos de relações matemáticas e ao mesmo tempo condicionar essas relações à existência do mesmo universo, como se fossem meros fatos empíricos e não leis incondicionalmente válidas, independentes de qualquer universo. Ou as leis da razão são eternas, ou toda e qualquer explicação do que quer que seja é história da carochinha.

Inserida por LEandRO_ALissON

Eu não poderia jamais ser um filósofo universitário. Não há praticamente debate universitário de filosofia que não me pareça errado desde a base, porque não parte da 'presença total' e sim da divisão universitária das disciplinas. E estou falando das universidades sérias.

Inserida por LEandRO_ALissON

Milagre é uma ação que transcende, de maneira definitiva e irremediável, as possibilidades humanas, não tal ou qual estágio do desenvolvimento científico.

Por exemplo, trazer um morto de volta à vida. Talvez a ciência possa fazê-lo algum dia, porém jamais, em hipótese alguma sem nenhuma intervenção material no cadáver e por meio de uma simples ordem proferida em voz alta. Isso não transcende 'as possibilidades da ciência atual', mas de toda e qualquer ciência humana concebível pelos séculos dos séculos. Não se trata de uma impossibilidade relativa, mas de uma impossibilidade lógica absoluta, derivada da pura e simples autocontradição.

O milagre não reside no efeito em si e sim no meio empregado para obtê-lo. Se esse meio é, POR DEFINIÇÃO, inalcançável por qualquer ciência humana presente ou futura, existente ou por existir, o feito é miraculoso e ponto final: não porque a ciência 'ainda' não tenha explicação para ele e sim porque, mesmo se a tivesse, isso não a habilitaria a produzi-lo pelos mesmos meios empregados pelo operador do milagre. O sujeito que aprende 'método científico' sem ter idéia dos seus fundamentos lógicos aplica-o como quem quisesse consertar um relógio de pulso com um martelo de borracheiro.

Inserida por LEandRO_ALissON

Toda idéia de tempo cíclico, se tomada ao pé da letra, é autocontraditória, já que uma sucessão de estados de coisas, se volta exatamente ao ponto em que começou, não sucedeu de maneira alguma, pois sucessão é alteração. Nenhuma sucessão volta ao início. Nossa narrativa dela, ou a contagem que fazemos dos seus momentos, é que subdivide num número limitado de etapas aquilo que, por si, segue em frente ilimitadamente.
A espiral é também somente uma figura de linguagem, pois um “mesmo” ponto do ciclo, tomado em dois níveis diferentes, NÃO É o mesmo ponto, exceto analogicamente e do ponto de vista da narrativa ou contagem.

Inserida por LEandRO_ALissON

Se a consciência que tenho de mim mesmo — a identidade do meu “eu”– fosse um efeito da continuidade corporal, ela seria inconstante e mutável como os sucessivos estados do meu corpo, e não haveria por trás destes uma consciência constante capaz de registrar, comparar e unificar num conceito geral estável as mudanças que o meu corpo sofre. Se fosse um produto da impregnação linguística, um simulacro de identidade introjetado pelo uso repetido do nome e do pronome, como faria eu para saber que o nome pelo qual me chamam e o pronome pelo qual me designo se referem a mim? Se, por fim, fosse um resultado da abstração que por trás dos estados apreende a unidade da substância, QUEM, pergunto eu, operaria o mecanismo abstrativo? Conclusão: a identidade do meu eu é independente e transcendente em face do meu corpo, da linguagem e das operações da minha inteligência abstrativa. É uma condição prévia sem a qual não pode haver identidade corporal, nem linguagem, nem pensamento. A identidade do “eu” é a própria unidade do real que se manifesta na existência de uma substância em particular que sou eu. Nenhuma explicação causal tem o poder de reduzi-la a qualquer fator, pois é ela que unifica todos os fatores. A existência do “eu” é o inexplicável por trás de tudo o que é explicável.

Inserida por LEandRO_ALissON

Só a filosofia e a poesia podem expressar a experiência humana concreta, com a condição de que não pretendam abrangê-la e explicá-la, mas apenas designá-la para seres humanos que a vivenciam tanto quanto o filósofo e o poeta e que, tal como estes, não têm o poder de abrangê-la e explicá-la. [...] Por “poesia” entendo, no caso, “arte literária em geral”.

Inserida por LEandRO_ALissON

Se o mercado é o juiz último em todas as questões, então tudo é mercadoria. Se tudo é mercadoria, tudo tem de ser quantificado, contabilizado e, inexoravelmente, administrado. Eis como o primado do mercado se destrói a si mesmo e vira socialismo sem nem perceber.
Só fatores sociais de ordem moral, cultural e religiosa podem se opor ao socialismo. Liberdade de mercado, o socialismo come no café da manhã. Se aqueles fatores são absorvidos no mercado, a vitória do socialismo torna-se apenas questão de tempo. Eis por que, aprovando cem por cento a economia liberal, acredito que o liberalismo, em si, não é uma alternativa eficiente ao socialismo.

Inserida por LEandRO_ALissON

Xavier Zubiri demonstrou, sem erro, que “realidade” é o correlato objetivo da cognição humana enquanto tal. Todo experimento científico se dá DENTRO do campo dessa cognição e não tem como transcendê-lo. Tem, isto sim, como substituir entidades matemáticas aos objetos reais e confundir “mais exatidão” com “mais realidade”.

Inserida por LEandRO_ALissON

Cada personagem, cada situação ficcional, cada emoção, cada ambigüidade e cada paradoxo da narrativa tem de se impregnar na sua mente como possibilidade humana concreta, reconhecivel na vida real -- na sua própria e na das pessoas que você conhece. Tem de se transformar num ÓRGÃO DE PERCEPÇÃO.
Só assim a leitura literária vale a pena e tem verdadeiro poder educativo. Faça isso com obras da literatura dos dois últimos séculos durante alguns anos, e depois você lerá a Bíblia com olhos mais penetrantes.
É preciso evitar, naquelas, todo tecnicismo acadêmico e, nesta, toda especulação teológica. Não "analise" o texto, apenas guarde os conteúdos na memória até que eles próprios comecem a lhe mostrar o que desejam lhe mostrar.
Análises técnicas e especulações teológicas, só muitos anos depois de ter assimilado muitos textos dessa maneira. Antes, não.
Leia tudo como se fosse narrativa de acontecimentos reais, sentindo intensamente a presença das situações, personagens, conflitos, etc. Acredite em tudo como se estivesse vendo com os próprios olhos ou vivenciando você mesmo as situações.

Inserida por LEandRO_ALissON

Se há uma coisa que, quanto mais você perde, menos sente falta dela, é a inteligência. Uso a palavra não no sentido vulgar de habilidadezinhas mensuráveis, mas no de percepção da realidade.
Quanto menos você percebe, menos percebe que não percebe. Quase que invariavelmente, a perda vem por isso acompanhada de um sentimento de plenitude, de segurança, quase de infalibilidade. É claro: quanto mais burro você fica, menos atina com as contradições e dificuldades, e tudo lhe parece explicável em meia dúzia de palavras.

Inserida por LEandRO_ALissON

NADA estupidifica mais perfeitamente um ser humano do que o uso habitual do vocabulário das ciências naturais em contextos que escapam ao horizonte cognitivo próprio delas. O sujeito tem a impressão de que está nomeando a realidade das realidades, quando está apenas fazendo metáforas e metonímias muito vagabundas.

Inserida por LEandRO_ALissON

"Não tenham pressa de encontrar o seu caminho. Encontrei o meu muito tarde. Posso até datar: foi aos 43 anos. Antes disso, minha vida foi apenas uma luta feroz pela subsistência, e só não posso dizer que foi tempo perdido porque eu aproveitava cada minuto livre para estudar e estudar, sem ter a menor idéia do que iria fazer depois com tanto estudo. Na verdade eu não estava nem buscando caminho nenhum. Aquele que encontrei foi simplesmente seguindo o conselho do meu amigo Juan Alfredo César Müller: 'Quando você não sabe o que quer fazer, faça o que é do seu dever.' Isso simplifica muito as coisas.

P. S. – Quando falo em estudos, não são só livros. Fiz muitas investigações 'in loco', experiências vivas que às vezes me botavam em encrencas danadas. Mas valeu a pena. Usei muito o método do 'observador participante' que aprendi nos livros do B. Malinowski."

Inserida por LEandRO_ALissON

Às vezes me pergunto se jovens que nunca conheceram a época em que ninguém tinha de mostrar documentos (e muito menos cartão de crédito) nos hotéis, em que se podia fumar à vontade nos restaurantes, em que só os doentes se preocupavam com a saúde, em que só as pessoas gordíssimas faziam regime e em que as mulheres se sentiam lisonjeadas em vez de chamar a polícia quando recebiam cantadas de rua chegarão um dia a compreender o que é a dignidade humana.

Inserida por rodkalenninfe

A linguagem das emoções humanas, usada para descrever as relações do homem com Deus — a devoção, o temor, o amor, o arrependimento, a esperança etc. — é toda constituída de metáforas e símbolos que, em vez de traduzir essas relações de maneira apropriada e fidedigna, não fazem senão assinalar, justamente, a fronteira entre o expressável e o inexpressável. O que vejo por toda parte, no mundo religioso, é no entanto um grosseiro antropomorfismo materialista que desespiritualiza a vida do espírito e a reduz ao jogo vulgar das emoções terrestres.

Inserida por rodkalenninfe

“A idéia de que a educação é um direito é uma das mais esquisitas que já passaram pela mente humana. É só a repetição obsessiva que lhe dá alguma credibilidade. Que é um direito, afinal? É uma obrigação que alguém tem para com você. Amputado da obrigação que impõe a um terceiro, o direito não tem substância nenhuma. É como dizer que as crianças têm direito à alimentação sem que ninguém tenha a obrigação de alimentá-las. A palavra 'direito' é apenas um modo eufemístico de designar a obrigação dos outros.”

Inserida por LEandRO_ALissON

A liberdade é uma possibilidade concreta de ação não entravada por obstáculos externos.

Inserida por Rockland

A 'ética laica', a 'educação para a cidadania' é o que sobra no exterior quando a consciência interior se cala e quando as ações do homem já nada significam além de infrações ou obediências a um código de convencionalismos e de interesses casuais.

Inserida por LEandRO_ALissON

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