Ciclo Olavo Bilac
A base de TODA formação cultural é o domínio estético da linguagem. Você pode ler milhares de livros de sociologia, economia, filosofia, política, teologia e ciências naturais. Sem uma extensa CULTURA LITERÁRIA -- ficção, poesia, teatro, ensaios --, você continuará sempre um selvagem enfeitado.
Pessoas que julgam situações reais mediante um raciocínio dedutivo que parta de princípios gerais erram SEMPRE. Entre o mundo dos princípios e o mundo dos fatos a relação é analógica e problemática, porque os princípios não dizem respeito aos fatos e sim apenas à estrutura da possibilidade. Princípios podem ajudar você a afastar as hipóteses impossíveis, mas não a saber o que aconteceu.
***
Por exemplo, partindo do princípio de que toda violência feita a qualquer ser humano é errada, o sujeito acaba não enxergando a diferença entre homicídio e genocídio.
***
No mundo dos princípios não há gradações nem nuances. O mundo dos fatos é feito delas.
Marxismo, pragmatismo, nietzscheanismo e freudismo nada nos dizem a respeito da realidade, mas tudo a respeito da mentalidade de seus adeptos. São os quatro pilares do barbarismo contemporâneo.
Reconhecemos uma paixão pela facilidade com que, por ela, nos privamos do resto. Ubi amatur, non laboratur. Aut si laboratur, labor amatur.
Há anos eu descobri que isto é um princípio: jamais aceite explicações sociológicas quando elas estão ali para substituir a verdadeira explicação histórica, que é a narrativa real do que aconteceu, efetivamente como se passou.
Em história, quando você tem de apelar para explicações sociológicas, é porque você não tem a narrativa histórica certa. A explicação sociológica é meramente hipotética.
O burguês nada despreza tanto quanto à pobreza, que ao cristão, pelo contrário, inspira uma espécie de temor reverencial como imagem fiel da condição humana inteira. Não foi à toa que a Igreja fez dela uma obrigação sacerdotal. Desprovido da fé cristã, o pobre sente vergonha de não ser um burguês, e, quando não consegue tornar-se um por suas próprias forças, se apega às promessas do socialismo. Se essas promessas sempre falham, não é porque sejam traídas no caminho. É porque são, desde a base e a origem, uma farsa macabra: ninguém pode libertar o oprimido começando por escravizá-lo à escala de valores do opressor.
Alguém me ensinou isto ontem, e jamais o esquecerei: Quando você ganha mais dinheiro, seus problemas financeiros não acabam. Só mudam de escala.
Todo aquele que usa os termos do debate político no sentido atual que têm na mídia, sem levar em conta a história da formação do seu significado, nem portanto as ambiguidades camufladas que ainda carregam, é um charlatão.
O que faz de um corpo animal vivente um corpo animal vivente não é o simples fato de mover-se no espaço, é ter um centro sensitivo e consciente que está em comunicação instantânea com todas as partes e ações do seu corpo e, no caso dos animais superiores, sobretudo o homem, com todo um universo de signos à sua volta. É nesse centro que reside a sua unidade, e ele é totalmente inacessível à percepção sensorial desde fora. O filósofo francês (nascido no Vietnam) Michel Henry enfatiza, com razão, que a realidade dos animais viventes está toda na sua SUBJETIVIDADE, e esta, como o Deus de Sto. Tomás de Aquino, só é cognoscível por analogia.
O objetivo da Revolução Cultural Chinesa era o mesmo da sua equivalente ocidental, frankfurtiana e gramcista: extirpar da sociedade todos os resíduos de tradições milenares que pudessem obstaculizar a construção do 'novo homem'. A única diferença era que pretendia realizar isso por uma operação estatal rápida e fulminante, enquanto no Ocidente vigorava mais a idéia de uma influência cultural de longo prazo. O maio de 1968 foi uma tentativa frustrada de imprimir à revolução cultural do Ocidente um ritmo 'chinês'.
Nenhum historiador profissional aceita hoje a idéia -- ainda um dogma, para os intelekituar brazuca -- de que o fascismo foi uma reação do grande capital ao avanço do proletariado. Nenhum ousa contrariar a conclusão unânime dos grandes -- François Furet, Ernest Nolte, Emilio Gentile, A. James Gregor -- de que o fascismo foi parte integrante do movimento revolucionário mundial.
Mao Dzedong foi o maior genocida e torturador de todos os tempos, pondo no chinelo Stalin e Hitler. Só cretinos de marca podem imaginar que um movimento revolucionário inspirado nas idéias dele tivesse algo a ver com liberdade e direitos humanos.
Escarafunchar intenções malignas ou mesmo toda uma estratégia ideológica por trás de palavras ditas a esmo é a essência da polícia "politicamente correta" da linguagem. Não preciso dizer que essa coisa não tem base científica nenhuma e em noventa e nove por cento dos casos é puro chute. Essa atividade não se torna mais decente quando praticada em nome de valores "conservadores".
Quando é lícito atribuir uma ação a um povo, genericamente, sem distinguir nela os agentes individuais e concretos? Creio que só nas seguintes circunstâncias:
a) Uma crença geral subscrita por maioria significativa (por exemplo, "os poloneses são católicos").
b) Um costume generalizado ("os franceses consomem vinhos e queijos").
c) Uma eleição vencida por ampla margem por um dos partidos.
d) Um plebiscito, formal ou informal (por exemplo, "os brasileiros apoiaram o governo na Guerra do Paraguai").
Fora disso, toda generalização é pura metonímia e, se pretende ter valor de julgamento objetivo, é falsa.
Uma argumentação deve não apenas obedecer à lógica das provas, mas à honestidade da situação de discurso. Se um homem grande e musculoso agarra pela goela um pequenininho e frágil, aponta-lhe uma arma carregada e então lhe berra aos ouvidos os argumentos mais irrefutáveis do universo, é claro que esses argumentos estarão se impondo pela intimidação e não pela sua consistência lógica intrínseca
O princípio fundamental do marxismo está certíssimo: todos os valores materiais do mundo são produzidos pelo trabalho humano. Só que ele soma a essa premissa uma segunda, de que é possível e obrigatório devolver a cada indivíduo o valor integral daquilo que produziu, e de que deixar de fazer isso é um crime. Ele só não reparou que o pagamento do trabalho não vem automaticamente, mas depende do fator mais ignorado em "Das Kapital": o consumidor. O consumidor só paga por aquilo que compra, não por tudo aquilo que o trabalhador poderia desejar que ele comprasse, e não vejo como poderia ser de outra maneira. A própria vida de Karl Marx comprova isso: ele nunca recebeu o equivalente do trabalho despendido para escrever os seus livros, pelo simples fato de que o autor morreu antes de que eles fizessem sucesso. Karl Marx, como muitos de nós, não foi prejudicado por nenhum capitalista, mas pelo tempo.
Ademais, como poderia o capitalista pagar o valor integral do trabalho, se além deste ele tem de pagar pela matéria-prima, pelas máquinas, pelo imóvel da fábrica, etc. etc. etc.? Ad impossibilia nemo tenetur.
O socialismo não funciona pela simples razão de que nele o Estado é ao mesmo tempo o único produtor e o único consumidor.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Poemas de aniversário: versos para iluminar um novo ciclo
- Dedicatórias para finalistas universitários: frases para fitas que marcam o fim de um ciclo
- Poemas de Olavo Bilac
- Frases sobre ciclos da vida para celebrar começos e fins
- 53 frases de novo ciclo para abraçar as oportunidades
- Começar um novo ciclo
- Frases para formandos do Ensino Médio que celebram o fim do ciclo