Ciclo Olavo Bilac
O Bronislaw Malinowski, antropólogo polonês, inventou a técnica do 'observador participante', na qual o estudioso se abre pessoalmente a correntes culturais, movimentos políticos, experiências religiosas várias, sem nenhum escudo defensivo interior e sem deixar-se hipnotizar por essas forças. Foi assim que passei pelo comunismo, pela astrologia, pela psicanálise, pelo esoterismo islâmico etc.
Cretinos que só concebem a adesão cega e acrítica ou a rejeição total não podem compreender nada da minha carreira nem das minhas idéias.
No Brasil, há tempos não existem pensadores originais, nem mesmo no nível da mera crítica cultural. Cada um que aparece fala em nome de algum grupo e dele obtém seu prestigio. Por isso o único tipo de interpretação que esses sujeitos são capazes de efetuar consiste em responder à pergunta: 'Para quem ele trabalha?'
Todo sujeito que acha que é culto porque teve boas notas na universidade ou na escola militar não tem a menor idéia do que é cultura.
Universidade, especialmente no Brasil, dá apenas formação profissional, quando muito, CULTURA é SEMPRE E INVARIAVELMENTE AUTODIDÁTICA.
Milagres são fatos da ordem física, só conhecíveis por observações, testemunhos e testes científicos. Não são, por si, objetos de 'fé', pois se o fossem não poderiam ser observados por descrentes.
Isso quer dizer que uma opinião sobre milagres [...] só vale alguma coisa se emitida por alguém que tenha lido muitos relatos de milagres ou presenciado ele próprio algum milagre.
Caso contrário, o sujeito está tomando um conceito abstrato -- ou, pior ainda, a mera palavra que o designa -- como se fosse a coisa conceituada.
O que as pessoas hoje entendem por 'educação' é modelagem de comportamento, que é O OPOSTO da educação. Educação é dar meios, não impor fins.
Sou o primeiro escritor que, na história do mundo, se tornou slogan em protestos de rua. Depois disso, querer uma vaguinha em ministério seria humilhação.
Também fui louvado pelos gigantes e achincalhado pelos pigmeus -- Ives Gandra e Paulo Bundadelli, por exemplo -- o bastante para entender que minhas obras não são para qualquer zé-mané.
De fato, a diferença entre ter idéias ou opiniões e ter uma visão DENSA, CONCRETA da realidade é a diferença crucial entre a ignorância pomposa e o conhecimento e, no fim das contas, entre o fracasso e o sucesso a longo prazo. Não há noção mais ignorada entre os brasileiros, seja na esfera da ação prática ou, sobretudo, na vida intelectual, onde, pelo que vejo todos os dias, a maioria dos opinadores não sabe distinguir entre um arranjo de palavras e uma efetiva apreensão da realidade.
É apaixonante você evoluir, pouco a pouco, da simples representação exata de objetos corporais até à compreensão objetiva de uma situação humana, de uma alma, de um drama individual ou social.
Tudo o que é destrutivo e macabro no mundo começa com a opinião de algum acadêmico e termina virando lei.
Aparentemente, não tenho alunos nem leitores: tenho seguidores, devotos, fiéis, militantes e cultores idolátricos. Todos iletrados e de baixíssimo QI. Ninguém discute as minhas idéias nem me cobra explicações. Ninguém ousa sequer fazer perguntas. Todo mundo recorta o que eu escrevo, gruda na parede, decora e recita antes de dormir para ver se ganha na loteria.
"Sofrer calúnias, injúrias, difamações, humilhações e injustiças é o que a Igreja chama 'o martírio do coração'. Agradeço àqueles que, me impondo esse sofrimento, me deram a oportunidade de oferecer algo a Deus pela salvação de tantas almas. Tudo o que escrevi e ensinei, sem esse sacrifício, vale pouco ou nada. Com ele, espero, começa a valer alguma coisa."
Quando eu defini a filosofia como a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa, em grande parte foi baseado na biografia do próprio Aristóteles.
"O cidadão precisa ter chegado à suprema perfeição da burrice para não entender, de maneira imediata, intuitiva e sem maiores explicações, que na frase 'A verdade não existe', a palavra 'existir' não significa absolutamente nada."
"O que se chama de filosofia em muitas universidades, especialmente no Brasil, é a convicção de que não existe realidade nenhuma e tudo é construído pela linguagem. [...]
A sofística, com o nome de 'desconstrucionismo', é o que hoje ostenta nos documentos oficiais o nome da sua velha inimiga, a filosofia."
"Um evolucionismo conseqüente teria de explicar-se a si mesmo como etapa da evolução, mas para isso seria forçado a abdicar da pretensão de veracidade literal e consentir em ser apenas mais um símbolo provisório depois de tantos, sujeito, como todos eles, a converter-se no seu contrário mais dia menos dia."
"O ideal da ciência como conhecimento universal apodíctico é ao mesmo tempo uma miragem inalcançável e o princípio efetivo que dá estrutura e validade ao esforço científico."
Tanto o evolucionismo quanto o criacionismo são mitos, isto é, narrativas analógicas, insinuações finitas de um conteúdo infinito, separadas do seu sentido por um hiato tão imensurável quanto esse mesmo sentido.
O conhecimento da verdade, no seu sentido pleno, material e formal ao mesmo tempo, é um privilégio da consciência individual humana. Pode ser repassada de um indivíduo a outros, mas cada um tem de fazer por si mesmo o esforço de apreendê-la. Não existe verdade comunitária.
Um aluno isolado pode compreender a explicação que escapa totalmente ao resto da classe, mas é impossível que a classe como um todo apreenda algo que nenhum dos seus membros entendeu individualmente.
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