Ciclo Olavo Bilac
"A tendência quase incoercível da mente humana é se refugiar na banalidade para evitar os grandes dilemas, os grandes conflitos. Quer dizer: o sujeito se fazer de pequenininho, se fazer de inocente, para fingir que não sabe o que está realmente em jogo na sua vida. Particularmente na cultura brasileira, esse é um dos elementos mais permanentes, e de maior peso, de maior impacto na mente das pessoas. [...] Isso aí é de fato o medo da responsabilidade da existência. E esse medo impede que as pessoas cheguem à maturidade -- elas ficam num perpétuo estado de puerilismo moral, intelectual, espiritual etc."
"Platão dizia que 'verdade conhecida é verdade obedecida'. Tão logo você enxergou nitidamente que certa conduta é má, tem de evitá-la por todos os meios. Até lá, tem uma certa margem de erro justificado, como exigência inerente à própria noção de aprendizado, com a condição de confessar o erro tão logo o tenha percebido como tal e de não teimar nele depois disso. Quando você descobriu o que é bom, não o largue por dinheiro nenhum deste mundo."
"Se houvesse um ensinamento voltado ao desenvolvimento da inteligência, ele teria de, antes de mais nada, acostumar o aluno a desejar a verdade em todas as circunstâncias e não fugir dela. Portanto o exercício da inteligência possui necessariamente um lado ético, moral. Platão dizia: 'Verdade conhecida é verdade obedecida.'"
A esquerda brasileira — toda ela — é um bando de patifes ambiciosos, amorais, maquiavélicos, mentirosos e absolutamente incapazes de responder por seus atos ante o tribunal de uma consciência que não têm.
"A única, central e permanente fidelidade do movimento revolucionário é à liberdade abstrata, que, com suas irmãs siamesas, a igualdade abstrata e a fraternidade abstrata, não pode encarnar-se perfeitamente em nenhuma forma particular histórica e, não consistindo senão de vazio absoluto, só pode encontrar a satisfação de um sentimento fugaz de existência no exercício da aniquilação, na insaciável 'fúria da destruição'."
"[...] o movimento revolucionário diferencia-se pela constância com que, nas organizações e governos que cria, seus próprios membros se perseguem e se aniquilam uns aos outros com uma obstinação sistemática e em quantidades jamais vistas em qualquer outro tipo de comunidade humana ao longo de toda a história. A Revolução Francesa cortou mais cabeças de revolucionários que de padres e aristocratas. A Revolução Russa de 1917 não se fez contra o tzarismo, mas contra os revolucionários de 1905. O nazismo elevou-se ao poder sobre os cadáveres de seus próprios militantes, imolados ao oportunismo de uma aliança política na 'Noite das Longas Facas' em 29 de junho de 1934."
Não sabendo viver sem política, a classe letrada encontrou na ditadura o pretexto para legitimar a sua auto-indulgência. A esterilidade cultural do período foi depois inteiramente lançada à conta dos débitos da ditadura. A alegação pareceu verossímil a um público desprovido de pontos de comparação.
Um povo, para ter independência mental, não precisa ter nenhum novíssimo e extravagante esquema de percepção sacramentado pela moda filosófica européia e norte-americana. Precisa apenas ter a coragem de raciocinar.
"[…] o Brasil é o único país do mundo onde a filosofia é uma especialização, dispensável para os intelectuais de todos os outros ramos, e onde – numa espécie de perversão complementar – um diploma de bacharel em filosofia dá direito ao título de 'filósofo'. [...] por dentro fico me perguntando quando uma similar identificação funcional começará a ser exigida aos poetas, aos santos, aos heróis, os quais formam, com o filósofo ou aspirante a sábio, a quaternidade das formas superiores de existência, que nós outros, passadistas empedernidos, imaginávamos irredutíveis a qualquer carimbo de identidade profissional."
"[O império da retórica] começa naquele dia em que o primeiro retórico apostou na eficácia persuasiva do primeiro símile: 'Sereis como deuses…'. Não há como deixar de reconhecer um eco distante dessa proposta no momento em que o homem de marketing vem nos oferecer o livre mercado das idéias como uma proteção contra a 'tirania da verdade'. Pois toda idéia que não se submeta de bom grado a essa 'tirania' não vale nada: é pura retórica."
Não li muita coisa do Zygmunt Bauman, mas num ponto ele acertou em cheio, ao dizer que o Holocausto não foi nenhuma regressão a tempos bárbaros, e sim um legítimo filho da modernidade. Ninguém gostou.
Quem gosta de ver as horríveis conseqüências impremeditadas das suas escolhas?
"Tal é a condição para ser um escritor brasileiro hoje em dia: a total incapacidade para qualquer experiência humana genuína, a perfeito ajuste da vida interior à forma dos estereótipos, a adequação harmônica, artística, entre a percepção falsa e a linguagem fraudulenta."
"Em épocas muito mais ricas, espiritualmente, do que a nossa, erguiam-se, ao menor sinal de decréscimo da qualidade literária, debates intensos sobre 'a crise da literatura nacional'. Hoje as discussões sumiram, pela simples razão de que aquilo que cessou de existir não pode mais decrescer. E aquilo que nem existe nem decresce não pode ser problema de maneira alguma."
"'As idéias têm conseqüências': é a lição imortal de Richard Weaver. Toda deterioração social e política começa na esfera intelectual."
O Brasil é um exemplo claríssimo da desproporção entre CIA e KGB. Enquanto há meio século a mídia inteira grita contra a intervenção da CIA no golpe de 1964 sem poder apontar UM NOME SEQUER de agente americano lotado no Brasil na época, mais de TRÊS MIL agentes soviéticos infiltrados em altos escalões do governo brasileiro já foram identificados, e até hoje ninguém reclama de 'intervenção da KGB'.
O único texto no qual você pode procurar a verdade absoluta é o Evangelho. E essa verdade tem tantos sentidos diferentes que, depois de conhecê-la, você ainda está em dúvida sobre praticamente tudo o mais.
Minha maior mágoa na vida é não ter conseguido dar forma escrita a todas as idéias que fui expondo em aulas e conferências. Publiquei uns vinte volumes, mas ali tenho material para mais uns sessenta, no mínimo. [...] Tenho alunos trabalhando nisso, mas acho que a coisa ainda vai demorar, tão vasto é o material.
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