Chuva da Alma
Banhos de sol e de chuva, caminhadas descalço e ar puro são quatro fontes primordiais de bem-estar e equilíbrio para corpo e alma.
E essa chuva?
Chuva de sons, de silêncios
De verdes lavados e sapatos sujos
De pausa pro café
De reflexão mais demorada
Chuva de água na vidraça e palavras não ditas
Ou pensadas e depois lavadas
Chuva de alentos e pormenores
Que por maiores que sejam
Deixam essa água lavar...
Você pode gostar da chuva e dançar sob ela
Você pode amar a chuva e deixar que ela lave sua alma
Você pode sentir-se desconfortável entre tantos pingos d’água
Você pode detestar a chuva que encharca você e tudo o que você olha ao redor
Você pode fingir que não chove, enquanto a água escorre forte pelo seu corpo
Mas, repare
O céu permanece inabalável
E a chuva segue
Sem máscaras
Hoje a chuva insisti em cair densamente no solo debilitado e esta automaticamente escoando todas as sujeiras pelas valas.
Agora de alma lavada, torço para encontrar a minha próxima pessoa amada, desta vez sem máscaras.
É inquestionável o poder terapêutico do banho de chuva: além de lavar a alma, serve para regar bons pensamentos.
Ciclos da Alma
Por Rizza de Morais
Neblina na serra, chuva na terra
Neblina que baixa, sol que racha
Felicidade na alma, paz que acalma
Silêncio que aquece, ternura que embala
Entre montes e vales, o tempo dança
Ora em névoa, ora em esperança
É a serra que chora, é o céu que clareia
Natureza que fala, alma que anseia
Tal como o tempo, a vida é passagem
Hora é nevoeiro, hora é miragem
Mas dentro do peito, brilha esperança
Feita de luz, de amor, de bonança
Felicidade não grita, sussurra baixinho
É vento leve, caminho mansinho
É paz que se achega sem pedir licença
É flor que desabrocha na minha presença
Não preciso de olhos que me vejam flor
Sou raiz, sou tronco, sou o meu amor
Ser feliz é saber — com alma e certeza —
Que o amor mais profundo nasce da minha beleza
Normalmente na tempestade merecemos ser molhados pela chuva, para nos limpar da sujeira que estampa nossa alma
Chuva Simples,
algumas gotas
de tranquilidade,
Cheiro da terra molhada,
O desânimo não resiste
a Um afago na Alma.
Numa manhã de domingo,
a minha alma se renova
da simplicidade que tanto me agrada
com a chuva caindo lá fora
enquanto sinto o cheiro
de terra molhada
um clima de sossego que conforta
e que meu ânimo restaura.
Enquanto chove lá fora,
choro aqui dentro,
a chuva, às vezes, acorda
intempestivos pensamentos,
entretanto, também fortalece,
não vai embora
sem que sequem as minhas lágrimas,
adujando a terra fértil
minha alma se acalma
com um esperado refrigério.
Lá fora, a chuva cai com bastante empenho,às vezes, a alma também chove, chora, então,gotas e lágrimas harmonicamente se misturam,
Ambas são temporárias, eficazes, necessárias,pois desabafam e logo fortalecem, acalmam e restaram o ânimo e a gratidão floresce
Os tempos difíceis e o tempo chuvoso podem parecer tristes, mas fazem gerar bons frutos, o choro de felicidade, dançar na chuva, alegrando o próprio mundo.
Há momentos,
durante dias de chuva,
que fico imerso
numa sensação agradável de brandura,
externada nas teclas de um piano,
enquanto o mundo desaba lá fora,
minha alma relaxa
e a minha mente descansa
com uma paz necessária, rara e harmônica.
Agora, imagines que a tua alma
é o ambiente a tua volta,
que a chuva são as tuas lágrimas
que purificam todo o teu ser,
permitindo que um lugar,
talvez outrora angustiante,
finalmente, venha a florescer
e tornar-se mais aconchegante,
Com isso, acredito
que é possível compreender
que assim como é preciso
que chova pra que floresça,
também é necessário chorar
pra que se amadureça.
Chuva que molha a flora
sempre numa hora oportuna,
deixando a sua beleza aflorada,
um ato de brandura
como um amor que toca a alma.
Chuva benquista que deixa a terra molhada com um banho de vida,
nele, a flora se esbalda,
e fica ainda mais linda.
Uma ocasião simples e equilibrada
oriunda da sabedoria divina
que traz um frescor para alma,
ilumina o semblante
e afugenta a angústia que desgasta.