Chico Xavier - sobre Disciplina
Confidente de meus apelos incansáveis....
O passado vaga sobre a mente,
Fico desacordada, boba e demente,
Sem fluxos, perdida e impaciente,
Buscando partes de mim inconsciente.
Ora meus pés tocam o chão ciente,
Outrora meu corpo torna-se imprudente
Quando aos teus olhos fica frente a frente
Que o tatua irresistivelmente,
Dissolvo e me encontro de repente
Rendida e escrava de você totalmente
Sem anseios, sem culpas e crente,
De que não se vai insolente
Restando-me apenas a lembrança persistente.
Quente, quente o beijo que os lábios sentem,
Perco-me no quarto e o desejo me rende
O lençol envolve gemidos sensivelmente
E as unhas marcam um corpo perdidamente,
Culpa da ânsia que precipitadamente
Faz-me desmanchar as juras juradas crentemente
De que você podia vir clamando loucamente
Que eu não arrebentaria meu pacto tão facilmente,
É que me prendo a um instante insistente
Que gritam pelo teu nome desesperadamente
E faz-me suceder a você inconscientemente.
Porque me atiça, me rende se não deseja amar-me igualmente?
Longe de eu querer tudo, certamente,
Só quero os teus afagos e o teu amor completamente.
Seja sobre o sol de um dia escaldante ou sobre a lua em um silêncio da noite eu só penso em você.
Você é meu desejo mais oculto e minha inspiração, é meus versos simples entrelaçados em meu coração.
Você é minha certeza de um caminho vitorioso minha força e bordão.
Você é meu refugio que se transforma em paz enchendo-me de harmonia e trazendo-me a felicidade.
A NÉVOA DE PANDORA
Assentadas na colina pênsil sobre a selva de pedra,
Pessoas lançam seu olhar ao firmamento
E veem numa marcha frenética
Se aproximar delas a sádica névoa do tormento.
Os olhos transidos,
Como a injetar um ânimo febril no cérebro,
Esquadrinham particularíssimas congostas
Onde sabem que afloram escaninhos seguramente sombrios.
Alheia a tal ardil,
A névoa desprende de si
Diminutos cilindros de chumbo que descerram
Escarlates cataratas sem calma ou fecundam
Sementes, flores, florestas, floras do crepúsculo.
Quão, quantos
Cristais, Pérolas, Seivas potencialmente producentes
Que não serão
Carmelas, fulgurantes Auroras, Auréolas,
Diamantes de lume pungente, A Ébana Florescência mais Bela...!
No entanto, em vez disso,
Ela evoca tétricas noites diurnas
Que transformam airosas rosas betúmicas
E açucênicas aquarelas européia-iorubânicas
Em cálidas sepulturas.
Finalmente,
É assim a jacarandânica câmara de gás contemporânea...
É assim a aura da vil-metálica chama...
É assim que caminha a extrordinária e magnânima civilização humana!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Sobre expectativas
Hoje eu fui comprar sorvete, esses sorvetes de potinho que as pessoas vendem nas suas próprias casas nos subúrbios. Lá de dentro da casa vem um garotinho de mais ou menos 6 anos, eu pergunto:
- tem sorvete de quê?
o garotinho: tem de açaí, tapioca e de brasil.
me contive um instante, mas que diabos era sorvete de brasil?
-Vou querer o de brasil.
Chegando em casa feliz com o meu sorvete "de Brasil" em mãos, abro a tampinha do pote e dando a primeira colherada no sorvete descubro que tanto o lado verde quanto o lado amarelo eram de tapioca.
Eu acho que o "sorvete de Brasil" é um paradoxo da atualidade.
Sobre minha infância? A única coisa que tenho a dizer é que sinto falta daquela época. A época em que eu era a garotinha do papai. Saudade de quando eu subia nos pés do meu pai e nós ficávamos rodopiando pela sala. Saudade de brincar com lama mais minhas primas. De dormir com meus pais quando tinha bicho papão debaixo da minha cama. Saudade do tempo em que um beijinho da mamãe sarava qualquer machucado ou dor. Sinto falta da época em que nada fazia sentido, mas chegava a um ponto de ser incrível só por existir. A época em que qualquer “te amo” era verdadeiro e colega de escola poderia ser chamado de amigo no primeiro dia de aula. Sinto falta de não ter nenhuma obrigação se não pintar meus desenhos. Sinto também falta do tempo em que eu me preocupava apenas em ficar em frente à televisão esperando meu desenho predileto começar. Saudade de enfiar somente os pés na piscina esperando que alguém me carregasse pra lá e pra cá, pois não sabia nadar. Sinto falta de ter super poderes e de brincar na rua. Saudade da época em que eu passei pelo momento mais difícil de toda minha infância: andar de bicicletas sem as rodinhas. Sinto falta de quando eu falava uma palavra errada e as pessoas riam em vez de me chamarem de burra como fazem hoje em dia. Saudade de pregar tatuagens de chicletes nos meus braços. Saudade de ficar na cozinha esperando minha mãe fazer a cobertura do bolo para eu poder rapar a panela. Sinto falta da época em que era carregada até minha cama pelo meu pai ou minha mãe quando eu dormia no sofá. Saudade de tudo isso, pois tudo isso fez com que minha infância fosse perfeita. Hoje só me restam fotos e algumas lembranças. Nunca esquecerei daquilo que pra mim foi minha melhor época, infelizmente, só percebi isso quando a fase já tinha passado, as obrigações chegaram e as decepções vieram juntas. Como é bom escutar minha família contando casos de como eu era atentada quando criança, isso faz com que eu possa reviver minha infância durante alguns instantes. Sim, minha melhor época passou, mas eu soube aproveitar. Eu era feliz e sabia, pois eu fiz com que cada momento me rendesse memórias. Hoje eu acho essa coisa que eu chamo de “realidade” tão ridícula, difícil, e sem alegrias comparadas as minhas grandes aventuras de infância.
Deita teus olhos sobre a noite
Sem anseios ou medo na morte
A calma tua alma no calor de um amor
Com asas de anjo e mente de sonhador...
É aquele tipo de coisa que todo mundo tem. Mas quando nos perguntam sobre, a garganta se fecha e a palavra fica presa. Você sabe o que é. Só você realmente sabe. Você sabe definir de trás pra frente. Mas não sabe como contar aos outros
Pense muito sobre o que fará amanhã, Pois tal como o Sol planeja sempre clarear esse mesmo lugar amanhã
Não são as coisas que penso ou faço que têm maior efeito sobre os outros e sobre a minha própria vida, mas são as coisas que digo. Vendo muitas vezes uma imagem enganosa, que está longe de ser eu, na tentativa frustrante de provar algo pra mim, ou para o mundo, em vão. De que adianta disfarçar com escudos o que minha face de vidro acaba por transparecer. Aprendi que minha maior válvula de escape esta justamente nas palavras, o problema é que são raras as pessoas capazes de entender sobretudo aquilo que fica no meu silencio. Eu digo tudo o que sinto, a minha maneira, estou nas entrelinhas das minhas verdades inventadas, para os bons entendedores, eis-me aqui.
Lembro de ti
Ontem
Agora
E
#Sempre...
Queria tornar
o pensamento
(Sempre sobre ti)
Em tua presença
Eu pensaria
E você aparecia
Comecando com os olhos (estes olhos que sorriem)
Depois o rosto
O corpo
A voz...
Tudo para o nosso abraço
Nosso beijo...
Não acredite em tudo que estão falando sobre protestos, partidos, mudanças no congresso, projetos de cura gay.. Busque o entendimento por si mesmo, vai atrás, questione. Existe um ativismo que não quer os direitos iguais e sim o poder.
Tudo que estou colocando pra minha vida, parece-me ser essencial pra ser feliz, por enquanto. Sobre tudo que eu sentia exageradamente, agora só há uma faísca por segurança, mas sei que uma faísca pode causar uma grande explosão.
Clareia o sol sobre a cidade de Porto Alegre, e com ele dentes-de-leão soprados ao desejo do vento. Vem; chega de mansinho, estaciona nos meus ombros camuflada em mais leve algodão, para que eu possa te deixar voltar, dona esperança.
Será que alguém pensa em mim toda vez que põe a cabeça sobre o travesseiro? Será que alguém fala que sou a mulher de sua vida? Se sim, meu Deus, por favor faça com que essa pessoa me diga.. Ou será que essa pessoa demonstra isso todo o tempo mas eu (burra) não percebo? Eu só quero um amor para chamar de meu!
