Cem Sonetos de Amor de Pablo Neruda (trechos inesquecíveis do autor chileno)
O amor veemente, o amor apaixonado, por mais perfeito que o queiram pintar, tem sempre intercadências de desalento e de tédio que assassinam a felicidade.
O amor não é o lamento moribundo de um violino longínquo - é o rangido triunfante das molas da cama.
O amor retorna sempre ao coração nobre / como o pássaro aos ramos da selva; / a natureza não fez o amor antes do coração nobre, / nem o coração nobre antes do amor.
Não há baliza racional para as belas, nem para as horrorosas ilusões, quando o amor as inventa.
A aurora do amor é a quadra de devaneios e fantasias, em que a vida do coração principia e exerce sobre nós o seu mágico influxo.
Aqueles que dispõem de meios pensam que a coisa mais importante do mundo seja o amor. Os pobres sabem que é o dinheiro.
