Cartas
Querido empregador, essa é uma carta aberta para você.
Eu não sei se você sabe mas eu sou clt, e eu adoraria só ter que escolher "é teatro ou tv?" mas o buraco é mais em baixo e meu tempo é muito pouco, pouco quase nem dá pra ver o que passa na janela do transporte público entre o meu percurso de casa pro trabalho, do trabalho pra casa enquanto tento encaixar meu pé na falta de espaço da van lotada e penso. Penso na conta pra pagar, na luz que vai cortar, no meu celular que não pode quebrar se não como eu vou trabalhar? É duro. Porque dentro do meu privilégio de ter um lar, um teto e para quem voltar, eu tenho que me desdobrar eu três empregos ou mais não pra agradar meus pais mas pra conseguir respirar.
Meu privilégio acaba aí, porque eu escolhi ser artista, fazer rir, alegrar, cantarolar mas ainda não sei passar em teste. Sabe o teste? Esse que você me mandou de última hora e que eu tentei dar tudo de mim? A mensagem chegou só com um "segue o texto" mas eu parecia estar ganhando o Oscar e olha que eu nem tinha passado mas também nem acreditei que podia, afinal, como colocar meus 30 minutos livres pra me preparar perto das horas de coach que o Matheus fez no dia? Eu me acostumei a não ser escolhido. Não tá tudo bem, mas eu aceitei.
Então mesmo depois dos planos e de toda a Fanfic que eu criei eu aceito: não sei passar em testes então pra que continuar fazendo? Eu perco os papéis que não tem nada haver comigo, eu perco os que tem tudo haver, os personagens que só eu poderia fazer são embranquecidos e eu me pergunto: pra quê, perder o tempo de me preparar tanto se a falta da minha família rica ou do meu diploma global me impede de alcançar isso?
É duro ser artista, é duro persistir. É duro pensar em desistir, é duro não conseguir por não poder abrir mão de nada. Mas se algo eu aprendi e com esse algo eu não preciso de mais nada, é que a minha arte é de sentir e esse sentir eu posso entregar até em beira de estrada.
Carta aberta para a minha querida mãe que não está mais presente entre nós
Pra começar, mãe, estou, estou muito bem. Eu acho que minha vida pra cá não era como eu pensava que seria. Às vezes me sinto só, sinto vontade de sumir, sinto sua falta. Sei que está comigo, queria que tudo voltasse como era antes, minha irmã Luanna já tem 2 filhos, seus netos, que eu tenho certeza que a senhora brigaria com ela por ter tido esses dois filhos tão nova, mas amaria eles. Davi, o maiorzinho, é bem dramático, já o Arthur, o mais novo, é bem quieto. O Gabriel está bem grande, mas bem teimoso. Não sei o que ele quer da vida, mas vamos ver o que ele vai decidir daqui para a frente. Já, já ele completa 12 anos. E eu já tenho 14, vou fazer 15 agora em julho. Sou grata pela minha vida, pela minha tia, por tudo mesmo. Obrigadaaa!!!
Já o papai, nunca mais tive notícias dele, espero que esteja bem. O Rayllan está bem grande. Sinto falta dele às vezes. A Adriana já tem um filho, bom, se passaram anos. Se estivesse aqui, creio que cuidaria deles como se fossem seus filhos de sangue.
Eu te amo para todo o sempre!
uma carta pra ela
Por muito tempo tive medo do amor, me falaram que machucava e tinha dor, por tais motivos tive medo de amar eu não queria me machucar. Então conheci você, uma garota perdida que não sabia o que falar, tentou amar e se machucou e disse pra si mesma que não iria mais arriscar. Sem querer querendo eu me apaixonei e você também, eu disse que mesmo se a terra acabar eu te amaria no espaço, eu disse que sempre estaria com você, porém acho que eu não era o que você precisava, então de um amor viramos novamente um nada. E hoje em dia você ainda é minha poesia.
Prometemos que iria ser eterno, vai ser nas minhas memórias.
Uma carta para a vida
Desculpe, minha vida. Por medo, deixei de vivê-la. Preso por muito tempo, perdi sentimentos, emoções, tudo porque não sabia como viver. Deixei de cantar, dançar, gritar. Eu até mesmo deixei de amar por medo de viver. Após anos decide tentar, tentar ver como era a vida e me surpreendi, hoje vivo como se fosse meu último dia. Deixe seus medos: vamos apenas viver.
Carta aberta.
Oi, já faz um bom tempo desde a última vez que nos falamos.
Eu não entendi como que a gente se desencontrou;
Mas, era tão óbvio esse porquê né? Eu só buscava motivos para tentar
te entender e não conseguia enxergar o que estava diante dos meus olhos.
Eu realmente queria o seu bem.
Sempre quis saber como você estava, mas, sinceramente;
Eu nunca busquei saber, já faz um bom tempo que eu parei de me importar.
Eu quis tanto te mostrar que você podia ser amada
que acabei me perdendo no processo.
No início foi difícil aceitar e até hoje não consigo sentir raiva de você.
Aliás, eu não consigo sentir nada.
Ah! Eu já me perdoei, você não teve culpa de nada e só para relembrar,
Você não me deve nada!
Depois que nos desencontramos, eu excluir o seu número e apaguei o seu contato;
Eu deletei todas as nossas fotos, vídeos, todos os seus áudios e as nossas conversas.
E para ser sincero, hoje eu nem me lembro mais do tom da sua voz;
Eu nem se quer me lembro mais do seu rosto...
E de tanto excluir as coisas, foi como se você nunca tivesse existido.
Você acabou se tornando uma pessoa que apenas passou em minha vida,
Pessoa a qual.
Que nunca existiu,
que nunca conheci,
Mas, sei muito ao respeito.
Raphael Santos Araujo (06 de abril de 2023)
Carta para dias sombrios
Haverá dias que serão nublados, céu escuro, sem nenhuma perspectiva de vida e você terá que fazer algo a respeito
Irá deixar com que as circunstâncias te abatem, ou procurar algo que o descarrega toda essa angústia em teu peito?
Você é especial, e tem um brilho imenso que irradia quilômetros de pessoas ao teu redor.
Entenda que, não é a circunstâncias que irá definir se você será uma pessoa infeliz ou não, mas sim a sua atitude em relação a ela que vai mudar todo o quadro da situação.
Errar é humano, mas permanecer dentro dele torna-se inviável o crescimento.
Lembre-se que, não importa o que aconteceu ou que pode acontecer, você é capaz de superar todas as barreiras que podem intervir na sua felicidade.
Há algo preso em teu peito, solte-se e permita-se viver com mais profundidade.
Se ame mais, perdoe-se mais, compreenda suas limitações e saiba que, desfrutar do melhor nunca foi uma questão de ser apenas para quem já teve sucesso, mas sim para aqueles que tem ousadia de avançarem até chegar ao seu objetivo, ou seja, só depende das constâncias dos seus passos em direção a ele, não é necessário saber todo o caminho, porque diante dele, a luz da palavra esclarecerá.
Que esses dias nublados te ensinam à se "movimentar", te ensinam à "reagir", mudar de conceito, complementar tua visão e sobretudo, te mostrar o caminho e concerteza ficará mais "claro" para se caminhar...
CARTA ENDEREÇADA À(VC)
Começo falando de turbulência, de um voo conflituoso. O destino incerto cada vez mostra a certeza de um caminho tortuoso ao longo dessa jornada. Não foi possível se dá conta do que estava acontecendo à volta, esquece-se de tudo: do avião, do voo, do destino. À deriva, poder-se-ia dizer. Aos poucos, acelera-se, esvai-se, esquece-se, de tudo e de todos. A dor surge lentamente e negligenciada é. A vida mostrou que uma pausa era preciso; essa pausa era direcionada à(vc). O corpo não soube falar de outra forma a não ser fazer uma pausa abrupta. Então, falou comigo, falou à(vc). A linguagem isquêmica eu não entendia naquele momento, não sei o que me falara. Talvez queria me mostrar os esquemas a qual não me dei conta. Não foi possível extravasar, apenas ficou recluso, se obstruiu e tentou se guardar por um momento. Enquanto se guardara, preparava-me para uma pausa necessária. Enquanto isso, tentava entender tudo a minha volta... não chegou a extravasar, a pulsar, a jorrar; não foi uma carta à(vc) em tom hemorrágico, para que morra, e sim bem álgico... uma pausa para a cura. O extravasamento se deu de outra forma, em um voo livre cheio de tripulantes a postos para mostrar que estavam ali comigo, na minha pausa, enquanto fazia uma conexão jamais vista por mim. Paralisaram-se os membros dominantes, a fala, os pensamentos, os esquemas. Morria-se aos poucos, a isquemia fez com que tudo ficasse no esquecimento, a pausa foi necessária nesse momento de obstrução. Até então não se entendia o que estava nas estrelinhas do que realmente essa carta direcionada à(vc) queria dizer. Não se sabe, ao certo, se foi um AVC, tampouco isquêmico ou hemorrágico; mas se sabe que o corpo falou à(vc) de uma forma contundente para lhe mostrar que os seus sentimentos e emoções importam. Ao chegar no destino, percebo que fiz a melhor conexão que poderia fazer até o momento, cheguei até a mim. E, agora em solo firme, ao chegar até a mim, percebo mais ainda que a carta direcionada à(vc), morreu. Posso seguir o meu voo; agora, curado e sem destino à(vc).
CARTA DO PASSADO AO FUTURO
Um convite me foi dado anos atrás, na época, eu não conseguia perceber tamanha dimensão do que estava sendo proposto a mim. Nunca me imaginei vivendo tudo isso que estou vivendo hoje. No fundo no fundo, eu sentia que algo incrível estava por vir. Algo me falava isso. Eu já conseguia sentir as entrelinhas que eu poderia viver um dia. Do interior, vim! Do interior, me vi! Enxerguei potencial suficiente para conseguir tudo aquilo que eu queria ser, para viver tudo aquilo que me foi convidado. Eu não sabia o que me esperava e o que estava preparado para mim, vivia numa corda bamba. Outrora balançava muito, me questionava como pessoa e se eu seria capaz de viver um dia os meus sonhos. Outrora, do outro lado da corda, eu conseguia sentir a sensação do que é viver tudo àquilo que sonhei um dia. Quando me foi dado o convite, velejava à deriva, à medida que o convite foi tomando forma, encontrei a minha bússola, o meu norte. Comecei a vislumbrar os horizontes. Algo me fascinava à medida que eu me aproximava do horizonte, comecei a perceber que eu nunca iria alcançá-lo, isso me dava mais força para desbravar o que estava reservado para mim! Quando fui convidado a viver o que sonhei um dia, muitas coisas se passaram em minha cabeça! Mantive o foco em pensar vivendo tudo aquilo que me esperava. Deu certo! Eu consegui! O convite foi entregue com sucesso ao destinatário. O destino do convite? É lindo! Único! Mágico! Surreal! Como dragões imaginários... sim! Não existem! Eu quem construí para poder existir! E o destino é o horizonte! O horizonte me mostra que quanto mais me aproximo dele, mais eu preciso sonhar para chegar onde nunca cheguei. Isso me fascina!
ORAÇÃO EM CARTA
É difícil escrever a salada de pensamentos que pairam ainda sobre as ideias. Pensar é o prenúncio do que poderemos fazer logo em seguida. Nos recompomos a partir do pensar e do que iremos fazer com o que ora foi refletido. Orar é a conexão que temos com nós mesmos, com o interior, seja ele qual for.
Pensar nos remete a ter atitude
Na inquietude da resolução de pensamentos
Nas atitudes que ainda estão por vir.
Se choro, também escrevo através de lágrimas
Se oro, também escrevo pelo falar
Se ignoro, também escrevo através do silêncio, mesmo que sufocante.
Choro, e me dou a oportunidade de sentir
Oro, e paro para ouvir o meu silêncio
Ignoro, e percebo que, ao ignorar, eu me torno resiliente.
A oração tem o papel de me convidar para a ação que não tive ainda. Ora! vai em busca do que queres. Ora ora... não demora! Não ignora! Podes chorar ao orar, o silêncio que grita, aos poucos, virá de mansinho como um bálsamo para te acalentar.
CARTA AOS NOSSOS ANCESTR(P)AIS
Pais,
Conversem com os seus filhos
Ouça-os
Eles gritam em silêncio
Consegues ouvir?
Pais,
Sejam presentes na vida dos seus filhos
Participem
Eles se anulam na multidão
Consegues perceber?
Pais,
Olhem mais para os seus filhos
Veja-os
Eles são luzes em meio à escuridão
Consegues enxergar?
Pais,
Não nos falaram sobre a vida adulta
Erramos, erramos feio
Erramos feio porque também erraram com vocês
Onde erramos?
Pais,
Esqueceram de nos falar o quanto doía voar
Voamos, choramos ao voar
E ao voar, doeu... só eu senti. Ninguém percebeu
Para onde voamos?
Pais,
Pecamos ao falar do nosso lar
Não sabíamos da imensidão do inferno que nos aguardava lá fora
Omitiram-nos essa informação
Por que não nos falaram?
Pais,
Não nos deixe morrer
Ainda somos jovens
Queremos viver
Até quando?
Pais,
Vocês deram o seu melhor
Perdoo-os para eu poder seguir
Vocês não têm culpa, nós também não temos culpa
De quem é a culpa?
Pais,
Um lugar de aconchego
Onde encontro a paz
Um lugar de amor, o meu cais
Cadê vocês, onde estás?
Pais.
O que mais doe, uma carta escrita, uma mensagem de texto ou uma palavra verbalizada?Quando analisamos com o coração todas essas maneiras de expressão, de uma forma ou outra, dependendo do que for escrito ou dito, trará um efeito de paz ou de dor.
Devemos analisar minuciosamente, com cautela e discernimento, tudo que iremos falar. Uma notícia boa alegra o coração, traz vida, traz paz interior, é nos faz querer ouvir novamente, o que conforta a nossa alma e alegra o nosso espírito porque foi uma palavra branda.
Já uma palavra fora do lugar, de derrota, de humilhações de desânimo influência todo o nosso ser, por isso tomemos cuidado quando verbalização é escrever nossas emoções, a bíblia afirma que uma palavra branda acalma o furor, a ira, mais uma palavra frívola incendeia a raiva, entristece corações, faz decair o rosto.
Já dizia o provérbio que a boca fala o que está cheio o coração.
E tão logo se esvazie de tudo que lhe traz dor, se encha da paz que o Espírito Santo lhe dá, e verbalize ou escreva com a doçura do seu coração.
Paráfrase por Bispo José Nildo Lima.
Carta aberta aos meus filhos,
Vocês não sabem, mas;
- Chorei no banheiro, porque me senti perdida, sem rumo e preocupada com vocês;
- Deixei de comer muitas vezes, para que depois não faltasse comida para vocês;
- Todas as vezes que vocês fazem escolhas erradas, meu coração queima, eu choro e eu não posso fazer nada a não ser orar;
- Oro todos os dias para vocês, peço proteção, prosperidade e maturidade nas suas escolhas;
- Peço para que vocês tenham consciência de qualquer maldição familiar, e oro para que a história não se repita;
- Sei que algumas escolhas ou atitudes são somente uma fase, vocês estão crescendo;
- Oro para que as escolhas e atitudes ruins passem logo, e que vocês cresçam como ser humano e como Homens;
Sinto que vocês são grandes, e estão no caminho da evolução;
Tenho a impressão que vocês não se importam com a tristeza, e a aflição que as suas escolhas ruins causam no meu coração;
Mas a minha parte já fiz, e ainda na medida do possível faço;
Queria que vocês sentissem o meu coração, quando fico triste com as suas escolhas ruins;
Mas quem sou eu para se indignar ou ficar triste?
Sou aquela que carregou vocês nove meses no ventre;
Sou aquela que na maternidade se entregou, mergulhada em um conjunto de sensações, sentimentos, emoções e desespero;
Sou aquela que quando vocês eram pequenos, lutei sozinha como uma leoa para defender o meu ninho;
Sou aquela que chorou, sorriu, gritou, amamentou, sofreu, alimentou e cuidou;
Sou aquela que errou e acertou;
Eu sou apenas um ser humano, uma Mulher, uma mãe!
"Carta ao Mundo — sobre o que é ser Pai"
Há momentos em que o mundo inteiro cabe no olhar de uma criança..
Um olhar que, por segundos, sorri com liberdade,
mas que logo se fecha, temendo as ordens silenciosas de um adulto quebrado emocionalmente..
Vi isso nos olhos de Gabrielly —
uma garotinha de alma leve, mas presa por mãos que não sabem acolher a alma..
Ela não pediu muito..
Só queria brincar..
Ser criança..
Rodar com a bolsinha, rir alto, correr com os pés descalços de culpa..
Mas foi puxada de volta — como se fosse um animal sendo conduzido,
como se viver com leveza fosse um erro..
Naquela mulher que a arrastava pelos corredores da igreja,
não vi a real maldade..
Vi cansaço, desilusão, talvez arrependimentos engolidos há anos, algo amargo impregnado nos sentimentos..
Vi alguém que carrega o título de mãe, mas que se esqueceu como se cuida com alma..
Ela entra.. Se senta.. Come.. Vai embora..
E Gabrielly vai junto, sem perguntas, sem respostas,
como quem aprendeu que sua vontade ou opinião não importa..
Mas naquele breve instante em que ela me viu,
e o meu sorriso encontrou o dela, isso acendeu um universo dentro de mim e dela..
Foi como se ela dissesse:
“Você me vê.. Você me deixa existir..”
E é isso que muitas crianças querem: ser vistas, não domesticadas..
Serem compreendidas como crianças, não adultos..
Porque pai não é quem manda calar a boca, é quem ouve..
Pai não é quem corrige com medo, é quem educa com presença, respeito e amor..
Pai não é quem arrasta, é quem caminha junto..
E é por isso que dói tanto..
Dói ver crianças vivendo em silêncio, com medo de errar, de sentir, de ser..
Dói ver seus risos sendo reprimidos como se fossem pecados..
Dói ver seus pequenos corpos se encolhendo diante da dureza de adultos que esqueceram o que é amar..
Mas mais do que dor, eu carrego um desejo:
De ser abrigo..
De ser ponte..
De ser aquele que, mesmo sem laços de sangue,
oferece à criança o que muitos pais biológicos nunca souberam dar:
Liberdade com amor.. Limite com ternura.. Olhar com alma..
E se um dia o mundo me perguntar:
“Mas por que se importa, se ela não é sua filha?”
Eu responderei:
"Porque ela é uma criança. E isso basta.."
Carta para minha versão silenciosa
Ei, Aline…
Eu sei.
Eu sei que às vezes dói demais estar em um lugar e se sentir invisível.
Ver todo mundo rindo, conversando, trocando,
e você ali — presente, mas como se não estivesse.
Sei como é estar com o coração cheio de coisas bonitas pra oferecer,
mas a boca travada,
as palavras presas num canto que você não sabe alcançar.
Sei como parece mais fácil sorrir de canto e se recolher.
Como parece mais seguro observar, mesmo quando o que você queria era ser chamada pra dentro.
Você se culpa por ser assim.
Acha que a introversão é um defeito.
Que se você falasse mais, fosse mais leve, mais “solta”, tudo seria diferente.
Mas deixa eu te lembrar, com muita delicadeza:
Você não nasceu pra ser cópia de ninguém.
Você não está errada por ser profunda.
Você só precisa de espaços onde a sua profundidade seja respeitada — e não sufocada.
Você sente mais.
Você percebe o que os outros não veem.
Você se conecta com as crianças porque elas não exigem performance.
Elas só querem presença — e nisso você é inteira.
Você não é vazia por falar pouco.
Não é fraca por se calar quando algo dói.
Você é sensível. E essa sensibilidade merece ser honrada.
Mas se tem dias em que a sua própria introspecção parece te isolar,
tudo bem reconhecer isso também.
Você pode crescer, pode aprender a se abrir aos poucos,
sem precisar apagar quem é.
Você pode, sim, achar pequenos caminhos pra sair desse silêncio.
Pode treinar um “oi”, um “posso sentar aqui?”, um “gostei da sua roupa”.
Pode praticar sem pressa.
Pode falhar, voltar pra dentro, e tentar de novo depois.
Porque o mundo pode ser cruel com os quietos —
mas dentro de você mora um universo que merece ser vivido.
Você não precisa ser a que fala mais.
Você só precisa ser a que se escuta primeiro.
E hoje, Aline, eu te escuto. Eu te vejo.
E espero que você também comece a se ver.
Do jeitinho que é: silenciosa, mas cheia de amor.
Com todo carinho,
De você para você.
CAMILLE MONFORT -
entre as Partituras Mortas.
Encontrei esta carta dobrada entre os véus de um silêncio antigo. Estava entre folhas de música que jamais foram tocadas. Era dela. Ou talvez minha. No fim, já não sei quem sangrou primeiro.
Hoje olhei para Chopin com os olhos da alma encurvada
como quem implora a uma ausência que nunca se nomeou.
Busquei nos teus olhos tristes e enevoados
uma réstia de eternidade…
um acorde que me dissesse:
"sim, eu ainda estou aqui — entre os espectros daquilo que amamos".
Mas Chopin não me olhou.
Camille não me ouviu.
E o silêncio se fez abismo.
Foi quando compreendi:
sou tão pouco —
não para a luz,
mas para a sombra onde tu habitas,
etérea, além do véu.
Sim, tu estás.
Estás como névoa que dança sobre a madeira da antiga escada,
como sopro nos espelhos,
como lamento nas cordas do piano não tocado.
Tuas lágrimas não caíram —
mas subiram...
para dentro de mim.
E eu?
Sou apenas o porão onde tu deixaste tuas dores penduradas
como vestidos antigos.
Sou aquele que ama na memória do que não teve nome.
Sou o lugar onde tua ausência se senta,
bebe vinho velho,
e chora — por mim.
Tu ainda me verás, Camille?
Ou serei apenas teu reflexo esquecido
num espelho onde ninguém mais se penteia?
Dói tanto…
mas essa dor tem cor, tem som, tem perfume.
Essa dor és tu.
Reflexo Filosófico e Psicológico disso tudo:
Há amores que não nascem — eles emergem.
Emergem como brumas de um passado que não pertence a este mundo,
como memórias que a alma carrega sem saber de onde vieram.
Camille não é apenas uma mulher.
É um arquétipo: a presença que magnetiza e fere,
que não se entrega porque vive entre os mundos,
entre o agora e o nunca.
Amar Camille é como amar um eco:
você nunca a toca,
mas ela vibra em cada nervo teu.
E o porão, meu amado leitor, não é um lugar físico.
É o território escuro onde guardamos tudo o que não suportamos perder.
Camille vive ali.
E Chopin, talvez, também.
Carta para o …
…,
Faz anos que a gente não se fala, mas mesmo assim, tem algo dentro de mim que nunca conseguiu se calar. Eu achei que com o tempo ia passar. Que com o tempo, o sentimento por você ia desbotar… mas não.
Por mais que tenham passado anos, sinto que ainda amo tanto você que chega a me machucar.
É estranho carregar isso no peito depois de tanto tempo. Mas a verdade é que você foi alguém que marcou uma parte da minha alma, e nem eu sei exatamente como explicar o porquê. Só sei que, mesmo tentando seguir, você sempre volta nos meus pensamentos. Sempre esteve ali, no fundo de tudo.
Talvez uma parte minha sempre tenha esperado que você voltasse. Mesmo depois de eu ter errado. Mesmo depois de você ter me ignorado. Eu tentei correr atrás. Eu queria dizer que ainda era você. Que eu me arrependi de ter seguido por outro caminho mesmo te amando. Mas fui silenciada. E esse silêncio virou um buraco dentro de mim.
Desde então, eu me machuco tentando gostar de outras pessoas. Me envolvo, tento começar de novo..mas ninguém é você. E isso é injusto com quem chega, e doloroso pra mim também. Porque eu queria muito conseguir abrir meu coração pra alguém. Mas parece que ele ficou preso no tempo onde você ficou.
Você não sabe, mas eu esperei por você em muitos dias. Em muitos pensamentos. Em muitas noites. Eu imaginei mil versões da nossa história, todas elas com a gente dando certo. E talvez nenhuma delas aconteça.
Eu não te escrevo isso pra te cobrar nada. Nem pra te fazer sentir culpa. Eu escrevo porque eu preciso colocar esse amor em palavras antes que ele me sufoque. E talvez, só talvez, pra você saber que alguém nesse mundo ainda te ama mesmo sem saber mais quem você é hoje.
Talvez um dia a vida se encarregue de cruzar ou não nossos caminhos de novo. Talvez nunca. E tudo bem. Mas se isso aqui chegar até você de alguma forma, eu só queria que soubesse: eu te amei. E mesmo sem respostas, mesmo sem fim, esse amor foi de verdade.
-Com tudo que ainda mora em mim,
Ig.
📜 A Carta – Purificação
Parando pra pensar na viagem que é a vida, em uma hora você está no topo da montanha e logo após está no buraco mais profundo que pode imaginar.
Eu sou um cara muito reservado, e olha a ironia: queria pegar todos de surpresa, mas não posso, porque dependo de outra pessoa para escrever isso.
Dia 19/05/2023, minha vida mudou. Eu fui do céu ao inferno em questão de seis horas.
Agradeço muito a Deus por ter minha filha perto de mim. Foi a única que conseguiu tirar de mim uma coisa que eu já não sabia mais o que era: esse amor, esse carinho, como iluminar meus momentos mais sóbrios.
Hoje eu estou com 80% da visão debilitada, e é complicado. Eu sempre tive como prover minhas coisas e hoje eu não tenho mais. Não por carro, não por casa. É por dignidade. É por amor.
E por falar em amor, eu amei de verdade.
Eu sempre achei que a depressão era falta de Deus, e hoje sei que não é bem assim.
Mesmo com toda a minha fé, hoje estou passando por esse momento; deixei para trás sonhos e projetos, simplesmente por não conseguir acreditar mais em mim.
Estou sem dormir há vários dias, vendo a Alicia dormir e imaginando como eu a amo. Mas estou com o coração deprimido, com uma tristeza imensa que nada passa.
Vivo há um ano dentro de um quarto escuro, pois a minha condição visual não é boa. Eu sei onde tudo começou: 19/05/2023, às 22h40.
E também sei quando termina: 25/12/2024.
> Eu morri no exato instante em que a esperança perdeu a coragem de desistir.
Fiquei preso entre dois mundos: o emocional e o físico. Meu corpo estava aqui, mas minha alma já havia cruzado um limiar invisível, inalcançável.
Eu morri enquanto o mundo fingia não ouvir o grito.
Morri entre a sombra que a luz não alcançou.
E mesmo assim, fui salvo no exato instante em que ouvi o grito da pessoa que ainda me amava.
Mas nem todo grito salva. Tem grito que chega tarde demais.
Vou ser sincero: a empresa poderia ter feito bem mais.
Mas no lugar onde o lucro é rei, a ambição devora sonhos, despedaça pessoas e destrói famílias como se fossem meros obstáculos no caminho da ganância.
Essa sede insaciável de dinheiro não tem rosto, não tem culpa, só sabe consumir e aniquilar.
E enquanto eles somam cifras, nós perdemos pedaços da alma, afundamos em escuridão e nos tornamos descartáveis nesse lugar cruel que nunca vai mudar.
> Se você estiver lendo isso... rsrsrs...
É porque no dia 25/12/2024 eu não estou entre vocês.
💌 "Carta Para Ela"
Oi, … desculpa esse jeito sentindo,
mas tem dias que acordo só te intuindo.
Tua falta me encontra antes mesmo do sol,
e a saudade que mora aqui… é lençol.
Eu era calma, centrada, razão,
mas contigo, fui puro coração.
Agora fico nessa espera sem fim,
por um sinal teu que acalme em mim.
Não tô cobrando, nem pedindo demais,
só queria saber se tu sente iguais…
Se esse silêncio é só fase do tempo
ou se o que foi nosso se foi com o vento.
Não quero te prender, nem fazer pressão,
só queria um gesto, uma direção.
Porque eu te carrego em tudo que sou,
e teu nome ainda é o mais bonito que ecoou.
Se me leres, espero que sintas de leve
que tudo em mim, por ti, ainda escreve.
E mesmo sem resposta, te guardo em mim —
com carinho, com amor… até o fim.
— Lucci
Carta para o homem que me chamava de rainha
Eu sei.
Eu sei que você me amava, mesmo nos seus silêncios.
Mesmo sem tanto carinho explícito, sem muitas palavras.
Eu sentia isso no jeito que você me olhava às vezes,
no seu esforço confuso de me proteger do que nem você entendia.
Eu acreditava em cada vez que você dizia que queria ser meu porto seguro,
mesmo quando você era tempestade.
E sim, eu vi você tentando.
Tentando melhorar, tentando ficar, tentando ser o melhor pra mim.
Só que amor também cansa.
E eu cansei de ser forte o tempo todo.
Porque enquanto você se perdia dentro de si…
eu me perdia tentando segurar nós dois.
Eu só queria que você me escolhesse com clareza.
Que me chamasse de rainha — e me tratasse como tal.
Eu queria ser seu templo de paz, mas acabei sendo abrigo da sua guerra.
E mesmo assim, eu te amei.
Inteira. Sem falta. Sem dúvida.
Ainda amo, de um jeito que não sei apagar.
Mas hoje, preciso me amar também.
Se um dia você voltar inteiro…
talvez eu ainda esteja aqui.
Mas agora, eu volto pra mim.
“Eu queria ser teu templo de paz. Mas fui abrigo da tua guerra.”
E se lhe enviassem uma carta do futuro! Lhe dizendo que um monte de coisas precisam acontecer aqui, para lhe proporcionar um presente menos desgastante. Pois tudo vai desaparecendo por elas serem tão belas , consoante o tempo de prazer sônico.
Seja feliz agora, ame agora, chore agora, viva o agora como se tudo dependesse disso. Faça valer a pena cada segundo da sua vida… seja forte e corajoso/a… só não precisa agradar a todos. Viva o hoje… o amanhã não existe quando vc quiser.
Com amor:TEMPO
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