Carta para o Futuro Papai

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Carta ao que não volta

(Eliza Yaman)

Se eu te escrevo, é só pra não morrer.
Pois cada verso é sopro que me resta.
Não espero resposta, nem prazer,
só que tua ausência enfim me conteste.

Foste embora, mas não foste embora.
Ficaste em mim como um eco sem paz.
E eu, poeta, sou quem ainda chora,
por um amor que nunca se desfaz.

CARTA DE SOCORRO


A quem ainda pode me ouvir,
Aos que ainda sentem a terra sob os pés,
Aos que ainda se lembram que sem natureza não há futuro:


Socorro!


Eu sou a Caatinga.
Sou o único bioma exclusivamente brasileiro.
Nasci do calor, cresci na escassez, floresci na resistência.
Durante séculos, abriguei povos inteiros, curei feridas com minhas raízes, alimentei famílias com meus frutos, e dancei com o vento seco sob o sol ardente.
Hoje, estou morrendo.


Tenho sido queimada, arrancada, esquecida.
Espécies que guardava como tesouros — como o pau-ferro, a baraúna, o umbuzeiro, o mororó, o juazeiro e o mandacaru — estão sendo levadas embora, uma a uma.
Meus filhos verdes, meus espinhos de proteção, meus galhos retorcidos de luta, estão sendo transformados em cinzas, carvão e silêncio.


Me chamaram de pobre, de seca, de lugar sem vida.
Mas nunca perguntaram o quanto dei de mim para que a vida sobrevivesse aqui.
Nunca olharam com carinho para o que fui capaz de sustentar, mesmo com tão pouco.


Eu sangro em silêncio, mas agora grito: me recatinguem!
Me curem.
Me deixem respirar de novo.


Não quero virar lembrança em livros didáticos.
Não quero ser só nome em relatório de extinção.
Quero ver de novo as folhas do umbu se abrindo depois da chuva.
Quero ouvir o barulho das ararinhas-azuis que quase não existem mais.
Quero acolher de novo o vaqueiro, o sertanejo, o viajante.


Peço socorro aos cientistas, aos agricultores conscientes, às escolas, aos jovens, aos povos originários e tradicionais. Peço socorro a quem ainda me reconhece como vida.


Plantem o que sou.
Ensinem quem fui.
Preservem o que restou.
E devolvam-me o que me tiraram: o direito de continuar existindo.


Eu sou a Caatinga.
E eu ainda resisto — se vocês resistirem comigo.


Com dor e esperança,
Caatinga a voz esquecida do sertão.


Emmanuel.limap

✨35-36 ( Transição de idade)

Carta aberta.

Quando sentir se tornou meu ponto de virada.

Todo ano eu me prometia recomeçar. Me prometia cuidar mais de mim, prestar atenção no que eu sentia, mudar o que precisava ser mudado. E, ainda assim,

o tempo passou… anos passaram… até que, finalmente, eu me enxerguei.
Logo eu, que sempre me achei tão atenta, tão pronta para resolver qualquer situação que surgisse — desde que não fosse dentro de mim.

Porque para o outro sempre foi fácil.
A palavra saia rápida, certeira, quase automática.
A gente fala, aconselha, acolhe… e acredita que isso basta. E, para o outro, basta mesmo.
Mas quando se trata de nós… ah, aí tudo pesa diferente.

Com a gente própria, a cobrança vira eco.
“Você precisa emagrecer.”
“Você precisa mudar.”
“Você precisa melhorar seus hábitos.”
E essas frases, sem sentimento, viram só barulho. Viram vento.

O difícil nunca foi saber o que fazer.
O difícil sempre foi sentir.
Sentir a dor, o incômodo, a verdade crua.
Mas também sentir orgulho, força, vitória.
Porque é quando a gente sente de verdade que a gente se posiciona.
É quando a gente decide sair do piloto automático e tomar de volta as rédeas da própria vida.

O meu ano 35 foi exatamente isso: um encontro comigo.
Confesso — vivi o que muitos chamam de crise da meia-idade.
Eu chamaria de transição.
Chegaram os questionamentos, as reflexões, as inquietações, as rupturas… e, principalmente, as mudanças internas.

Aquelas que ninguém vê, mas que transformam tudo.

Hoje, olhando para mim com mais honestidade e carinho, reconheço o quanto precisei quebrar para entender minhas peças. O quanto precisei me ouvir. O quanto precisei sentir para, enfim, começar a me reconstruir.

E se tem algo que aprendi, é que o recomeço não mora no calendário.

Mora na coragem.

E essa, eu descobri que eu tenho — e sempre tive.

Cuidar da minha saúde foi meu maior ato de amor próprio.

Perdi 26 quilos, mas o que realmente perdi foram os medos, os hábitos que me prendiam, as versões minhas que já não cabiam mais.

E tudo isso começou por onde todo mundo deveria começar: pela mente.

E como a vida gosta de recompensar quem se reencontra, ganhei meu maior presente:

A minha bebê, que em breve vai chegar trazendo mais luz, mais propósito e ainda mais alegria para os meus dias.

Hoje, finalmente, posso dizer:
eu recomecei.
E dessa vez, por mim.

Anely Sofia 2025.

Soneto (parte 3)
Carta para meu lírio




Lírios azuis, flores de sonho,
Ternura que o coração sente,
Amor que não morre, não some,
Lembranças que para sempre se sentem.


No jardim da memória,
Lírios azuis florescem,
Trazendo lembranças queridas,
De momentos de amor e paz.


Seu perfume suave e doce,
Enche o ar de ternura,
Lembrando momentos felizes,
De amor e alegria pura.


Lírios azuis, símbolo de amor,
Ternura que não acaba,
Lembranças que ficam,
Mesmo quando a distância separa.

Carta de Saudade e Amor


Meu amor,


Não há palavras suficientes para descrever a saudade que sinto de você. Cada dia longe de você parece arrastar-se, e cada noite é preenchida com lembranças do que fomos juntos e sonhos do que ainda podemos ser. Sinto falta do seu sorriso que iluminava meus dias, do seu abraço que me fazia sentir seguro(a), e do seu olhar que parecia entender tudo o que eu não conseguia dizer.


Às vezes, fecho os olhos e consigo sentir você aqui comigo — como se nada tivesse mudado, como se o tempo tivesse parado. Lembro das risadas que compartilhamos, das conversas que pareciam eternas e até dos silêncios que eram confortáveis, porque eram divididos com você. Cada pequena lembrança se tornou um refúgio na minha saudade, e é incrível como você continua presente mesmo quando está longe.


Meu coração anseia pelo dia em que poderei te abraçar novamente, olhar nos seus olhos sem pressa, sentir seu cheiro, ouvir sua voz e simplesmente existir ao seu lado. Enquanto isso não acontece, eu guardo você dentro de mim, em cada pensamento, em cada batida do meu coração, e até nos sonhos mais íntimos.


A saudade dói, mas ela também me lembra do amor imenso que sinto por você. Um amor que não se abala pela distância, que cresce a cada momento e que se fortalece na espera. Quero que saiba que, mesmo longe, você é minha prioridade, minha inspiração e meu porto seguro. Que em breve, a saudade se transforme em reencontro, e que possamos novamente viver tudo aquilo que a distância não conseguiu apagar.


Com todo o meu amor e toda a minha saudade,
[Seu nome] ❤️

Poema-Carta de Saudade e Amor


Meu amor,


A saudade me veste como um manto pesado,
cada fio entrelaçado com lembranças suas.
Sinto sua falta no vento que toca meu rosto,
no silêncio que ecoa o som do seu riso,
na noite que parece mais longa sem você.


Meu coração grita por sua presença,
por seu abraço que acalmava minhas tempestades,
por seu olhar que entendia minha alma
mesmo quando minhas palavras falhavam.
E mesmo assim, na ausência, você permanece,
como uma luz que não se apaga,
como a certeza de que o amor verdadeiro
não se mede em distância,
mas na força que nos mantém ligados.


Queria arrancar os ponteiros do tempo,
trazer você de volta a cada instante,
sentir você tão perto que pudesse ouvir
o compasso do seu coração junto ao meu.
Mas enquanto não posso, guardo você
em cada respiração, em cada sonho,
em cada batida que insiste em chamar por você.


A saudade dói, mas também me lembra
que amar você é viver intensamente,
que mesmo longe, você é meu tudo,
meu antes, meu agora e meu depois.
E quando enfim nos reencontrarmos,
prometo que cada segundo perdido
será recompensado com o dobro de amor,
com abraços que falam mais que palavras
e beijos que traduzem tudo o que o silêncio não disse.


Sempre seu,
[Seu nome] ❤️

Carta


Já pensou como as coisas acontecem em nossas vidas?
Muitas vezes não fazem sentido no momento, mas, com o passar do tempo, tudo fica mais claro. As peças se encaixam, e muitas vezes até percebemos que tudo teve um propósito.


É incrível a capacidade que temos de nos adaptar, de seguir em frente buscando alternativas, sempre na tentativa de alcançar a “tal” felicidade... mesmo sem saber, ao certo, o que é ser feliz.


Você já se perguntou o que é, de fato, a felicidade? Já se sentiu realmente feliz?


Às vezes, encontramos um amor que, por algum motivo, não dá certo. Mas o sentimento não desaparece. Ele pode até adormecer em nosso peito, mas, de repente, do nada, uma música ou um lugar nos traz de volta aquela pessoa, como se fosse ontem.


E então me pergunto: será que ser feliz é estar ao lado de quem amamos, mesmo que seja preciso abrir mão de tantas coisas? Será que é aceitar as diferenças, mesmo quando parecem nos afastar?


Eu talvez jamais saiba a resposta... O que me resta é seguir em frente, sempre buscando a tal felicidade.


Com carinho,
Seu chato

Agrotóxico


Nada pior do que ler a carta
De um suicida,
Que resolveu se jogar
Do último andar de um apartamento.
Comemos alface envenenado,
Comemos pepino envenenado,
Comemos espinafre envenenado,
Comemos...
Nada pior do que ler a carta
De um suicida,
Que resolveu se jogar na frente
De um carro, no dia seguinte
Chupamos laranja envenenada,
Comemos maçã envenenada,
Chupamos uva envenenada,
Comemos goiaba envenenada,
Chupamos melancia envenenada...
Nada pior do que ler a carta
De um suicida,
Que resolveu cortar os pulsos
E no dia seguinte sentiu-se
Um fracassado.
Comemos feijão envenenado.
Comemos arroz envenenado.
Nada pior do que ler a carta
De um suicida desesperado,
Na busca da morte.

Carta de despedida: Nosso mundo encantado


Querida,
Hoje, ao ver uma foto sua,
um álbum inteiro se abriu diante de mim —
não de imagens, mas de memórias inventadas,
histórias que criei e roteiros que escrevi
acreditando que seriam nossos.
Projetei um enredo,
acreditei no roteiro que escrevi sozinho.
E quando o silêncio chegou,
percebi que o eco não era ausência tua —
era excesso meu.
Nesse excesso, construí um mundo só nosso,
mas apenas eu tinha acesso.
Olho com carinho para tudo que senti.
Não acabou.
É apenas o primeiro dia fora do nosso mundo encantado.
Um mundo criado por mim,
mas que, em essência, pertencia a nós dois.
O que doeu não foi perder alguém —
foi perder o personagem que inventei,
aquele que você talvez nunca tenha conhecido.
Descobri que o amor idealizado
tem o brilho exato do pôr do sol:
belo, mas breve, e feito de despedida.
Me vejo como um belo arquiteto,
mas um péssimo projetista.
Criei estruturas lindas,
dignas de um conto de fadas.
E hoje, de fora,
observo o “nosso mundo perfeito”,
sem saber se você o acharia perfeito também.
Entendi que a decepção
é só a luz acendendo no cinema,
revelando que o filme era projeção.
E no escuro que fica depois,
a vida me convida a assistir de novo —
dessa vez, com os olhos abertos.
Das cenas que mais gosto são os créditos.
Porque, mesmo sendo o único colaborador físico dessa criação,
todas as cores e formas vieram de você.
Lhe agradeço por ter sido inspiração,
mesmo sem saber.
Nunca haverá mágoas
em um mundo onde só um coração pulsava.
E mesmo que esse mundo tenha sido só meu,
ele foi feito com amor —
e por isso, ele sempre será bonito.
Com carinho,
Luis

Carta ao que ainda sente

Anápolis, 27 de outubro de 2025

Hoje, escrevo não para o mundo, mas para mim. Para aquele que há vinte anos rabiscou num caderno uma verdade que ainda pulsa:
“O verdadeiro solitário é aquele que, mesmo rodeado de milhares, ainda se sente sozinho.”

Essa frase me define mais do que qualquer outra. Porque, ao longo da vida, não busquei apenas coisas — busquei sentidos. Amor que não machuca, felicidade que não se esconde, alegria que não precisa de plateia. Busquei companheirismo sem cobrança, aceitação sem máscaras, silêncio que não fosse abandono.

Mas o mundo mudou. Ou talvez tenha apenas se revelado. As relações se tornaram rasas, os sentimentos, ensaiados. Aprendemos a fingir tão bem que esquecemos como é sentir de verdade. E, nesse teatro diário, o “está tudo bem” virou nosso papel principal. Dizemos isso mesmo quando não está. Porque admitir tristeza virou sinônimo de fraqueza. E fraqueza, hoje, não é aceita.

Estar doente, estar triste, se sentir sozinho — tudo isso virou sinal de que algo está errado com você. Então nos condicionamos. A sorrir por fora e chorar por dentro. A incentivar o outro quando, na verdade, era a nossa alma que pedia por incentivo. A oferecer colo quando o que mais queríamos era um abraço silencioso.

Ser forte o tempo todo cansa. Mas fingir força o tempo todo… isso esgota.

E aí, aquela pergunta que me fizeram anos atrás volta a ecoar:
Você vive ou morre todos os dias?
A resposta continua a mesma:
Eu não sei.

Mas talvez escrever isso seja um começo. Talvez admitir que não sei seja, enfim, um ato de coragem. Porque sentir não é fraqueza. Sentir é o que nos torna humanos.

Com verdade,
Pablo

“ESPELHO QUEIMADO”


Esta carta não é ataque.
É espelho.
E vocês sabem
quem vive de escuridão
tem medo de superfícies que devolvem verdade.


Entrei na vossa casa como quem leva luz no bolso,
mas vocês preferiam as lâmpadas fundidas
onde o erro dorme tranquilo.


Chamei-lhe respeito.
Chamaram-me ameaça.
Chamei-lhe limite.
Chamaram-me afronta.
Chamei-lhe paz.
Chamaram-me problema.


A fé que carregavam na boca
não cabia no vosso coração.
Versículos como maquiagem,
religião como máscara,
Deus como pretexto.


E eu vi
vi os silêncios que guardam pecados,
vi segredos a tremer debaixo da mesa,
vi fantasmas sentados no sofá
a serem tratados como família.


Fui espelho demais
para quem nunca teve coragem
de olhar para si.


E quando percebi
que felicidade é luxo,
mas paz é sobrevivência,
soltei o peso,
soltei a casa,
soltei-vos.


Isto não é desistência.
É libertação.


Desejo-vos paz
não a de fachada,
não a que treme,
não a que esconde.


A verdadeira.


Eu sigo.
Inteiro.
Sereno.
Livre.


E vocês ficam com o espelho.
Se tiverem coragem de o olhar.

Carta à minha alma gêmea


Ainda que eu não saiba teu nome, teu rosto vive em mim como um eco antigo. Há algo em mim que te reconhece, mesmo sem nunca ter te tocado.


Talvez sejamos feitos da mesma luz, do mesmo silêncio que dança entre as estrelas. Quando o mundo pesa, é tua lembrança que me alivia, como se tua existência me soprasse coragem.


Não te busco com pressa, porque sei que o tempo da alma é diferente. Mas quando nossos caminhos se cruzarem, não haverá dúvida — só um profundo “enfim”.


E se já nos encontramos, que essa carta te alcance como um sussurro, lembrando que o amor verdadeiro não precisa de provas — só de presença.


Com tudo que sou, com tudo que ainda serei, te espero com leveza, como quem espera a primavera.

Bruna, Poderia te dar uma rosa vermelha, com uma carta em branco , sem o meu nome, sem dizer que seria especialmente para você.


Nada haveria escrito, mas sobre o branco da folha existiria a dúvida que carreguei.
Sem os versos, haveria um pouco de você;
sem a carta, haveria a rosa vermelha;
sem a rosa, sobraria você;
e sem você, restaria eu ...
Aquele que amou um pequeno gesto seu...


Seu sorriso.
Desculpe pelos meus erros."

Carta Aberta: Chovendo Arrependimento


Se nesse momento eu morresse… será que eu me arrependeria?
Creio que sim.
Das coisas que deixei de fazer.
Das coisas que fiz — poucas delas eu realmente me arrependo.
Mas das coisas que não fiz… de muitas eu gostaria de ter feito.
E por que não fiz?
Por medo, vergonha ou timidez.
Acho que por todas essas emoções juntas.


O tempo em que eu fiquei trancado mexeu um pouco com o meu coração.
Eu sei que estou errado nesse momento futuro.
Deixei a única pessoa que realmente gostou de mim ir embora.
Me perdi.
Perdi a minha personalidade para fazer os outros pararem de chorar lá fora e começarem a rir no agora.


Eu não me considero um herói.
Me considero um covarde.
Porque em vez de manter minha personalidade, eu escolhi fugir dela para ser aceito.
Mas adiantou o quê?
Falsas amizades que eu fiz.
Pessoas que me traíram.
Para todos eu desejo o bem… e todos, nem aí, me desejaram o mal.


Tudo o que eu contei, tudo o que eu planejei… eu mesmo destruí.
Mas por que eu não reparei?
Só vai… é o que eu sou.


Eu estava com saudade do teu calor, da tua risada, do teu cheiro, do teu abraço.
Agora, longe, está a chuva lá fora.
Cada gota que pinga se mistura com sonho e saudade.
E a saudade… a saudade não some.
Ela volta.


Volta para mim.
Eu só queria, com você, ter um final feliz.
Talvez agora você não goste mais de mim, pois eu me perdi.
Eu não sou mais o mesmo rapaz.
Gostaria de ser.


Será que ainda tenho tempo?
Será que você não se desfez de vez?
Onde está aquele jovem que uma garota como você um dia quis?

Escrevi uma carta ao tempo sobre você.
Espero a resposta sentado na calçada,
perguntando onde está você.


Que o tempo não demore muito,
pois te amo e sou apaixonado por ti,
mesmo sem ainda te conhecer.


Tempo, tempo, tempo…
não te atrases,
traz para mim aquela mulher
que tanto espero.

Carta de nascimento da nova Diane Leite
31 de julho


Hoje nasceu uma mulher.
Não nasceu de um parto físico, mas de uma decisão silenciosa.
Ela não chegou com alarde.
Chegou com consciência.


Hoje, eu sei quem sou.
Não porque alguém me explicou, mas porque eu me olhei com profundidade.
Depois de tantos caminhos, voltas, entregas, silenciamentos, eu finalmente entendi:
o que sinto faz sentido.
o que penso tem ritmo.
o que vibro é real.


Passei a vida tentando traduzir minha intensidade para o mundo.
Fui rotulada de exagerada, difícil, profunda demais.
Fui a mulher que sentia tudo, falava tudo, acreditava em tudo — e por isso quase sempre se via sozinha.


Mas agora, eu não preciso mais me defender.
Porque agora eu entendi que meu jeito de sentir, de pensar, de me mover, não é erro.
É estrutura.
É identidade.
É verdade.


Hoje, eu não me explico.
Eu me honro.
Não preciso mais caber onde nunca me coube.
Nem esperar ser compreendida para me permitir ser.


A mulher que nasceu hoje não precisa ser aprovada.
Ela precisa ser livre.


Hoje, eu me tornei essa mulher.
A que fala com firmeza e acolhe com doçura.
A que ama com presença, mas se escolhe com prioridade.
A que não finge mais ser leve para não incomodar.
A que não diminui mais a própria fome de mundo para ser aceita.


Hoje, eu abro mão de me encaixar.
E aceito, com serenidade e coragem, o desafio de me habitar.


Essa sou eu.
Essa é a Diane que nasce agora.
A que sabe quem é, mesmo que o mundo ainda não saiba.
A que não vai mais se esquecer de si mesma, por ninguém.


E isso basta.


— Diane Leite
31 de julho, dia em que me escolhi por inteiro.

❝ ...Você me lê sem pressa, como se lê uma carta antiga, Descobrindo a história em cada linha, cada dobra. E eu sou em você a poesia que não se fatiga, A semente da paz que a cada novo dia se desdobra.
⁠Somos o encaixe perfeito da imperfeição que acalma, Do riso que quebra o gelo e a dor do que passou. Você é a melodia que embala a minha alma, Onde o simples de amar é o nosso maior louvor...❞


------------ Eliana Angel Wolf

⁠Uma carta pra ela…
Eu queria muito entender o que eu sinto no momento, queria muito entender porque você está aparecendo tão frequentemente nos meus pensamentos e até mesmo nos meus sonhos ultimamente, mas não consigo, por algum motivo. Não sei se isso é uma recaída, se é o luto afetivo que eu retardei, ou se realmente ainda sinto algo por você, mas o que realmente me preocupa é: Você ainda sente algo por mim? Eu sinto como se não fosse mais nada pra você…você tá tão radiante, parece que está vivendo a melhor fase da sua vida, mas eu não sei, não sei de nada que passa aí na sua cabecinha. Olha, tá doendo, tá doendo pra caramba, porque você é especial pra mim, não importa o que aconteça, eu te amei, e talvez até ainda ame, então ver você feliz sempre me faz bem, mas não estar por perto pra vibrar com você, me quebra em milhares de pedacinhos. Eu lembro da dor, lembro dos motivos pelos quais resolvi terminar nosso relacionamento, mas ao mesmo tempo acredito no nosso futuro, acredito que você é capaz de me compreender e melhorar. Na minha cabeça você é “complicada e perfeitinha”. Mas não é só você, eu também sou complicada e nossa situação 3x mais, porém ainda assim, eu sinto, sinto que a frase: “A pessoa certa, no momento errado” sempre fez sentido. No momento tenho medo, junto com o medo, saudade, e junto com a saudade, a indecisão.
Tenho medo porque sinto que te quero de volta, mas acho que é tarde demais, eu te mandei uma mensagem, mas você nem sequer respondeu, eu te entendo, virei sua vida de cabeça pra baixo, devo estar pagando o preço agora. De toda forma, sinto sua falta, ou pelo menos, da nossa parte boa…

Carta para depois de mim

Talvez um dia, quando eu já não puder explicar nada, alguém leia estas linhas e compreenda: eu tentei. Tentei de verdade. Chamem-me de exagerado, de fraco, de “peneirado”. Mas só quem sangra por dentro sabe o peso de continuar respirando quando a alma já está cansada.

Desde cedo, meu corpo foi ferido e minha voz calada. Dentro da escola, por pessoas mais velhas, sofri abusos que ninguém quis ouvir. Fui criança demais para entender e condenado a lembrar para sempre. Houve um dia em que cinco pessoas me violentaram, amarraram meus pés e me arrastaram. Eu lutei. Mesmo ali, eu lutei. Mas há dores que não passam — elas apenas se instalam.

Com o tempo, algo em mim se rompeu. Não foi um grito, foi um estalo silencioso. O espírito foi se quebrando aos poucos, até não haver mais como consertar. Hoje carrego um cansaço que não dorme, uma tristeza que não descansa, um medo que me acompanha até quando fecho os olhos.

Sempre tentei encostar na minha própria família. Sempre esperei um convite, um chamado, um gesto simples que dissesse “você pertence”. Nunca veio. Nunca fui convidado para nada. Fui ficando de fora, sendo esquecido, rejeitado. Não por falta de amor da minha parte, mas por ser quem sou. Ser gay foi o suficiente para me afastarem. Isso também dói. Isso também mata um pouco a cada dia.

Tentei amar. Tentei me apaixonar. Tentei existir perto das pessoas. Mas colecionei recusas, silêncios e portas fechadas. O que hoje chamam de desejo de morte é, na verdade, o que sobrou de alguém exausto de lutar sozinho, magoado demais para continuar fingindo força.

Se alguém disser que quer morrer, escute com o coração. Não é fraqueza. É um pedido tardio de socorro. O que salva não é conselho, é presença. Não é julgamento, é acolhimento. Eu nunca aprendi a ser socorrido — por isso escrevo, mesmo com a alma quebrada.

Se estas palavras ficarem, que sirvam para lembrar que eu lutei por muitos anos. Lutei até não restar quase nada. E que ninguém diga que foi falta de tentativa.
Não tenho pena dos mortos, tenho pena dos vivos, ainda por cima que vivem sem amor.

Carta a uma amiga que sugeriu em uma rede social, querer se casar .
depois de notar como foram as investidas dos rapazes e senhores, verifiquei que poderia ter uma chance, pois agiria assim:

Prezada (nada de querida num primeiro momento) amiga, lendo seu perfil de postagens, percebi algo que me chamou bastante atenção, que gostaria de se casar. Confesso que de imediato viajei na ideia, pois também comungo do mesmo desejo. Assim gostaria de candidatar-me para me conhecesse melhor e permitir-me também conhecê-la um pouco mais.A principio as suas fotos e seu modo de agir, mostram uma mulher interessante e especial. Pois bem, quero convidá-la para logo mais à noite sairmos para um jantar, passarei com meu motorista particular em sua residencia por volta das 21:00 hrs (prefiro com o motorista, pois assim podemos quebrar o gelo do primeiro encontro), ficando um pouco mais à vontade, podemos inclusive apreciar o céu maravilhoso e perfumado de nossa amada (peguei do Greca) Curitiba. A ideia é poder saborear um vinho todo especial em sua presença, bem como curtir amenidades, levando um papo qualquer. Desprovido da necessidade de dirigir, podemos nos tocar levemente com as mãos enquanto conversamos,quem sabe começa aí um relacionamento mais apurado e gostoso.Como sou um homem fino e educado (modéstia à parte) fique tranquila, jamais a colocarei em uma circunstancia constrangedora. Óbvio que devemos deixar as coisas seguirem o rumo natural.Saliento porém que tenho um pequeno problema, pois sou muito rico e confesso que isso às vezes causa inconvenientes, mas estou confiando em seu charme e delicadeza, para esse detalhe não mudar qualquer intenção. Ao chegarmos no restaurante,meu maior desejo será vê-la brilhar, nos passos que a conduzirão à nossa mesa.(acho que estou apaixonado).Espero que seja uma noite extremamente agradável e reveladora..
Para terminar, espero não ter causado uma impressão falsa e descabida, pois tenho certeza que além das estrelas que posso lhe dar, ainda tentarei conquistar o mundo para fazer dele, um reinado, onde só você será a minha rainha.( já estou aceitando o convite de casamento)
Para comemorar e eternizar o encontro, levarei um presente que ficará como recordação do momento vivido. uma joia que espero, aprecie bastante, apenas como um mimo. (a joia fica por conta da sua imaginação)
Rapazes, mandar recadinhos, tipo oi gatinha , estou aqui... ou o "Lacrou". me ajudam bastante, por favor continuem...
Mulheres gostam de sucesso, carinho, romantismo e amor.
e para isso me preparei a vida inteira