Carta do Marido da Aeromoca Tam
FUNDO DO POÇO
Estamos vivendo
No fundo do poço
A vida está dura
Pro velho e pro moço.
A guerra e a fome
O mundo consomem
Será culpa de Deus
Ou é obra do homem?"
A doença se espalha
Fere como navalha
Corpo e alma do povo.
Mas o homem não teme
Sua sorte no mal
Cresce sua altivez
Quando a culpa é só dele
Não daquele que o fez.
Poço de arrogância
Tanto velho e criança
Sábios na intolerância
Sucumbindo ao caos.
Mas a morte é distinta
Fica a obra que pinta
Para os bons,
Para os maus.
Silêncio
Quero o silêncio
onde se cria o impossível
quero o silêncio
onde se esconde o medo.
Quero o silêncio,
onde tudo é calma
onde tudo é alma,
e sem Deus e sem culpa.
Quero o silêncio
onde o vinho é doce
e o sangue esfria
e o trabalho é livre
sem suor nem lágrimas.
Quero silêncio
pois estou cansado
de ouvir mentiras
de um oráculo errado.
Quero o silêncio
do desassossego
do amor perdido
do perdão negado.
O tolo do Nietzsche diz que as máximas,
que ele usou exaustivamente,
são uma forma decadente de ensinar.
Segundo ele, toda máxima deve ser invertida,
para se achar o sentido, se é que
há algum sentido nos provérbios.
Concordo com ele:
"O Medo é o pai da moralidade."
Esta deve ser lida assim:
"O Medo não é o pai de moralidade,
a moral é uma invenção do medo."
Evan do Carmo
ENQUANTO DORMEM OS HOMENS
Enquanto o mundo desmorona
o poeta ainda continua
construindo castelos
em frente ao mar do absurdo
das gueras.
Em sua solidão insone
ainda encontra motivo para criar.
Como barco à deriva
conta com a sorte
espera que o vento do caos
traga uma tempestade benfazeja
que desperte do sono os animais.
Como migalhas de pão à beira da estrada
deixa rastro de compaixão e lucidez
na ilusão sublime de UM demiurgo
que seu canto rouco atonal
possa recriar outra vez
um ser melhor que nós
uma invenção melhor que o racional.
Evan do Carmo 17/08/22
Sobre as futilidades dos homens.
Arthur Schopenhauer conta,
que sempre que sentava num bar,
ele pegava um moeda de 20 francos
e colocava sobre mesa.
E dizia pra si:" Se a conversa destes homens
que sentam ao meu lado não girar em torno de cavalos,
mulheres e política, então eu darei esta moeda para o garçom.
Fez isso por 20 anos, e nunca ficou sem sua moeda.
Quando um escritor se propõe a escrever um romance, ele pensa: “Vou fazer assim, mas perde totalmente o controle do enredo, quem de fato assume o comando é um narrador onisciente, que abusa da condição de criador de realidades inimagináveis. Uma vez de posse do escopo, estando definido o rumo a ser tomado, personagens escolhidos e nomeados, então já temos uma história, história que será revelada a cada página. O Autor, quando entrega-se completamente à voz que escuta do narrador, não pode mais mensurar as medidas da obra que pensa que escreve.
Evan do Carmo. Autor de 30 livros. entre prosa e poesia..
A mídia é imparcial
eu li ontem no jornal,
porém hoje na TV
ouvi um crítico dizer
que o candidato
é até bonito, mas não é perito
não tem qualificação.
E por ser filho do nordeste
homem rude, cabra da peste
sofrerá oposição,
da elite brasileira
tão distinta e ordeira
que lhe mandou pra prisão.
Mas a emenda foi pior
que o soneto,
e hoje tanto branco como preto
dá perdão, pede socorro
da zona Sul até o morro
não faz mais a distinção
quer um tolo presidente
mesmo que seja um
parente do lendário
Lampião.
O livro é um produto
discretamente impoluto,
subjetivamente curto,
ideias soltas
de um ser inculto.
Semente jogadas
em terra infértil
que se não germina
a culpa é do solo
e não do semeador
como iscas atiradas ao mar
quem recolhe a linha
nunca sabe o que figou
em seu anzol
neste mar de gente
quem escreve
é como um pescador
A língua é espada longa
a língua é quente de mais
a língua afunda navios
e arrebenta com o cais
A língua é fogo perene
que não se paga jamais
á língua cura feridas
e reanima os mortais.
A íngua quando é discreta
encontra pérolas e corais
desperta a alma do homem
se torna abrigo seguro
constrói ponte e não faz muro
entre humano e animais.
Evan do Carmo
Tudo que o poeta come
é poesia
seja pão, macarrão
qual grão, melancia 🍉
Tudo que o poeta faz
é poesia
Seja arpão pra pescar
violão pra tocar
ou cordão que se fia.
Tudo que o poeta pensa
é poesia.
Quem diria
que um dia
eu vivesse
esta magia.
Tudo que o poeta fala
é poesia
Qualquer hora
Seja noite
Seja dia.
Tudo que o poeta quer é fantasia
Faz do sonho seu quinhão
Seu bordão de euforia.
A casa do poeta é a poesia
onde mora a liberdade
longe das amarras
da senzala
ele canta e nunca cala
sua ode à alegria
Quebra-cabeça do caos
"Artista é todo ser humano
que não se entrega ao desânimo
que segue firme seu plano
na luta pra sobreviver."
Artista é uma criança
que se apega à esperança
na arte de reconstruir
o quebra-cabeça do caos
nunca pensa em desistir.
e quando chega bem perto
da última peça montar
num ato lúcido e esperto
derruba sua pirâmide
pra de novo começar.
Tudo que o poeta come
é poesia
seja pão, macarrão
qualquer grão, melancia 🍉
Tudo que o poeta faz
é poesia
Seja arpão pra pescar
violão pra tocar
ou cordão que se fia...
Tudo que o poeta faz
é poesia
Tudo que o poeta quer é fantasia
Faz do sonho seu quinhão
Seu bordão de euforia.
A casa em que o poeta mora é a poesia.
Conquistou liberdade
Sem pedir alforria
DISCUSSÃO
O que mais se vê agora
é uma eterna discussão
pra saber quem é melhor
neste caos sem proporção.
Um diz em tenho lábia,
outro diz sou enrolão
já fiz isso ou aquilo
para o bem desta nação.
O povo que pouco sabe
do direito cidadão
acaba comprando fácil
o jogo de sedução.
Mas ainda temos sorte
de entender a confusão
o jornal livre da globo
para instruir o povo
"Brasil em Constituição"
eu disse pra ela
de forma singela
com a roupa que estava
de blusa amarela.
eu quero teus olhos
na minha janela
comer tua língua
no meu desjejum.
de noite na cama
debaixo de acoite
morder teu umbigo
e junto contigo
construirmos um.
castelo de areia
de frente pro mar
correndo perigo
é este o castigo
de quem quer amar.
eu como a tua alma
e bebo o teu corpo
licor de mangaba
meu vinho do porto.
a cor dos teus olhos
é tão inconstante
depende do jeito
que olhas pra mim.
às vezes tão perto
ás vezes distante
eu entro em delírio
não sei se consigo
ser mais que amante.
Para mim é muito difícil depender de outra pessoa depois de tantos anos...
É muito difícil confiar a ponto de se lançar em um amor sem medo de me machucar.
Esse depender é a tal da reciprocidade de sentimento que existe entre um casal... O fato de depender sentimentalmente me assusta. Por isso meus amigos, decido viver um dia de cada vez e ver no que vai dar.
Jogo dos 03 SIM 's para aqueles que gostam de compartilhar oque não edifica.
1-O que pretende me falar é verdade?
2-Tem provas ?
3-Será útil, positivo ou edificante pra mim?
>Se suas respostas não foram sim para as três perguntas, por favor não me conte ,oque não me edifica não me faz falta.
Grata!
OLHAR DE RESSACA
Você nem disfarça
que gosta de mim
deixa-me sem graça
quando olha-me assim.
Nem me pede desculpas
quando esbarra comigo
não sei mais ao certo
se sou seu amigo.
Não posso pensar
já não tenho noção
de até onde é que vai
essa doce ilusão.
Seu olhar de ressaca
é um copo espumante
me atrai ao um abismo,
com suspiro de amante.
O teu olhar de onça faminta
impede que eu minta
que eu negue o que sinto
que sou um leão
que ruge faminto
morrendo de fome
quando o teu olhar
de mar arrebata-me
me consome.
Eu quero você, como eu quero!
E não espero que você seja outro alguém...
Entendo que você estando perto, tudo está certo, está tudo bem!
Eu quero você desse jeito...
Tão imperfeito...para o meu bem!
No fundo o que importa é ser assim...você em mim...eu em você...
E o mundo além...!
Eu quero você com certeza!
Sinto firmeza, você também!
Eu quero você do meu lado
Estou cansado...sem um futuro, sem um passado...
Quero o presente...
Que é você, meu bem!
LATINO AMERICANO
Sou latino-americano,
filho de paraibano...
Fui criado no Nordeste,
mas logo corri da peste...
Da peste de passa fome...
Fui embora muito cedo...
Com coragem e pouco medo
fui morar com tio baiano...
Na Bahia percebi, duramente descobri
qual seria o meu destino...
Não seria como os outros
Filho errante, natimorto...
Eu queria ser urbano.
Num impulso fui ao alto
de carona pro Planalto
pra seguir a minha sina
no Distrito Federal.
Em Brasília fui pra noite
pra cantar sob os açoites
dos donos da Capital...
Mas foi boa a experiência
descobri logo a ciência
não queria ser cantor!
E o tempo foi passando
E a plateia foi cansando
Não queria mais me ouvir...
Entre copos de cerveja
mesas de melancolia
eu colhi o suprassumo
de onde faço a poesia...
Entre tanto vaivém
Sem notar eu encontrei
A morena de olhos negros
Meu maior e eterno bem!
FORA A METAFÍSICA
Nenhuma ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Eu queria ser humilde
Ter a mente de Platão
Para crer noutra tolice
que se chama encarnação.
Morre o homem, fica a sombra
como chama imperecível
onde continua vivo
num espaço invisível.
Só que ninguém pode lhe ver
já não fala e nada pensa
nem por obra de outra crença
poderá nos socorrer.
Que ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Deus não morre, nunca sofre
lá do alto, da amplidão
contempla o homem errante
em busca de salvação.
Uns ainda querem o céu
brilhante de ilusão
fazem guerras pra provar
se apegam à discussão,
Persistindo indefinido
um combate sem noção
para onde vai o homem
depois que voltar ao chão.?
Nenhuma ideia metafísica
coaduna com a razão,
se o homem é filho de Deus
por que tal contradição?
Talvez Pessoa está certo
quando rejeita esta crença
já sabemos como ele
que este mito é uma ofensa.
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