Carta De Amor De Fernando Pessoa
Um dia você me disse
As palavras são reais?
Por que não há comprometimento
Se já foi estrondoso o sentimento?
Difícil deixar para trás.
Tudo foi complexo, unilateral.
Cadê a reciprocidade, a bilateralidade?
Acabou-se a intimidade
Do que um dia fora universal!
É verdade que eu já fui a sua vida
E hoje sou só memória? Apenas reinvenção
De dois mundos, cuja fusão
Tornou-se uma fábula garrida.
Como eu vou compreender?
Aceitar sem disfarçar, chorar?
Esconder-me novamente, me mascarar,
E seguir em frente, perder?
O sentimento pode ser reavivado!
Mas se ele não quis permanecer
Por que insistir, sofrer?
Melhor deixar de lado?
Decerto, uma noção errada.
Pois se um dia eu ficar mudo,
Não externar que eu já fui tudo.
O que serei? Invariavelmente, nada.
Acordo e desacordo em disacordo todos os dias.
Me recomponho e, me escrevendo - e aos tantos outros eus que sou capaz de criar -, faço acordos comigo.
Meus próprios compromissos, minhas próprias promessas, meus próprios juramentos que descumpro.
Compro a briga interna, o desafio.
Os animais sempre buscaram evoluir, a fim de adquirir melhores condições para a sobrevivência.
Evoluo assim.
Sobrevivo assim.
No meu fundo precipício escancarado: fechado em mim, com as portas abertas.
_Eu sei que tenho a chave, mas quem disse que quero abrir a porta?
Talvez eu esteja bem, aqui, vendo os trens passando enquanto a poeira se acumula do outro lado do vidro.
Maculado por todo aquele filme que assisto em tempo real - a dinâmica do mundo -, quem disse que quero participar dele?
Não tenho mesmo vontade de sair
posso levar um tiro
posso perder meu olho
posso amar alguém
Não tenho mesmo vontade
de ser assaltado
de gastar sapatos
de correr tais riscos
Eu sei que tenho a chave e, inconscientemente, como quando a música toca e começo a dançar, abro a porta.
Não tinha mesmo vontade até que aquele corpo passou: seus olhos azuis brilhantes piscaram pra mim; suas formas maravilhosas; parecia ter até um... cérebro...
Ainda que de resguardo, meu coração batucava por trás da porta. E foi ele que, como sempre, me fez dançar. Ele que me fez perder todo aquele imaginário amadurecimento. Quimeras.
O corpo, nunca achei nele neurônios, tampouco um coração.
Eis o que ganhei: mais algumas manchas de lágrimas no travesseiro. Mas ainda guardei a chave e fiquei maquinalmente atento a todos que passaram. Minha alma nunca coube num corpo só, eu não fui feito só para mim.
Canso-me; e exporto-me.
- Fechou o envelope, lambendo-lhe a ponta. A carta que nunca foi lida, esqueceram-na junto às flores amarelas que murcharam tão rapidamente sobre o mármore frio e pálido. Cálido. E calo-me, ainda que não como se calou o homem, sob a lua, o pescoço marcado porque não fermentava. Fulgaz exportar-se. Felicidade transitória.
Numa entrevista, perguntado sobre sua obra, o aspirante a escritor disse, entre batidas de um coração embebido em ansiedade:
_Acho que meus textos têm um quê da sofisticação dos clássicos literários que, já há muito, habituei-me a ler. Essa sofisticação pré-molar, perdida entre repulsas circunscritas, próprios protestos e a necessidade - mais que absoluta - de renovação. Não gosto de trabalhos modernistas em nenhum dos campos da arte, mas absorvo técnicas progressitas como neologismos e excessos, que dão ao texto uma cadência mais intelectual, que não prevê barreiras culturais, contudo. Tento me ater, de forma não muito satisfatória, a um único tema quando escrevo uma primeira palavra; mas eu jamais serei capaz de me ater a algo que não eu mesmo. Essa é uma colocação um pouco egocêntrica para um cronista, mas é fato - mais que consumado - que eu não ajo senão da forma que me prevê a sociedade em que vivo e a qual observo na faculdade de meus trabalhos, literários ou não. E eu não sou um tema de abordagem única.
(...)
(...)
Quiseram, então, saber por que o tal escritor usava tantas metáforas, por que era tão subjetivo na faculdade de seus textos. E ele respondeu.
_As metáforas? (risos) As metáforas são tão ímpares quando bem utilizadas que não sei escrever sem elas. Não digo que sei escrever com elas, nem que sei usá-las, pois - as metáforas - quem as usa são os leitores - bem como cada linha ou entrelinha constituintes de um texto. Habituei-me a metaforizar e exercitar meu léxico de muitos anos como leitor para prolongar períodos e ideias, dificultar o raciocínio, sombrear imagens muito óbvias. Minha alma vem embutida nesse corpo em muito desconfortável, atarefada com as preocupações e tentativas - frustradas - de acomodar-se aqui; sem contar as tentativas de difundir-se, principalmente entre dois corpos, compartilhando, em ambos, o espaço com outra. Eu preciso evadir-me de mim, é o que quero dizer. Para isso figuro em obra abstrata uma realidade tão sóbria, embora tão inacreditável...mente cretina. Minhas palavras edificam quimeras decifráveis a qualquer um que persista. Não sou fácil, nem difícil. Diferença é algo que faz parte de tudo. Fácil é ser clichê!... e difícil é entender por que custa-se tanto a encontrar arte de boa qualidade. O bom-gosto se mudou pra amazônia por falta de uso? Lá: onde tudo se extingue... Minhas metáforas são como disfarces, sim - porque eu mesmo tenho medo de saber a verdade.
(...)
(...)
Demorou um pouco, sim. Isso porque ele pareceu parar para pensar por alguns poucos instantes que fossem - na pergunta que fizeram. Queriam saber se ele amava alguém. Ressaltaram a notória mudança entre textos de sua composição, chamados iniciais, que falavam tão claramente do amor e os mais atuais, que pareciam bem menos ligados a esse sentimento em especial.
_Eu não escolho o tema antes de escrever um texto. Dou à luz períodos frequentemente plenos de anomalias ideológicas exatamente da forma como eles inspiraram-se em mim. É desproposital como sentir sede... Acho que eu procurava muitas vezes o amor quando falava tão incansavelmente dele, como fazem esses religiosos que consagram cada dente de leite que cai ao seu Senhor. E eu achei, mas não por meio dessa busca vã e de seus atalhos desnorteados, atrasos disfaraçados. Se achei algo a que posso chamar de amor, foi muito mais por me deixar encontrar - despido de tudo o mais - do que por procurar. Quando canto com notas muito menos sentimentalistas, não é porque meu coração petrificou-se, mas sim porque derreteu de todo. Escrever é buscar a si e encontrar o outro. E foi por isso que fizemos tanto sucesso, nós, os escritores, quando a maioria das pessoas buscava coisas passíveis da estranheza geral. Agora, com a bizarra harmonia que existe na sociedade, as pessoas têm tantos objetivos em comum que o individualismo perdeu o seu significado e perdeu-se procurando significar. Por esses caminhos de busca ilusória onde ninguém mais costuma voltar agora que todos seguem a trilha.
(...)
(...)
Ao final da entrevista, perguntado sobre as assinaturas jamais vistas em seus trabalhos, respondeu naturalmente, dando, por último, um sorriso:
_Não assino por não saber quem foi que escreveu aquilo que se lê, aquilo que se mastiga entre a língua e o céu da boca, numa decomposição vagarosa e letárgica como a febre que acomete os mais bem trancados depósitos de adrenalina instalados cautelosamente na alma de um ser. Não assino por não ter um nome, não, sim. Sou como a sombra do meio-dia no Equador: eu existo nas profundezas daquilo com que me mascaro, dessa inexistência tão espetacularmente conhecida e ignorada propositalmente - essa inexistência que existe mais do que qualquer outra coisa. Não assino por não ser necessário saber quem agrupou as palavras que se lê, contanto que essas mesmas palavras sejam capazes de ler o leitor. Não escrevo realmente, sinto. E é esse sentimento que escorre pelos meus dedos, deveras inaptos, de mim para todos os que realmente merecem. Codifico o que o mundo me imprime, nada mais. Não assino, portanto, porque não há que se assinar o que não se escreve. Desacredito no que faço tanto quanto na veracidade de fazê-lo. Viver pra mim é um sonho que está sempre beirando o fim; escrever não é diferente. Obrigado.
Em todas as minhas chances de me extender e ser como eu realmente sou, exitei e preferi mostrar pouco - escondido às costas dessa imagem monocromática que faço de mim.
Em todas as minhas chances de ser conciso e ser como eu realmente sou, empolguei-me e não mantive a auto-crítica - depravado frente à divisória tênue que fazem de mim.
Às vezes, lamento estes olhos que enxergam o infinito, talvez eu preferisse o óbvio, a realidade que pulula a um palmo do nariz... Antitético, reclamo as cenas que não vi, os olhares de que me desviei e os sorrisos que perdi; reclamo dessa minha austeridade incógnita e emprestada.
Em todo caso, entre a prolixa insensatez projetada à minha frente e o laconismo óbvio que me guarda à retaguarda, eu vou ignorando meu relevante paradoxo existencial e contemplando minha experimentação diante do mundo.
Às vezes, lamento estes olhos que enxugam a emoção da minha alma enquanto encharcam a insensatez das minhas olheiras. Noutras, recordo com nostalgia da felicidade tamanha que eu já me rendi... Em meio a esse furacão que é a vida, cabe dizer que jamais me encontraria melhor senão em mim.
Vida que passa
Breve como um trovão
Erros que ficam
e doem no coração.
Um dia parei
e comecei a penssar
no que eu faria se um dia
no passado podesse voltar
Tantas vezes errei
vida,sonhos,tempo varias vezes desperdicei.
Tantas coisas eu desfaria.
Milhares de coisas eu mudaria.
Mais será que isso a pena valeria?
Muitos erros cometi .
E sei que com isso sofrí
Mais o que seria da vida sem os erros?
Sem erros sem emoção
Que graça teria um mundo sem imperfeição?
Os erros nos levam aos acertos
E assim nos fazem evoluir.
Os erros nos tornam quem somos.
Nos fazem penssar, refletir
Erar, é ser humano
Erro o eterno professor da vida!
Hoje percebi tantas coisas
Coisas que ja sabia
Coisas que agora sei
A maior coisa que redescobri
Foi a sensação diferente que sinto perto de voce
Meio sem jeito
Meio queito
Meio olhando disfarçando
Boom...Mais como sempre comigo
Depois de descobri coisas boas
Tambem descobri coisas tristes
Ou que eu fazia e pensava ser legal
E se tornaram lamentáveis
Descobri que um mundo e em tudo existe o bom e o ruim
Mas não imaginava achar isso assim
E nem agora
E nem nunca
Lembro de muitas coisas
Muitas coisas boas
E é isso que fica
Obrigado por me construir um pouco
Obrigado por tudo
Mas talvez agora seja apenas um detalhe
Que signifique .........
Ate um dia melhor!
Eu,mesmo que não queira
Ainda olho para os lados e vejo voce
Voce em pequenos detalhes
Em pequenas lembranças
Que me fazem acreditar em tanta coisa
Em tantos momentos
Mas parece ser mais um sonho
Designado a seguir seu caminho
Aquele que nem de longe parece ser justo
Mas quem disse que em sentimentos
Existe justiça
Talvez o que exista
Seja mais simples que pensamos...
E mais real do que imaginamos
Estou aqui a escutar uma musica
Essa musica me lembra muito voce
Ela diz que é possivel amar
Mais é fundamental acreditar no amor
Procuro lembrar aos poucos
No que acredito
Confesso que hoje existe poucas coisas que acredito
Mais parece ser o necessário pra tal sentimento
Well, everything reminds me of you
Pra mim vale mais que tudo
Pra voce desconfio muito
Pra mim entendo muito
Pra voce entender é complicado
Pra mim vale sonhar
Pra voce vale é ter o sonho
Pra mim vale ser vencedor com pouco
Pra voce vale ser a unica
Talvez sem nenhum significado
Mais é apenas uma memoria
Que muda com o tempo
Com as historias
Com as pessoas ao redor
Meus sonhos viram frases
Minhas frases me resume por palavras
Minhas atitudes são pensadas
Minha vida é construída de sonhos e realidade
Minha melhor realidade é de momentos
E meus melhores sonhos são indescritíveis
Pois vivo sonhando..
Bom não so sonhando
Mais sonhando e projetando caminhos
Para meus sonhos se tornarem realidade
Seu sorriso me domina
Faço de conta para não fica tão evidente
Mais a muito tempo percebo
Que tudo é inevitável
Quando o caminho é voce
E mesmo assim procuro te evitar
Mais sua presença sempre fala mais
E me chama atenção para seu mundo
Que me transforma
Que me ilude
Mais que eu sempre mantenho os pés no chão
Assim talvez feliz
Faço minha parte
Talvez assim sera felicidade
Aqueles dias que venho devagar
Vagando pelas ruas
De manha,te tarde
So em pensamentos
So em esperanças
Parecem voltar
Parece que nunca se foi
Talvez não mesmo
Mais é difícil de acreditar
É difícil de entender
Mais também sei que vale sonhar
Pois você os torna mais simples e mais legais
Do que realmente são
Sei e desconfio dessa felicidade que um dia possa existir
Mais faço de conta que vale sonha
Mais do que viver
Sou aquele que sempre quer
Procurar a glória pra sonhar
Viver sorrindo só não dá
Mas pra ser alguém é preciso
Você me acompanhar
Buscar palavras é tão difícil
Pois mesmo que tão belas
Eu não consigo descrever
Um sentimento que vai além
Além do que sonhei
Eu sei que não tem um final
Mais posso dizer que você está próximo de saber
Final tão bem que existir me faz sonhar
Então me faça rir que chorar não dá
Meu coração esta parado
E não sei pra onde ir
Perdido estou
E parece que o tempo parou
Viajo constantemente
Para fugir dessa realidade
Que nem é tão ruim assim
Mais que doi tanto quando vejo que estou aqui
Me distrair é o unico jeito de ser um pouco mais feliz
Lamento ti dizer
Mais estou assim
Porque pertenço a você
Procura-se
Eu procuro quem me entenda, quem me ame, me compreenda;
Eu procuro que goste do meu jeito, do meu cheiro, das minhas manias, da minha voz, da minha cara de sono,
do meu mal humor matinal.
Alguem que queira compartilhar sonhos, ganhos, perdas, carinho, palavras.
Eu procuro alguem, alguem que queira estar comigo sempre, alguem que ame o meu sorriso, o meu jeito de falar.
Não quero alguem perfeito, por que perfeição demais cansa. Eu quero alguem que tenha defeitos, mais aqueles defeitos que
agente aprende a amar, a não viver sem eles, de defeitos passam a qualidades.
Eu quero alguem perfeito. Contradição ? Não, quero alguem perfeito, mais perfeito só pra mim.
Quero alguem que entenda o meu jeito, que goste do meu carinho, que seja louca pelo meu beijo. Alguem que mesmo que o amor
acabe, lembre sempre de mim, e pense: Aquele foi especial.
Está emsituação de sucesso quem busca, e não quem realiza um sonho!
Mesmo porque os sonhos, metaforicamente, não são realizáveis — quando se tornam realidade, os sonhos deixam de produzir a emoção que geravam no momento anterior.
Por seu turno, fracasso não é não conseguir realizar os sonhos, mas desistir de realizá-los!
A única situação de fracasso é a desistência.
