Carlos Drumond de Andrade Contagem do Tempo
Respeite o meu tempo nublado, aquele dentro de mim. Há dias que irradio sol e outros que sou tempestade.
Assim como o mundo gira, os sentimentos vão morrendo aos poucos, as pessoas vão desistindo de lutar sozinhas por sentimentos que só elas acreditam. É assim que tem que ser, se não te faz feliz, abandone... não insista ou perca anos da sua vida com relações frustradas que não te levam a lugar nenhum!
Ciclos se encerram
passageira é a vida
o tempo tem pressa,
em cada parada
uma despedida
mas nada é fim
nem começo
novas aventuras
o que somos
sempre fica.
Estou aprendendo a apreciar cada vez mais esse tal de tempo, pavor de alguns e aliado indiscutível de outros. O tempo é soberano, irredutível, democrático. Fala, mostra, oferece, retira, instrui, aprimora, seleciona. Ele está sempre por perto, sutil, passando aqui e ali, modificando formas, cores, situações, pessoas. Trabalha silencioso, levando embora o ímpeto, o viço, “aquele” momento, a glória de outros tempos, mas deixa ao alcance dos que se dispuserem a buscar, o conforto da experiência, da sabedoria, da cautela, do auto conhecimento. Pacientemente
ele tenta nos mostrar que os momentos são únicos, que a vida é passagem, que nada nos pertence. Que ninguém é tão insignificante ou tão importante quanto supomos. De uma maneira ou de outra, o tempo acaba sendo o nosso (severo) mestre.
Por vezes, duramente, ele nos retira coisas valiosas para nos fazer simplesmente enxergá-las. Impõe limites, forçando-nos a viver no presente. Noutras, generosamente, nos compensa com oportunidades inúmeras de superação, crescimento e reciclagem, dando-nos espaço e condições para reavaliar (pré) conceitos e valores, de alterar rotas, fazer novas escolhas e até de compensar a leviana juventude. Para os que percebem (e aceitam) a impermanência, surge o desafio, a mudança, novos (e talvez maravilhosos) momentos e finalmente a adaptação, o aprimoramento, a renovação. Um tempo para viver de forma seletiva, em outra velocidade. Um tempo de se vestir de si mesmo. De se ver singular. Um tempo em que o instante vivido basta. Para aqueles que rejeitam a passagem resta a estagnação, o desconforto de um corpo que muda, de uma cortina que se fecha, de uma história que virou antiga.
Carpe diem.
Viva e aproveite com intensidade cada momento, sendo ele ruim ou bom, desfrute das pequenas coisas que a vida lhe dá, que muitas vezes passam desapercebidas no cotidiano da vida. Lembre-se, na vida raramente alguém consegue uma segunda chance, então viva cada segundo, cada milésimo como se fosse o último, pois uma coisa mais certa do que a morte e que o tempo jamais retorna.
Contagem Regressiva
Eu que pensei ter todo tempo do mundo
Quanto sonho adiei, vivendo num poço sem fundo
Viagens que não passaram de planos
Deixados pra lá no decorrer dos anos
Livros empoeirados na estante
Que jurei que leria depois
De tão ansioso perdi o instante
E pus a carroça na frente dos bois
Quantos dias chuvosos em que eu não dancei
Momentos ociosos que eu não aproveitei
E o pôr-do-sol, o maior dos espetáculos
Distraído perdi, inventando obstáculos
Conformado em ver filme dublado
No Idioma que eu nunca aprendi
Pra o teatro estou sempre ocupado
No piano jamais insisti
Montanhas de neve nas quais não esquiei
Museus repletos de acervos que não visitei
Quantas conversas fiadas entre bons amigos
Dar boas gargalhadas, rir até dos perigos
Rios de águas tão cristalinas
repletos de peixes de toda cor
Perdido estava entre tantas piscinas
E dei meu mergulho na própria dor
Sabores que não provei, odores que não inalei
Beijos apaixonados que não roubei
Abraços apertados que afrouxei
Noites de lua cheia em que não namorei
Noites insones foram preenchidas
pela solidão que veio me assombrar
Juras de amor que já foram esquecidas
E o meu coração sempre a me sabotar
Sinto muito dizer, mas um único dia
Não dá para viver o que se pretender
Quem sabe este será o primeiro dia
Do resto de vida que ainda vou viver
Disposto a gastar até tudo que tenho
pra comprar memórias que venham render
melhores histórias, o resto eu desdenho
sem desperdiçar chances que eu venha ter
No tempo em que temos há uma contagem manipulada pelo homem, para que este não se perca naquilo que ele não conhece e não pode alcançar.
o curioso da vida é que a gente já nasce morrendo... estamos em uma contagem regressiva que a gente não sabe quando termina... então por e pra que perder tempo?!!!
Desculpa se ñ me preocupo com sua vida mas, tenho que cuidar da minha, a contagem é regressiva pra todos, quem tem tempo a perder?
Esse seu silêncio que me mata, esse seu silêncio que maltrata, que me devasta a alma, o coração e a vida. Esse silêncio que deixou uma ferida que não cicatriza, que não sara, por mais que eu cuide, por mais que eu me poupe nada apaga essa lembrança que ficou inacabada. De tudo eu já tentei e o que não tentei nem quero mais tentar. Esse sentimento de descaso, de desprezo que se instalou aqui dentro e não quer sair por mais que eu chore, por mais que eu sonhe e tenha esperanças, por mais que eu afunde minha vida em um buraco sem fim, por mais que eu me afaste de mim, não tem fim...
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