Calado
Nel mezzo del cerrrado...
Aportei. Aportaste. E morria calado
E aflito, e triste, e amargurado eu ia
Os sonhos da alma era despovoado
E d’alma as quimeras era só fantasia.
E assim, longo o caminho, o cerrado
Eu preso nos desejos ele pouco polia
Da vida: o tom do tom estava errado
Do horizonte, nada, nenhuma poesia.
Hoje a vida sem ti, é sempre partida
Prantos que a tal saudade umedece
Comovem como a dor da despedida
E eu, sentado no caminho, aguardo
Arfante, poético, e que não arrefece (o amor)
“Nel mezzo del cerrado”, que no peito ardo...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Em uma Tarde de agosto
Agosto. No cerrado. Abro as janelas
Sob o céu calado, e poucas nuvens,
Invernado. Flutuam cinzas penugens,
Das queimas, sobre flores amarelas (dos ipês).
Pra quem as vês, as fazem de reféns,
Do belo. Caindo ao clarão das estrelas.
Ao vir o vento, se abri ao vento as velas,
Em um balé de harmonias e de poréns...
Por que, horizonte tão gigante e distante,
Se a angústia é semblante, não arrogante.
E me fazes por um instante, profanidades.
Porém, olho o céu deserto, e o vejo triste,
E minha alma insiste, e no amor consiste.
Inverno... chega à noite e é só saudades...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
REFLEXÕES DE UM ADEUS (soneto)
Calado, ouvindo o silêncio ranger
Imerso no pensamento solitário
Gritante no peito o medo a bater
Do adeus, e que no fado é vário
Agora, cá no quarto, a me deter
Angústias do cismar involuntário
Que o temor no vazio quer dizer
E a aflição querendo o contrário
São duas pontas do nosso viver
No paralelo do mesmo itinerário
De ir ou ficar moendo o querer
E neste tonto e rápido breviário
Que é o tempo, me resta varrer
Os espantos, pois imutar é diário
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Mês de maio, 2017
Cerrado goiano
flerte
olhava o céu
nuvem inerte
alvas como papel
cá do cerrado
calado, meu coração
dispensava qualquer termo
numa espera sem ação
um olhar perdido, ermo
pensando só em você
e neste glacê de emoção
o meu sentimento voa
até ti, buscando razão
desta distância atoa
que ao amor maltrata
é dor chata, que dá solidão
aquelas que não cabem
no peito, de tanta aflição
e só os que sentem sabem
como é contramão sentir...
então, venha logo! Não fique por vir!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, 14 de outubro
Cerrado goiano
RONDA SILENCIOSA
Solidão cerrada, aquietada, escura
Afora a janela, o cerrado tão calado
Na imensidade do céu não fulgura
Um só brado, um ermo imaculado
Cá dentro, a mudez flébil murmura
E a melancolia no vento é fustigado
Escoriando a alma, áspera candura
Em um rasgar do silêncio denodado
Ecoa surdamente sôfrega bofetada
De escora frouxa, completamente
Aflando ali a apertura tão abafada
E, a letargia, assim, vorazmente
Faz tácitos claustros de morada
Em ronda silenciosa, lentamente
© Luciano Spagnol- poeta do cerrado
Cerrado goiano, 5 de dezembro, 2019
Olavobilaquiando
EM TARDE CHUVOSA (soneto)
Março. Em frente ao cerrado. Chove demais
Sobre meu sentimento calado, aborrecimento
Gotejado do fado.... Rodopiando nos temporais
Enxurrando desconforto, angústia e sofrimento
Verão. E meu coração sentado na beira do cais
Da solidão. Do mar agitado e cheio de lamento
Por que, ó dor, no meu peito assim empurrais
Essa tempestade e tão lotada de detrimento?
A água canta, lá fora, e cá dentro o olho chora
Implora. Para essa tempestade então ir embora
Que chegaste com o arrebol e na tarde ainda cai
E eu olha pela janela deserta, e vejo o céu triste
E, ao vir do vento, a melancolia na alma insiste
Sem que das nuvens carregadas a ventura apeai
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/03/2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Amanhecer
Colado ao meu olhar, o cerrado
Agora das bandas das Gerais
Nesta desordem fico calado
E, o silêncio nada mais...
As velhas histórias, chão amado
Como se fosse nascer
Psicografado!
Acordo a luz do amanhecer...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
07/03/2020 - Cerrado goiano
O CONDENADO
O sentimento está triste. Tão calado
O pensamento solitário, num canto
Com agonia, ali, assim, compassado
E os olhos lacrimejando entretanto...
E no sofrimento de um crucificado
Pulsa na dor e chora árduo espanto
Se sentindo, um tal tão desgraçado
No drama e paixão, sem encanto...
Do algoz, cruento, e seco cerrado
O silêncio lasca o peito com tensão
Que suspira em pranto, fulminado
Tal um réu, um desafortunado, então
Largado na ilusão, e se vendo de lado
Soluça saudades o condenado coração!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 de agosto de 2020 – Araguari, MG
E o amor será
só mais um sentimento guardado,
sem brilho, calado,
esquecido, dobrado.
Já foi tudo, já doeu,
já moveu meu mundo,
hoje é só mais um
no silêncio profundo.
Uma noite deitei no chão e fechei os olhos
De repente escuto o barulho calado da minha solidão
Quem sabe eu poderia estar em um banco de praça com uma qualquer em meus braços
Ou talvez rodeado de amigos bebendo whisky e curtindo um rock pesado.
E se eu fosse um bom estudante e me formasse em medicina
Eu seria tudo que meus pais sonharam
E quem sabe se eu chora-se por pequenas causas e também sonha-se com poucas coisas, igualmente a todos vocês eu não estaria aqui tão calmo olhando pro céu a espera de um cometa para quando ele passar eu pular em cima dele e voar auto, até o infinito dos meus sonhos.
Opostos
"Ele era o oposto.
Calado,maduro, quieto e seguro.
Gostava de vinhos, queijos e MPB.
Eu estressada, infantil e ciumenta.
Gostava de pizza, cerveja e forró
Mas, eu o amava sinceramente!"
☆Haredita Angel
É tão difícil falar
Que é melhor ficar calado
Pois foi em um escutar
Que me senti elevado.
Santo Antônio do Salto da Onça RN Terra dos Cordelistas
18 janeiro 2025
Coragem de Quem Cala
Calado, mas não parado.
Silêncio que grita esforço.
Longe dos olhos do mundo,
Lapido meus próprios ossos.
Não preciso dizer que sou forte,
A vida já mostra o que fiz.
Na calma do passo lento,
Vou desenhando o meu país.
A raça humana nasce chorando, cresce sofrendo lamentando, morre calado o resmungo não o vai salvar.
No momento que ouve a mentira calado, está acertando a sentença. Com certeza vai recusar a verdade verdadeira.
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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