Frases de Caio Fernando Abreu

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Você começa a precisar de outros lugares. E de outras pessoas. E de bebidas mais fortes.

Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão?

Devaneios

Um dia tu compreenderás que não há nenhuma pessoa totalmente má; nenhuma pessoa totalmente boa. Verás que todos nós somos humanos, apenas...

Todo mundo escancara portas e janelas para que o vento leve embora os maus-espíritos do inverno. É um vento mágico, dizem.

Ao mesmo tempo alguma coisa em mim não consegue desistir, mesmo depois de todos os fracassos.

A calma, o equilíbrio, as palavras ditas lentamente, como se escolhesse. Raramente um gesto, um tom mais espontâneo. Tão bom ator que ninguém percebe minha péssima atuação.

E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça.

Meu coração é uma planta carnívora morta de fome.

Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.

Não tem importância que você não compreenda isso, porque estou acostumado com a incompreensão alheia, com a minha própria incompreensão.

Só eu sei que cheguei a humildade máxima que um ser humano pode atingir: confessar a outro ser humano que precisa dele para existir. E no momento em que se confessa a precisão, perde-se tudo, eu sei.

Mesmo com tristeza, o que é perfeitamente normal, sinto-me bem porque sei que fiz o que pude, falei o que pensei, mudei quando foi preciso. (E, olha, minhas mudanças foram ótimas e serão permanentes) e fui sincera sempre, em todos os momentos, em cada conversa, em cada mensagem.

Dignidade é quando a solidão de ter escolhido ser, tão exatamente quanto possível, aquilo que se é, dói muito menos do que ter escolhido a falsa não-solidão de ser o que não se é, apenas para não sofrer a rejeição tristíssima dos outros.

Vem, para subirmos no telhado e, lá do alto, nosso olhar consiga ultrapassar a torre da igreja para encontrar os horizontes que nunca se vêem, nesta cidade onde estamos presos e livres, soltos e amarrados.

É uma resposta simples pra uma pergunta simples: Você vem?

Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.

Tenho pensado se não guardarei indisfarçáveis remendos das muitas quedas, dos muitos toques, embora sempre os tenha evitado, aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia. Mesmo assim, insisto...

Não sinto mais impulsos amorosos.

Ninguém ajudou. Me virei sozinho. Isso me endureceu um pouco mais.

No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio.