Frases de Caio Fernando Abreu
Preciso tomar ar, fingir que sou normal e tenho um profundo interesse pelas pessoas e acontecimentos culturais e todas essas estonteantes possibilidades urbanas.
Eu pensara até então que, de certa forma, toda minha evolução conduzira lentamente a uma espécie de não-precisar-de-ninguém.
Tenho tanto medo de perder o que fica na memória - sei que parece descomunal esquecer lembranças, mas elas vão embora com o tempo, ou a gente mesmo faz questão de dar a elas somente a passagem de ida.
Só que as coisas têm a hora certa de chegar. Aprendi a gostar de viver e ser feliz. O importante, o irreversível, o definitivo, o claro nessa história toda é que eu gosto muito de ti.
Ah, e eu estou te esperando. E o meu coração continua pulsando forte querendo te abraçar até sentir o mundo girar apenas para nós. E dizer: ah, benzinho, eu gosto tanto de ti. Tanto, tanto.
E eu acho que é por isso
que te escrevo, para cuidar de ti, para cuidar
de mim – para não querer, violentamente não
querer de maneira alguma ficar na sua
memória, seu coração, sua cabeça, como
uma sombra escura.
Aguentar a imbecilidade humana todos os dias é uma tarefa muito difícil. Eu deveria ser remunerado por isso.
Eu tenho medo, não quero correr riscos — mas agora só existe um jeito e esse jeito é correr o risco.
Ainda há muitas histórias para serem lidas, para serem escritas, para serem lembradas. Até para serem vividas, quem sabe?
E da janela do quarto, vendo uma vida de estrelas passarem por seus olhos, algo lhe dizia:
- Tá vendo aquele mundo lá fora? É seu, vai pegar.
Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio (…)
Confesso que você estava em todos esses meus planos, mas eu sinto que as coisas vão escorrendo entre meus dedos.
