Camila heloíse
Alguém passou do teu lado e o cheiro te fez lembrar de mil coisas em dois segundos. Você pisca devagar registrando na memória uma nova impressão daquilo que viveu e sentiu, quando aquele perfume fazia parte de um contexto diferente e especial. A vontade é ir atrás daquele estranho e perguntar que direito ele tem de estar desfilando por aí com o cheiro de uma lembrança sua!? É nessa hora que a gente não entende nada sobre a vida, o mundo e o que as pessoas dizem sentir. E no meio da calçada, vira só uma criança, sendo engolida pela saudade que agora mais parece um monstro enorme e impiedoso.
Quando paramos de supervalorizar as pessoas, passamos a dar para elas a importância que merecem. E melhor que isso, passamos a dar para nós mesmos a importância e o valor que merecemos.
Você também se torna corajoso quando aceita o medo que tem. Aceitando o medo, descobre o motivo e o que seria necessário para a sua cura.
Nos momentos mais serenos é que (re)conhecemos a nós mesmos, e conseguimos perceber que os obstáculos mais difíceis de combater são aqueles criados pela nossa própria imaginação. Os monstros da nossa vida são do tamanho que nós mesmos pintamos em nossa mente... É hora de apagar estes borrões e começar a colorir.
Que a nossa imaginação não seja tão cruel a ponto de nos fazer destruir os próprios sonhos. Que a gente descubra um jeito novo de acreditar sempre. E que a gente se preocupe menos e sinta mais.
Sentir e manifestar saudades de alguém que não sente saudades de você, é como pegar o celular e insistir em ligar para um número que não existe.
Somos todos inconstantes. Sempre mudando de planos, de desejos e ideais. Até nossos sonhos são vítimas da nossa inquietude. Vivemos na base do “hoje eu quero isso, amanhã não sei”. E de forma muito confortável, invertemos nossa busca e inventamos outros propósitos. Amanhã coisas novas vão nos chamar a atenção, amanhã outros pensamentos vão dominar a nossa mente. Amanhã, nosso coração vai amar outro e depois de amanhã também. Nenhum amor dura tempo suficiente para florescer, nós amamos apenas a descoberta, o novo, a paixão chegando ao mundo e mal abrindo os olhinhos. Nós o abandonamos no instante em que ele tenta dar os primeiros passos, arriscar as primeiras palavras ou um olhar mais atento. Matamos sentimentos com a nossa pressa. Estamos sempre correndo sem nunca saber exatamente para onde. Em um ritmo frenético que busca sempre algo mais, impedimos que algo maravilhoso nos aconteça. Não ficamos até que o outro pegue no sono, não abandonamos uma única vez a mania de olhar o relógio e dizer que já está tarde, que é preciso ir embora. Não assistimos mais o pôr do sol. Sabemos apenas que já é noite, mas perdemos a beleza do anoitecer.
Nossas inconstâncias nos dão a sensação de que estamos dominando os próprios sentimentos, assim: amando, odiando, viajando sem paradas. Morrendo de sede, de fome, sem buscar recursos verdadeiros para que a gente se sinta menos vazio. Forjamos uma felicidade que nunca passará de fotos e sorrisos amarelos. Não passa da primeira porta, não atinge as outras camadas da pele. Não abraça verdadeiramente o nosso íntimo. Não dá frutos.
Os sentimentos virando apenas espasmos de madrugada. Enlouquecemos quatorze vezes por semana a procura de algo diferente. Deitados no gelo do lençol, a única coisa que a gente sabe e entende é que queremos sempre mais. Uma pimenta mais forte, um gole a mais na bebida, uma hora a mais mergulhados num beijo que parece nos revelar quem somos, mas ainda não supre aquilo que nos falta. Carregamos esta ideia fixa e inútil de que algo sempre nos falta.
Mas o beijo poderia sim suprir e nos revelar quem de fato somos, se a gente soubesse aproveitar a beleza daquele instante. Mas a nossa pressa vem carregada de um descaso insuperável.
Doamos tão pouco de nós para o outro, mostramos apenas o que vai a nossa superfície. Interrompemos as tentativas de quem quer se aproximar ou desistimos de uma aproximação fiel, por medo de nunca mais voltar. Medo de o amor prender. Medo de não saber vestir a felicidade. Medo de se dar conta de que a busca acabou e que sem isso a vida possa arruinar seu sentido.
Eu busco amor. Eu busco a mesma coisa que você. E é um absurdo sentir que buscamos as mesmas coisas, mas ambos sairemos perdendo. Estamos tão acostumados a procurar sempre que não sentimos quando um verdadeiro encontro acontece.
A verdade está na força que não fazemos para que as coisas criem raízes. O amor está nos detalhes da gente que não entregamos. A permanência está escondida atrás do medo de sermos nós mesmos. Não mostrar nossos defeitos com medo de ver o outro partir, apenas adia alguns segundos a nossa própria partida, pois não teremos mais nada a revelar se a maior metade de nós é feita de falhas. Pudera que fôssemos menos inconstantes, que a gente mergulhasse no fundo do outro e também permitisse que ele mergulhasse em nós. Estreitando assim as distâncias e estendendo os momentos mais felizes.
Tem gente que é bênção.
Que traz o ar para o pulmão e devolve a sensação de estar vivo.
Tem gente que é presente.
Dá vontade de desembrulhar devagar para que a sensação nunca termine.
Tem gente que é feito uma manhã ensolarada.
É impossível olhar e não sorrir, olhar e não se deixar iluminar por dentro.
E pra você que é essa gente...
Desejo-te uma ventania de coisas boas, pra desarrumar teu cabelo, balançar tua roupa e sacudir tua vida no melhor sentido.
Que o amor te abrace te traga fé e coragem.
Que seja força e te envolva por inteiro.
Com licença: estou exercendo o meu direito de ser uma pessoa normal. Rir, chorar, dançar, enlouquecer, me arrepender. Com licença pois estou usufruindo o meu prazer e assumindo a minha responsabilidade em ser pessoa, e não me importam os rótulos, não me importa quantos queixos estarão caídos ao me verem feliz e realizada, sendo eu, sendo a pessoa que eu escolhi e não aquela que inventaram sobre mim.
Se está doendo, é porque foi verdadeiro e valeu a pena. Não é porque algo terminou que significa que não teve importância ou qualquer sombra do que foi bom deva ser ignorada. Se dói é porque você sabe a falta que vai fazer... Quando algo se rompe, significa que já foi inteiro, que fez parte de alguma outra coisa de forma intensa, que se unificou. Ficar sem um pedaço de qualquer coisa que julgamos importante é doloroso, por isso, cuide e proteja a parte que ficou, para que ela se transforme em algo inteiro - ainda que sozinha - outra vez. Porque essencial na vida é amar a gente mesmo.
Tem momentos na vida que o que nos impede de seguir em frente são os inúmeros pontos de interrogação das coisas que não conseguimos entender porque elas acontecem. Daí então, entra aquele velho conselho dos que já passaram por situações parecidas: se não dá para entender, tente ao menos aceitar. Isso pode diminuir a dor (a nossa e daqueles que amamos) e acelerar o processo de esquecimento daquilo que não nos pertence, ou que não nos serve mais.
Acredite em VOCÊ e na sua capacidade de superar os obstáculos deste dia. Ignore os conselhos de quem não está ao seu lado incondicionalmente. Siga seus instintos. Ouça a voz que mora dentro do seu coração, e se houver dúvidas, espere mais um pouco pela certeza (ela virá).
É uma pena, mas muitas pessoas são mais ligadas ao lado obscuro da vida do que ao lado iluminado. Muitas pessoas também perdem momentos incríveis, porque estão focando demais naquilo que causa dor, e assim, uma vida leve e bonita é desperdiçada. Estas pessoas não percebem que não estão vivendo, mas, morrendo lentamente.
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Que a gente tenha força e coragem o suficiente para não perder aquilo que é bom, e para não afastar as pessoas que nos querem bem, dando ainda mais munição para aquilo que é ruim. Amém.
Lembre-se de que todas as dores são necessárias e cada uma delas nos ensina um pouco sobre nós e nossas fraquezas. E que tudo é passageiro. E eu gostaria que você soubesse disso não para desistir de todas as coisas, mas para que aprendesse a amar cada uma delas no dia de hoje, como se fosse o último.
Eu sinto dores (assim como você) porque sinto saudades, arrependimentos e vontade de mudar algumas coisas que eu sei que jamais poderia. Toda vez em que percebo que me enganei com alguma coisa, tenho aquela vontade maluca de arrancar a minha cabeça fora ou me esconder para sempre. Sinto náuseas quando percebo que estou perto demais de pessoas perigosas e sem caráter, e longe o bastante daquela gente simples e de coração grande. Tenho sede de alegrias e ousadias, tenho mágoas que me dilaceram todos os dias. Sinto por mim e pelo resto do mundo. Por dentro, por fora, e tudo me arde. Mas, isso é o que me importa, sentir qualquer coisa de verdade neste mundo, onde quase tudo é uma grande mentira.
As coisas mudam quando a gente muda. Se escolhermos um caminho insistindo para que tudo ocorra conforme nossa vontade (custe o que custar), as coisas naturalmente fugirão de nós. Se escolhermos repeitar a mão preciosa do tempo e das circunstâncias, tudo irá colaborar para que o melhor nos aconteça.
A questão não é viver uma vida morna ou cheia de aventuras. A questão é viver de verdade e fazer o que quer que seja - com coração!
A vida às vezes vira a gente de ponta cabeça e chacoalha até derrubarmos tudo aquilo que carregamos. Nos tira a roupa, nos elimina a coragem e o que chamávamos de possibilidade. É como se algo tão denso nos fosse colocado no colo que é obrigatório soltar tudo o que se tinha para suportar o peso. A vida nos embaralha, um sopro tão forte nos transformando em meros desconhecidos, desconexos. E quando a gente volta a postura normal, restam olhos e semblante perdidos. Lábios secos e carregados de medo. Parece até que a vida teve fim e o que poderia ser, não nos pertence mais. Mas é só quando a gente coloca o pé no chão que entende: possibilidade mesmo não são aquelas coisas que imaginamos que nos pertencem, não é ter embaixo dos braços um punhado de quase certezas que contam com o acaso e com a sorte. Possibilidade é começar do zero – com as mãos vazias. É mais do que acreditar – é fazer acontecer."
A gente tem que aprender a perdoar. E mais do que isso, a gente tem que aprender a esquecer. Não perdoe e fique remoendo, perdoe e esqueça! Siga em frente, mude as músicas, mude as roupas, o estilo e o caminho de casa. Deixe de lado aquela palavra que machucou, aquele gesto que confundiu e aquele olhar que complicou a vida toda. E se preciso, deixe de lado QUEM te magoou. Vai por mim, esquecer é um santo remédio.