Camila heloíse
E se me aflijo por instantes tentando arrancar com as unhas compridas, pinturas de tinta cravadas em meu coração, algo me convida a silenciar...
Estranhamente o sorriso não sai da minha boca. Um sorriso aliviado, irônico, definitivo, crítico, mas ainda assim um enorme sorriso feliz!
Contabilizar risos, perder o juízo, tomar coquetel químico corporal, beijar ideias; e se preciso uma pitada de sal lágrima suor para adocicar.
Da minha janela preferida só se via o que era sereno, o que trazia paz e conforto. Vidraça translúcida e reluzente fazia questão de mostrar de um novo ângulo tudo o que se passava. De início, receio. Depois, confiança, respeito e até crença. Ensinava a virtude da calma, às vezes em silêncio absoluto, no qual se podia tudo. O tempo não era mais inimigo, era aliado, pois parava a cada reflexão, mesmo que inconclusiva. Tudo era motivo: sol, sorriso, chuva, estranhas dimensões... Dizia do jeito dela: "O chão está sujo, mas é simplesmente superfície e a roupa que se lave depois. Senta aqui sem pressa e vamos pensar na vida, conversar sem rumo, sem compromisso com o pertinente". Mostrava um ponto de vista estranho a mim até aquele momento, inovava e, aos poucos, me encantava. Não é que esquecesse o meu pensar, mas mesclava ao dela e assim me fazia sentir mais rica. Quanto mais olhava através daquela janela mais ela me absorvia e eu, a ela.
Não mude isso! É um apelo! Gosto da sensação do certo, e o duvidoso traz insegurança demais para meu jeito tão perfeccionista.
Ler por ler, fotografar por fotografar, ter amigos para não ser sozinho, comer para não morrer, viver por viver, morrer por merecer.
Texturas, cheiros, gostos, ânsias, cores...devorando cada novo pedaço desta vida dentro da vida, saboreando o melhor de se reiventar.
Algo respira tímido, mas com fôlego nos pulmões. E aquele velho adeus, está sempre quase pronto no aceno do sonho.
Sou errante, sou antítese. Gosto de amor e de uma boa dose de paixão. Me apego fácil, não esqueço rápido. Quero um príncipe com defeitos, quero ser a princesa sem rótulos.
...
Minha alma se trata num convento profano,
Do seu corpo bendito, mais insano.
Fico louca, sadia,
Mais curada... De qualquer sensação fria.
- Tenho sempre aquela mania desesperadora de dizer que está tudo otimo, quando tá tudo arruinado. Tenho aquela ordinaria manha de sorrir, quando por dentro está tudo chorando. Aquele péssimo hábito de querer quando a oportunidade já passou. Aquele desesperado vicio de amar quem não está perto. Aquele considerável pecado de querer quem já tem dono. Tenho aquela idiota e comodada esperança de acreditar que no fim tudo da certo , afinal, o "fim" diferente da "saudade", é como o "amor" .. não se define em certo ou errado...apenas se vive, faz acontecer, sente e se aceita. A verdade é que amar nunca diminuiu distancia , nunca impôs limites, nunca mudou as dificuldades, nunca aceitou a "saudade" como uma amiga... mas nem por isso mudou sua verdadeira essência .
As pessoas deveriam aparentar-se chatas no começo para depois irem se tornando legais.Mas as pessoas se mostram tão legais que logo, logo viram um saco.
Deveríamos saber que criar expectativas no que não é certo é a maneira mais fácil de se decepcionar depois.
